USO MEDICINAL DA CANNABIS É TEMA DE CONGRESSO SUL AMERICANO
Evidências científicas escancaram a necessidade da desburocratização do uso medicinal da maconha
Sua ação contra diversas doenças já foi comprovada, o que aumenta a importância da sua liberação para esse fim
Quando se fala em maconha, o que vem à sua cabeça? Se a resposta foi apenas pessoas utilizando a planta como droga para ficarem eufóricas e relaxadas, definitivamente está na hora de rever os seus conceitos. Atualmente a cannabis, seu nome científico, tem se destacado no meio médico e se mostrando eficaz no tratamento de uma extensa lista de males. De acordo com o Dr. Sidarta Ribeiro, neurocientista e professor Titular de Neurociências e Vice-Diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, “a cannabis tem mais de 100 princípios ativos canabinoides e entre eles estão os princípios THC e CBD, os mais importantes e que auxiliam a combater doenças como epilepsia, depressão e Alzheimer”.
Os efeitos da cannabis
Quando se fala em benefícios, o canabidiol (CBD), substância derivada do vegetal, reduz a ativação exacerbada dos circuitos nervosos, o que leva às convulsões, em pacientes com epilepsia. A curiosidade sobre os componentes do cannabidiol fez com que o professor de Química Medicinal da Universidade Hebraica de Jerusalém, Raphael Mechoulam fizesse estudos mais aprofundados sobre um dos componentes psicoativo da cannabis: o tetrahidrocanabinol (THC). O pesquisador pioneiro da cannabis descobriu que o THC interage com o maior sistema de receptores do corpo humano, o sistema endocanabinóide. Phd e avô da pesquisa de cannabis analisou a substância e verificou que a mesma serve para tratamento de patologias convulsivas, esquizofrenia, perturbação pós-traumática do stress (PTSD) e o seu impacto em outras funções no corpo humano.
Há também pesquisas relacionadas a doenças como a Esclerose Múltipla, onde o CBD e o THC, outro princípio ativo encontrado na planta, atuam inibindo os impulsos que levam à dor e à rigidez muscular. Para tratamento da ansiedade, por sua vez, esses dois elementos aumentam na concentração e o aproveitamento de Anandamimda, um neurotransmissor que desencadeia uma sensação de felicidade. Outro exemplo é a dor crônica, que é amenizada porque as moléculas da planta diminuem a transmissão dos sinais dolorosos. E novos trabalhos dão indícios de que as boas notícias não param por aí. Um deles foi realizado na Universidade de Londres, na Inglaterra, e mostrou que os canabinoides podem ser eficazes no combate à leucemia, especialmente se usados após a quimioterapia.
“Existem muitas evidências científicas que orientam à necessidade de regulamentação. As autoridades deveriam se basear nelas para propor políticas públicas eficazes e disponibilizar o medicamento fitoterápico para os pacientes graves, na Farmácia Viva no SUS, pois se trata de um fitoterápico e, não baseá-las em preconceito e nas leis de mercado. Segundo a pesquisadora e Diretora clínica da Associação Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa (SBEC), Eliane Nunes, “o CBD é possível ser importado desde 2015 e, desde 2018 já se encontra, a venda um derivado fitoterápico, em farmácias, o Mevatyl, aprovado pela Anvisa e consagrado no exterior com o nome de Sativex”.
Em 2017, o primeiro medicamento à base da planta chegou ao mercado. Outro indício de que o assunto tem mexido com a sociedade é que o número de pacientes que conseguiu autorização para a importação do vegetal com fins terapêuticos cresceu 25 vezes em quatro anos, passando de 168 em 2014 para 4236 em 2018. A quantidade de médicos que prescreveu tratamento com a sua aplicação também disparou, foi de 321 para 911 no mesmo período, indicando uma elevação de 183%.
O que é a Cannamerica?
Outro fato que merece destaque é a realização da Cannamerica, maior congresso sul-americano que abordará exclusivamente o tema “uso medicinal da cannabis” e acontecerá entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro na cidade de Punta del Este, no Uruguai. O evento contará com 800 participantes, entre médicos, cientistas, educadores, investidores e representantes dos órgãos oficiais. Apesar de tudo isso, muitos passos ainda são necessários para facilitar o acesso dos brasileiros à cannabis terapêutica. E não faltam dados para mostrar como isso é relevante!
Serviço
Data: 30 de agosto a 1 de setembro
Local: Centro de Convenções do Enjoy Resort & Casino, em Punta Del este, Uruguai
Site: https://cannamerica.co/
Por: Tatiane Fornari, Rojas Comunicação – Assessoria de Imprensa
+55 11 98402-3648 | +55 11 3675-4940
www.rojascomunicacao.com.br
tatianefornari@rojascomunicacao.com.br
rojasassessoria@uol.com.br
Fonte: Raphael Mechoulam: professor de Química Medicinal na Universidade Hebraica de Jerusalém. O pesquisador pioneiro da cannabis medicinal no mundo. Raphael Mechoulam, PhD é o avô da pesquisa de cannabis. Possui realizações demais para listarmos. Atualmente, seu título é Professor de Química Medicinal na Universidade Hebraica de Jerusalém. Aos 88 anos, ele continua a contribuir para pesquisas importantes em ritmo acelerado.
Sidarta Ribeiro: diretor do instituto do Cérebro da UFRN, Brasil. O neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro é diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde ingressou em 2008 como Professor Titular. De 2009 a 2011, foi secretário da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento. Sidarta Ribeiro é atualmente o Presidente do Comitê Regional no Brasil do Programa Pew Latin American Fellows em Ciências Biomédicas. Ele também é membro do Comitê Diretivo da Escola Latino-Americana de Ciências Educacionais, Cognitivas e Neurais.
Eliane Nunes: psiquiatra e diretora científica da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Cannabis. Doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP. Médica psiquiatra com experiência em Medicina Canabinóide desde 2014 e criadora do Fórum Municipal na Câmara de São Paulo sobre o tema Cannabis Medicinal. A especialista estuda o trabalho do transtorno espectro da Cannabis e do autismo da América do Sul.
CANNAMERICA nasceu em Jerusalém, em um encontro entre pesquisadores do Hadassah Hospital e executivos do Natux Group e MJ for MDs. CANNAMERICA e o próximo passo de MJ for MDs. É tempo de conectar todas as mentes mais brilhantes do mundo para acelerar a pesquisa cannábica com abordagens multidisciplinares, inovação e tecnologia com profundidade e alto nível. CANNAMERICA foi criada para acelerar o desenvolvimento do mercado de cannabis medicinal nas Américas conectando os maiores atores desta indústria emergente com todos os setores da economia e saúde nas Américas, a partir do Uruguai.