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Tendinite na musculação: o que causa? Dá para tratar sem deixar de treinar?

A tendinite é uma inflamação que atinge os tendões, provocando dor, inchaço e limitação dos movimentos.

O problema, que pode ocorrer tanto por causa da atividade física quanto por tarefas repetitivas do dia a dia (como digitar), geralmente afeta os ombros, joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos.

O que causa a tendinite na musculação?

Os tendões são tecidos flexíveis e resistentes, que conectam um músculo ao osso. Eles transmitem a força gerada pelos músculos para os ossos, permitindo assim os movimentos de diferentes partes do corpo —ao andar, digitar e levantar um peso, por exemplo.

Foto: Reprodução/Internet

Quando há sobrecarga ou uso excessivo (ao correr, por exemplo) do tendão, ocorre a inflamação do tecido —que acontece pois o tendão não é tão resistente quanto os ossos nem tão elástico quanto os músculos, assim, fica mais suscetível.

” O excesso de treino, o aumento muito rápido da carga ou o grande volume de exercícios podem levar à sobrecarga no tendão e ao processo inflamatório”

Daniel Cantarelli dos Santos, médico especialista em ortopedia, traumatologia e cirurgia da coluna

A tendinite é classificada de acordo com sua gravidade:

– Estágio 1 Há dor, inflamação e pouca limitação para as atividades

– Estágio 2 Há uma piora da dor e limitação para as atividades que exijam esforço da região afetada; inclusive, há dor em repouso

– Estágio 3 O tendão se rompe, podendo ser necessária a cirurgia

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Sinais da tendinite

Tendinite aguda Assim que ela surge, há o processo inflamatório, com sintomas como:

– dor no tendão, que pode irradiar para os músculos

– vermelhidão local

– sensação de calor e queimação

– inchaço

– formigamento

– perda de força

– redução de mobilidade

Tendinite crônica Quando o problema é persistente, se transforma em tendinose —um processo inflamatório crônico.

“Nesse caso, a dor pode até diminuir de intensidade, mas sempre está presente e, muitas vezes, há incômodo mesmo sem fazer exercício, em movimentos banais —diferentemente da tendinite, que geralmente está relacionada a esforços do tendão”, explica Márcio Gadelha, ortopedista e médico do esporte do Ceará Sporting Clube e das categorias de base da seleção brasileira de futebol masculino.

A tendinite crônica, se não for devidamente tratada, aumenta o risco de rompimento do tendão.

O tratamento da tendinite é multidisciplinar e envolve especialidades como ortopedia, fisioterapia e profissional de educação física. Em quadros inflamatórios iniciais, podem ser indicados medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, fisioterapia e uso de calor ou frio no local. “Se essas medidas iniciais não resultarem em melhora, podem ser feitas infiltrações, com aplicação de corticoides”, completa Gadelha. A cirurgia é indicada em casos mais graves.

Preciso parar de treinar por causa da tendinite?

Foto: Reprodução/Internet

Depende da gravidade do problema. Em casos mais leves é possível continuar fazendo exercícios após consulta e liberação médica. Além disso, a rotina de atividade física deve ser readequada e orientada por um treinador.

“Se a dor não for intensa, alguns ajustes no treino podem permitir que você continue fazendo exercícios e os tendões se recuperem“, diz Luiza Fellet, profissional de educação física e diretora técnica do Studio Personalizzare Vip Training, em Piracicaba (SP). A indicação é:

– Reduza a carga usada nos exercícios que recrutam o tendão inflamado.

– Diminua o número de séries e repetições dos movimentos que exigem trabalho da região lesionada.

– Se o incômodo persistir com a redução do peso e das séries, deixe de fazer o exercício que gera dor, mas siga trabalhando outros grupos musculares (converse com um treinador para ajustar sua planilha)

– Faça exercícios isométricos. Neles, você se mantém parado em uma posição, sem exigir movimento articular.

– “A atividade física promove a liberação de substâncias que aliviam a dor. Assim, depois de fazer ajustes no treino, caso o desconforto passe ou diminua a um nível suportável, podemos dizer que o exercício em si também funciona como terapia”, acredita Fellet.

– Caso o médico libere a prática de musculação durante o tratamento da tendinite, é importante respeitar os seus limites e nunca ignorar uma dor anormal, interrompendo o exercício ao sentir grande desconforto.

“Além disso, é importante ter atenção absoluta, para executar corretamente os movimentos, evitando posturas viciosas e erros que podem sobrecarregar mais a região —ou até mesmo outras partes do corpo”, alerta o ortopedista Daniel Cantarelli dos Santos.

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Como prevenir a tendinite?

– Faça um bom aquecimento no início do treino. Na musculação, isso significa realizar a primeira série de um exercício para o grupo muscular que será trabalhado com peso inferior ao que você costuma levantar no treino.

– Eleve a carga usada nos exercícios gradualmente.

– Não aumente demais o volume de treino (número de exercícios, séries e/ou repetições)

– Realize exercícios de alongamento e mobilidade regularmente.

– Treine sempre com orientação de um profissional de educação física.

Por: Fausto Fagioli Fonseca

Colaboração para VivaBem

Fonte: Márcio Gadelha, ortopedista e médico do esporte do Ceará Sporting Clube e das categorias de base da seleção brasileira de futebol masculino

Luiza Fellet, profissional de educação física e diretora técnica do Studio Personalizzare Vip Training, em Piracicaba (SP)

Daniel Cantarelli dos Santos, ortopedista

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/03/16/tendinite-na-musculacao-o-que-causa-da-para-tratar-sem-deixar-de-treinar.htm

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