Ter uma rotina alimentar e de treinos evita o efeito sanfona
Dietas ajudam a emagrecer, mas a manutenção do peso controlado só é possível com mudança de hábitos e organização. Nutricionista Cris Perroni explica
Apesar de toda informação, as pessoas ainda buscam dietas, alimentos e treinos mágicos para encurtar o caminho. Dietas para redução de peso devem ter data para começar e acabar, mas o controle do peso perdido é crônico, constante, para sempre. Temos um cardápio farto de dietas: tradicionais, low carb, cetogênica, mediterrânea, paleolítica, vegetarianas, estratégias como jejum intermitente, entre outras. Mas para manutenção de resultados, é preciso ter rotina alimentar e de treinos. Criar um estilo de vida saudável e ativo, compatível com seu momento de vida. Toda vez que seu estilo de vida mudar, é preciso reorganizar sua alimentação e rotina de treinos.
Se você teve uma lesão e reduziu volume de treinos, por exemplo, é preciso rever sua alimentação e variar a modalidade. Pense em um plano B, saia da zona de conforto, reveja e refaça suas estratégias.
Todas as dietas são eficazes para redução de peso, por isso a melhor dieta é aquela que você consegue seguir. Para ter sucesso é necessário déficit energético: reduzir a ingestão alimentar e/ou aumentar o gasto energético. Entretanto, não basta contar calorias; a qualidade da dieta e do treinamento é fundamental para redução do peso e melhora da composição corporal. O objetivo é reduzir a gordura corporal e aumentar a massa muscular.
Há uma tendência em usar maior proporção de proteínas, com o objetivo de promover saciedade, aceleração metabólica e ganho de massa muscular. Afinal, para haver ganho de massa muscular é indispensável treinamento de força, maior proporção da proteína na dieta e atenção a ingestão de carboidratos.
Durante o processo de emagrecimento, é comum chegar a um platô, o peso empaca e há dificuldade para chegar ao peso desejado. Periodizar dietas (utilizar vários tipos de dietas em determinado período de tempo) e treinamento são a chave para burlar o efeito platô. Tenha metas possíveis de serem alcançadas, pense no que você “está disposto a pagar” para chegar no seu objetivo.
Não existem alimentos emagrecedores: retirar glúten ou lactose, usar óleo de coco, suplementar microbiota do magro, chá seca barriga, alimentos termogênicos, nada disso emagrece por si só. E é preciso ter cuidado com dietas restritivas, que são nutricionalmente desequilibradas, aumentam o risco de carências nutricionais e compulsão alimentar.
Para longevidade e qualidade de vida, a base da nossa alimentação deve ser uma dieta plant based (frutas, verduras, legumes, grãos integrais), mesmo que não totalmente vegetariana. Deve-se ainda descascar mais e desembalar menos, apostar em alimentos orgânicos sempre que possível, sendo economicamente sustentáveis, respeitando nossas preferências alimentares, estilo de vida e história clínica. A prática regular de exercício físico ajuda nessa “equação matemática”, melhora a composição corporal e promove saúde física e mental.
Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro
Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2021/07/05/ter-uma-rotina-alimentar-e-de-treinos-evita-efeito-sanfona.ghtml