Vigorexia: conheça os perigos da obsessão pelo corpo forte e musculoso…
Treinar traz diversos benefícios à saúde, mas o excesso de exercícios para alcançar o “shape” ideal pode se tornar uma armadilha perigosa chamada vigorexia. Esse transtorno é causado por uma distorção de imagem. Nele, a pessoa nunca está contente com a forma física e investe em uma rotina pesada, com várias horas de treino, e uma alimentação restrita para tentar melhorar.
O indivíduo se vê no espelho sempre mais magro e com menos definição muscular do que gostaria. Mesmo que os amigos e pessoas próximas afirmem que ele já está forte o bastante, o vigoréxico não enxerga a si próprio como tal e continua inseguro e abalado, buscando resultados.
Foto:(Reprodução/Internet)
Embora a vigorexia seja mais prevalente em homens, devido à ênfase cultural na musculatura masculina como símbolo de força e virilidade, também pode afetar mulheres, representando cerca de 20% dos casos, segundo especialistas ouvidos por VivaBem.
“Homens tendem a focar no aumento de massa muscular e na definição, enquanto mulheres podem se concentrar mais na tonificação e no emagrecimento, além da definição muscular. As mulheres podem também sofrer pressão adicional para manter uma aparência feminina e esbelta, o que pode complicar ainda mais a percepção corporal”, explica Arthur H. Danila, médico psiquiatra.
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Quais são as causas
Os gatilhos para a vigorexia podem ser variados e complexos, incluindo fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Entre os fatores psicológicos, destacam-se a baixa autoestima e a insatisfação com a imagem corporal desde a adolescência. Socialmente, a pressão para atingir um corpo idealizado, promovida pela mídia e pelas redes sociais, tem um papel significativo. Experiências pessoais negativas, como bullying ou críticas sobre o corpo, também podem servir como gatilhos.
Sinais e riscos da vigorexia
Segundo a psicóloga Francine de Paula Oliveira, do ponto de vista emocional, o aumento da ansiedade, do estresse e o aparecimento de sintomas de depressão são comuns devido à pressão que o próprio indivíduo se coloca.
“Como o foco dessa pessoa é a parte estética e a força, o transtorno pode desencadear transtornos alimentares, como bulimia, anorexia e compulsão alimentar, visto que, na maioria das vezes, o indivíduo segue uma dieta restrita, rigorosa e pode buscar por recursos compensatórios quando algo na sua alimentação não sai conforme o planejado”, aponta Oliveira.
A psicóloga conta que há alguns sinais poucos citados, mas muito recorrentes e importantes nesse quadro: os comportamentos repetitivos/compulsivos, que podem ser desde a pesagem, em alguns casos, diária; autoavaliar-se no espelho várias vezes ao dia (para checar se não ganhou/perdeu massa ou gordura) e a comparação com outros corpos.
“A constante insatisfação com o próprio corpo e a necessidade de atingir um ideal inatingível podem levar a sentimentos de fracasso e baixa autoestima. Além disso, a condição pode resultar em isolamento social, já que as atividades e interações sociais podem ser negligenciadas em favor de um regime rigoroso de exercícios”, afirma Emili Barberino, psicóloga e neurocientista do comportamento.
Além dos sinais emocionais, problemas físicos também podem surgir. Indivíduos afetados frequentemente se envolvem em exercícios excessivos e intensos, o que pode resultar em lesões musculares e articulares. “Além disso, muitos recorrem ao uso de substâncias anabolizantes e suplementos sem orientação médica, aumentando o risco de problemas cardíacos, hepáticos e renais, além de distúrbios hormonais”, alerta o psiquiatra Arthur H. Danila.
Tratamento
O tratamento da vigorexia geralmente requer uma abordagem multidisciplinar, com acompanhamento médico, psicológico e nutricional
– A psicoterapia, especialmente a TCC (terapia cognitivo-comportamental), é fundamental para ajudar o paciente a reestruturar seus pensamentos e comportamentos relacionados à imagem corporal.
– O médico psiquiatra irá avaliar a necessidade de medicação para tratar sintomas de ansiedade e depressão.
– O acompanhamento nutricional é importante para promover hábitos alimentares saudáveis.
– Já a orientação de um profissional de educação física vai trazer execuções mais seguras e na medida certa para um crescimento muscular equilibrado.
*Com informações de reportagens publicadas em 13/08/2024 e 24/07/2019
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Por: Colaboração para VivaBem…
Fonte: Arthur H. Danila, médico psiquiatra.
Francine de Paula Oliveira, psicóloga
Emili Barberino, psicóloga e neurocientista do comportamento.
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2025/03/06/vigorexia-os-perigos-da-obsessao-pelo-corpo-forte-e-musculoso.htm