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Vou pedalar, e agora? O que fazer?

Muita gente fica um pouco perdida quando resolve começar a pedalar. Parece que de repente um portal mágico se abre a nossa frente e nós só conseguimos pensar em uma coisa: bicicleta, bicicleta, bicicleta. Quando menos esperamos, nosso cérebro se transforma em uma calculadora que fica o tempo todo medindo e comparando quantidade de lúmens, medidas de pneus e dentes de coroas. Sim! Isso mesmo, dentes de coroas. É claro que não é exatamente o que você está pensando.

Mas sim, esse despertar pro universo da bicicleta é um momento muito lindo na trajetória de todo ciclista, e costuma ser um belo divisor de águas: é comum ouvirmos depoimentos de “antes e depois da bike”. No entanto, também é um período um pouco turbulento, com uma infinidade de novas informações, e é normal nos perdemos um pouco no meio dessa excitação toda.

Por isso, preparamos uma matéria para você que está COMEÇANDO a pedalar e não sabe exatamente por onde entrar nesse universo:

Passo 1: compre uma bicicleta que você realmente goste de pedalar

Este é um momento decisivo: não entendo nada de bicicleta, como escolher uma?! Primeiro e mais importante, antes de você cair na deep web da oferta de bicicletas (existem milhares, para várias práticas e vários bolsos), você deve se atentar a um detalhe FUNDAMENTAL: o tamanho da bicicleta. Existem várias tabelas na internet onde você pode calcular o seu tamanho de quadro. Atenção: muita gente determina o tamanho do quadro pela altura do ciclista, mas o correto é utilizar a medida do cavalo.

Evite comprar sua bicicleta em grandes magazines que possuem cartazes mágicos: bicicletas boas não são exatamente “acessíveis”: não existe milagre. Além disso, as bicicletas vendidas nesses locais geralmente são montadas pelos próprios vendedores e não por um mecânico experiente, especializado e que possuí as ferramentas corretas para regular sua bicicleta.

Recomendamos que, se você for começar a pedalar, dê preferência para bicicletas estilo mountain bike. Elas são mais versáteis para o dia-a-dia e robustas o suficiente para aguentar as barbeiragens de quem está começando, hehehe. Além disso, costumam ter uma boa relação conforto x desempenho quando comparadas às bicicletas de passeio. Jamais escolha uma speed para começar a pedalar: por mais que você sinta atração pela modalidade, ainda precisa desenvolver algumas habilidades antes de estar preparado para ela.

Vá em diferentes bikeshops, faça muitas perguntas e teste muitas bicicletas antes de realizar a compra. Uma boa bike, para quem está iniciando, hoje em dia, custa em torno de R$1.700,00. Não invista menos que isso se o seu objetivo for realmente pedalar – e não deixar a bicicleta acumulando poeira na garagem!

Passo 2: encontre um grupo de ciclistas para chamar de seu <3

Pedalar em grupo é muito mais divertido! Você conhece pessoas novas, interage, conversa e aprende muita coisa nova. Os grupos de ciclismo cumprem um papel super importante na trajetória ciclística: eles são uma verdadeira escola de ciclistas.

É aqui que você vai realmente aprender a trocar as marchas na hora certa e a se comportar no trânsito, pedalando de uma maneira constante e com uma postura defensiva e alerta. Além disso, vai aprender a utilizar a cadência a seu favor e descobrir que seus limites físicos são muito mais distantes do que sua cabeça imagina: em grupo a gente pedala mais longe, pelo simples prazer da companhia!

Pedalar em grupo também é uma boa motivação para te fazer chegar em casa do trabalho e pegar a bicicleta: sua família do pedal não vai deixar que você fique no sofá. Vá para o facebook e faça uma pesquisa simples por grupo de pedal na cidade x. Normalmente eles se organizam em eventos do próprio facebook ou em grupos de whatsapp. Atenção, há também diversas modalidades de grupo, tenha certeza de que você estará indo em um voltado a iniciantes!

Passo 3: escolhendo os acessórios corretos

Aqui reside o perigo! Você provavelmente já passou – ou vai passar – por aquele meme do “gasto todo meu salário com a minha bicicleta”. E, infelizmnte, não é algo tão distante da realidade assim, hehehe. A paixão que a bicicleta nos desperta é tão intensa que nós só queremos mais, e mais, e mais. Por isso, separamos uma lista com alguns itens ESSENCIAIS para você começar a pedalar e não sair comprando tudo que vê pela frente.

