Tendinite: o que fazer no dia a dia para evitar as dores
A tendinite nada mais é do que uma inflamação do tendão, tecido composto por fibras de colágeno que tem a função de unir os ossos aos músculos. Essa inflamação leva a sinais como dor e diminuição da amplitude do movimento e dificultam as atividades cotidianas.
O problema pode ocorrer em diversas partes do corpo –como em ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos –, tanto em indivíduos sedentários quanto em atletas. Segundo o Ministério do Trabalho, a tendinite esteve entre as 20 principais causas de afastamento por acidente ou adoecimentos em 2017. Dependendo dos locais de incidência, ela pode ser classificada de forma distinta como a tenossinovite, que é a inflamação da bainha sinovial tendínea, o revestimento que facilita o deslizamento do tendão.
Os sintomas mais comuns são dores, geralmente ao mexer ou apalpar o local afetado, sensação de bloqueio nos movimentos e, algumas vezes, edema (inchaço) da região.
As tendinites são condições normalmente temporárias, mas podem se tornar crônicas. E quanto mais crônico –mais tempo com sintomas e inflamação– o problema, mais difícil o manejo e tratamento.
Sua causa está diretamente ligada ao movimento repetitivo, excesso de peso (excesso de exercícios físicos/overuse), movimento não habitual do tendão e uma irregularidade estrutural decorrente de um estiramento ou a rupturas parciais do tendão. Muitas vezes, há um desequilíbrio muscular na região afetada, o que predispõe ao aparecimento dessa doença. O tendão entra em atrito com a bainha, provocando uma irritação e morte celular. A predisposição aumenta em atletas de final de semana, devido ao mau condicionamento físico, má postura, ou reprodução de gestos de movimento com biomecânica inadequada.
Dicas para evitar a tendinite
– Postura Observe sua postura ao ficar parado e, principalmente, ao realizar as atividades mais comuns em sua rotina. Por exemplo, se você sente dor logo que finaliza o expediente e passa o dia digitando no computado, fique de olho na forma como realiza tal tarefa. As empresas já contam com especialistas que são capacitados para orientar alguns ajustes ergonômicos e orientações como o correto posicionamento das mãos, punhos, cotovelos, ombros, lombar e cervical, o que diminui o atrito entre os tendões e as estruturas que estão ao redor.
– Movimente-se Evite ficar na mesma posição por muito tempo. Durante o trabalho, procure se levantar da cadeira e caminhar sempre que possível. Também realize movimentos suaves estendendo braços, pernas e pescoço. Faça movimentos circulares com punhos e abra e feche as mãos para estimular a circulação sanguínea. Participe da ginástica laboral, caso sua empresa ofereça esse suporte. Os exercícios também são eficazes na prevenção e amenizam o desconforto quando existir.
– Alongue-se Um recente estudo publicado indica o alongamento como parte do tratamento da tendinite. A pesquisa recomenda alongar punhos e mãos ao menos uma vez ao dia, como alternativa para combater e prevenir o problema.
– Fortaleça o corpo Trabalhar a musculatura estabiliza as articulações e previne a tendinite. Invista em musculação, treino funcional, pilates.
Tratamento
Na fase inicial ou em caso de muita dor, o gelo e o repouso podem aliviar o problema. O gelo deve ser aplicado durante 15 minutos na região inflamada, com devida proteção da pele com toalha, para evitar queimaduras. Analgésicos e sessões de fisioterapia podem ser necessários para tratamento.
É importante procurar um profissional de saúde logo que os sintomas se iniciarem pois uma tendinite mal tratada pode causar complicações e diminuir a mobilidade da região afetada.
As tendinites são doenças normalmente temporárias quando há o tratamento adequado. Caso contrário, podem se tornar crônicas. Seu diagnóstico dever ser feito por profissionais da área da saúde qualificados e especializados para tratamento adequado.
Por: Paola Machado
*Colaboração da fisioterapeuta Dra. Renata Luri e Dr. Welbert Lima, fisioterapeuta pós graduado em neurofuncional pela UFSCar
Fonte: Paola Machado é fisiologista do exercício, formada em educação física modalidade em saúde pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), mestre em ciências da saúde (foco em fisiologia do exercício e imunologia) e doutoranda em nutrição pela UNIFESP. É autora do Livro Kilorias – Faça do #projetoverão seu estilo de vida (Editora Benvirá). Atualmente, atua como pesquisadora, desenvolvendo trabalhos científicos sobre obesidade, e tem um canal de desafios (30 Dias com Paola Machado) onde testa a teoria na prática. Também é fundadora do aplicativo aplicativo 12 semanas. CREF: 080213-G | SP
Referências: – D’Addona, Alessio et al.,Inflamação na tendinopatia, The Surgeon, Volume 15, Edição 5, 297 – 302. – Varacallo M 1 , Mair SD 2 .Tendinite do manguito rotador, StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): Publicação StatPearls; 2018-. 2018 8 de outubro – Descatha, A., Albo, F., Leclerc, A., Caixa, M., Godeau, D., Roquelaure, Y., Petit, A. e Aublet-Cuvelier, A. (2016), Epicondilite Lateral e Exposição Física no trabalho? Uma revisão de estudos prospectivos e meta-análises. Arthritis Care & Research, 68: 1681-1687. doi: 10.1002 / acr.22874.
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Transcrito: https://paolamachado.blogosfera.uol.com.br/2018/12/13/tendinite-o-que-fazer-no-dia-a-dia-para-evitar-as-dores/?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=paola-machado