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Transplante de medula óssea em debate

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Segundo dados da publicação Estimativa 2016, Incidência de Câncer no Brasil, do Ministério da Saúde, estão projetados para este ano mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.540 em homens e 4.530 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,63 casos novos a cada 100 mil homens e 4,38 para cada 100 mil mulheres.

A leucemia é uma doença maligna originada na medula óssea, local onde as células do sangue são produzidas. Os glóbulos brancos (leucócitos) são as células acometidas e se reproduzem de forma descontrolada, gerando os sinais e sintomas da doença.

De acordo com a infectologista Márcia Garnica, do Programa de Transplantes do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e professora da faculdade de medicina da UFRJ, por causa das melhorias no tratamento das leucemias, mais pacientes estão sobrevivendo à doença, e uma parte crescente desses sobreviventes tem necessidade de ser submetida a um transplante de medula óssea para atingir a cura definitiva da doença.

“Um problema frequentemente encontrado era a dificuldade no acesso a um doador compatível, porém, hoje, estratégias de doadores alternativos, com base em bancos de doadores, por exemplo, mudaram essa história. Além da utilização como terapia nas leucemias, hoje o transplante também é indicado para alguns indivíduos com doenças não malignas, como a anemia falciforme”, alerta a médica.

Para discutir esses temas – indicações, a busca do doador alternativo, os procedimentos técnicos e os recursos diagnósticos e terapêuticos em transplante de medula óssea (TMO) –, no próximo dia 14, o CHN promoverá sua 1ª Jornada de Transplante de Medula Óssea, no H Niterói Hotel, em Ingá, Niterói, Rio de Janeiro. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do site www.jornadatmochn.com.br.

“Discutir com nossos pares os avanços no âmbito do TMO é fundamental para alavancar as possibilidades de diagnóstico precoce e melhorar ainda mais os resultados e a qualidade de vida desses pacientes. Porém, a disseminação da informação para a sociedade é crucial, pois gera um debate e um alerta sobre essas doenças e contribui muito para a captação de novos doadores”, enfatiza Garnica.

Entre os especialistas que vão palestrar durante a jornada, destacam-se: Ângelo Maiolino, professor associado de medicina da UFRJ, membro do board of directors da International Myeloma Society – International Myeloma Working Group e membro da diretoria da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia; o Dr. Luiz Fernando Bouzas, diretor do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e coordenador do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome/MS); Márcio Nucci, professor associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ; a professora Clarisse Machado, responsável pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Medina Tropical (IMTSP) da Universidade de São Paulo e membro do Council of the International Immunocompromised Host Society.

Serviço
Data: 14 de abril.
Horário: das 8h45 às 17h30.
Local: H Niterói Hotel, Rua Dr. Paulo Alves, 14, Ingá, Niterói, RJ.
Inscrições: www.jornadatmochn.com.br

Saiba mais sobre transplante de medula óssea
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O que é medula óssea?
É um tecido líquido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos); os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa de nosso organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

O que é transplante de medula óssea (TMO)?
É um procedimento terapêutico capaz de reverter o prognóstico de pacientes com doenças benignas e malignas (cânceres) como linfomas, leucemias, tumores sólidos e até mesmo doenças autoimunes. O transplante de medula óssea (TMO) consiste na “aspiração” de células-tronco hematopoiéticas da medula óssea, que são transferidas do tecido (medula) como um todo, ou de células selecionadas do próprio paciente ou de doador compatível, aparentado ou não.

Quais são as formas de TMO e as doenças que se beneficiam com o tratamento?
Hoje há três tipos de transplante: autogênico (autólogo), quando a medula ou as células são do próprio transplantado; alogênico, que utiliza a medula óssea ou as células-tronco de um doador para um paciente; e singênico, em que o doador é um irmão gêmeo.
1. Autogênico – é designado para alguns tipos de doença, principalmente as que não atingem a medula óssea ou em que é possível separar a célula doente da célula sadia. Nesse caso, a medula é retirada, armazenada e se trata o paciente com quimioterapia ou radioterapia para eliminar a doença. Às vezes, é necessário também tratar a própria medula óssea que foi retirada para separar as células malignas das benignas. Indicações: mieloma múltiplo, linfomas e tumores sólidos.
2. Alogênico – possui duas modalidades: aparentado, quando o doador é irmão ou parente próximo compatível com o paciente; e não aparentado, ou seja, voluntários sem vínculo sanguíneo com o paciente, inscritos no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome) ou de bancos de sangue públicos de cordão umbilical e placentário (BSCUP). Indicações: leucemias agudas, tanto a linfoblástica (na qual as células precursoras dos linfócitos tornam-se cancerosas e substituem rapidamente as células normais da medula óssea) quanto a mieloblástica (na qual as células precursoras dos granulócitos tornam-se cancerosas e também, rapidamente, substituem as células normais na medula óssea).

O que a população pode fazer para ajudar os pacientes?
Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (de 5 ml a 10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do Redome e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

Redome
Rua dos Inválidos, 212/11º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ
Telefones: (21) 2505-5656/2505-5639/2505- 5638
E-mail: redome@inca.gov.br

Fonte: INCA.

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