CAPACETE

Sim, é polêmico! Mas, é um mal necessário. Em todas as nossas estradas já cruzamos com diversas histórias de gente que teve a vida salva pelo capacete. Invista em bom capacete do tipo in-mold (+- a partir de R$150,00). Esses capacetes de magazine na faixa dos R$80? Mesma coisa que nada. Tenha amor pelo seu cérebro! Preste atenção no peso do capacete, no conforto da espuma interna, se ele possui ajustes de regulagem e se possui várias e grandes aberturas para ventilação (acredite, elas serão necessárias).

CADEADO

Outro mal absolutamente necessário e que merece um post exclusivo. É batata: você vai sair para aquele rolê de bike e vai querer fazer um pit-stop, seja para ir no banheiro ou repor as energias. Para isso, é sempre bom carregar um cadeado do tipo espiral, de preferência algo leve e prático para você carregar na própria bicicleta. A menos que você deixe sua bicicleta dentro de casa, invista também em um bom cadeado u-lock para deixar sua bicicleta na garagem do condomínio ou para quando for deixá-la exposta na rua, longe dos olhos. Invista a partir de R$50,00 em um bom espiral e a partir de R$100,00 em um u-lock.

SINALIZAÇÃO

Sem dúvida, um instrumento de segurança quase tão importante quanto o capacete. Aqui também existe uma vasta diversidade de equipamentos, de diferentes preços e qualidades. É muito comum a gente gastar muito dinheiro em luzinhas baratas no início da nossa jornada ciclística, que facilmente se perdem ou danificam. Portanto, se pudermos dar um conselho para você que vai comprar seus primeiros equipamentos de bicicleta, será esse: compre boas luzes, de preferência com carregamento via USB. Uma boa luz traseira (vermelha) é visível a mais de 100m de distância (o que vai ajudar o motorista a cumprir a lei do 1,5m de distância). Já uma boa luz dianteira (branca), ou farol, é aquela que permite que você enxergue se há buracos ou não a sua frente. Utilize as luzes no modo piscante para economizar energia e também para deixar os motoristas alertas. Invista a partir de R$80 em cada uma das luzes e você estará bem sinalizado.

BERMUDA DE CICLISMO

Ela não é fundamental para todas as pessoas, mas, para a grande maioria, faz TODA a diferença. As bermudas de ciclismo possuem uma almofadinha que torna o seu pedal muito mais prazeroso e sem dores naquela região tão delicada. O preço varia conforme a densidade da espuma e o tecido utilizado. Quanto mais densa a espuma e maior a compressão do tecido, mais cara ela será. Bermudas de poliamida são mais confortáveis e possuem uma troca térmica mais eficiente do que as de poliéster. Evite bermudas com forro de gel, normalmente eles têm uma vida útil menor do que a espuma. Tenha certeza de comprar o tamanho correto (elas jamais podem ficar folgadas!) e com o forro adequado (o formato do forro varia conforme feminino ou masculino). Por último: pode parecer MUITO estranho, mas é o que manda o figurino: não utilize roupas íntimas (calcinha / cueca) quando estiver usando bermuda de ciclismo. Os forros da bermuda já possuem tratamento antibacteriano especial e o atrito dos tecidos da roupa íntima e da bermuda, em movimento, podem provocar dolorosas assaduras. Com R$150,00 você já terá uma bela companheira de pedaladas.

SUPORTE DE CARAMANHOLA

Finalmente um acessório baratinho! Normalmente desprezado na primeira compra, mas fundamental em qualquer voltinha de bike. Quando a gente pedala é importantíssimo manter o corpo hidratado, e fazer paradas para tomar água é tão cafona! Dê preferência para suportes de plástico. Não precisa ser nada muito elaborado, mas se você quiser um upgrade, invista direto nos suportes com regulagem para diferentes tamanhos de garrafa.

Por: Giuliana

Fonte: Giuliana, Cicloentusiasta que acredita na bicicleta como uma solução completa para diversos problemas sociais, ambientais, físicos e emocionais. Já coordenou grupos de pedal em Porto Alegre e foi sócia-fundadora da Vila Velô Bicicletaria. Hoje, compartilha sua experiência sobre duas rodas com o Viver de Bike.

Transcrito: https://www.viverdebike.com.br/vou-pedalar-e-agora-o-que-fazer/

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