Sintomas iniciais do câncer de mama nem sempre são perceptíveis; entenda
As estatísticas oficiais não mentem: depois das doenças cardiovasculares, o câncer é a doença que mais faz vítimas no Brasil. E, quando falamos das mulheres, o segundo tipo mais frequente de neoplasia entre elas são os tumores de mama (perdendo apenas para o câncer de pele do tipo não melanoma)
– Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), por exemplo, indicam que o país terá 73 mil novos casos desse tipo de tumor em 2023.
– Assim como outros tipos de câncer, esse tumor ocorre pela multiplicação desordenada de células anormais na mama. Na maior parte dos casos, o problema começa nas células que revestem os dutos mamários –pequenos “tubos” que transportam o leite para o mamilo.
Foto: Reprodução/Internet
– Mas também há os tumores que se iniciam em outras partes, como nas glândulas produtoras de leite e até em outros tecidos que formam a mama.
– Dependendo o estágio do câncer, até mesmo os linfonodos (estruturas que funcionam como um filtro no corpo) das axilas podem ser atingidos.
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Quais são os sintomas iniciais do câncer de mama?
“Geralmente é uma doença assintomática no início”, afirma. “Assimetria das mamas, nódulo palpável, alteração da pele da mama e secreção pelo mamilo são sintomas que surgem quando a doença já está um pouco mais avançada”, explica a médica.
Por esse motivo, o recomendado é que a mulher realize os exames de rastreio mesmo que não apresente nenhum sintoma.
– No SUS, esse acompanhamento é feito com a mamografia, exame de imagem que analisa as partes internas da mama, a cada dois anos para mulheres acima dos 50 anos.
– Já a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) recomenda que o exame seja realizado anualmente em mulheres acima dos 40 anos.
“Embora o pico da incidência da doença seja a partir dos 50 anos, no Brasil observamos que esse tipo de câncer tem surgido de forma mais precoce nas mulheres”, afirma o mastologista Daniel Cedon Duran, coordenador médico da mastologia na Clínica CAM, em Salvador, e ex-presidente da SBM Regional Bahia.
Vale ressaltar que essa variação pode acontecer de acordo com o histórico de saúde e familiar do paciente. Mulheres com outros casos de câncer de mama na família ou que já tenham tido algum outro tipo de tumor, por exemplo, podem ser orientadas a fazer os exames com maior frequência.
Por que o diagnóstico precoce é importante?
Foto: Reprodução/Internet
Quando diagnosticado cedo, o câncer de mama tem uma chance de cura de até 95%, além de oferecer a possibilidade de utilizar terapias menos agressivas para tratar o problema.
Atualmente, o melhor tratamento é a retirada cirúrgica do tumor junto com uma margem de segurança de tecido para evitar que ele retorne. Dependendo da extensão da doença, é necessário retirar toda a mama —a chamada mastectomia— e reconstruí-la com prótese.
Junto com a cirurgia podem ser associadas terapias como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e ainda o uso de medicamentos específicos para combater certos tumores —a chamada terapia alvo.
No caso específico do câncer de mama, a hormonioterapia —que utiliza medicamentos para inibir a produção de hormônios femininos que estimulam o crescimento do tumor— também pode ser utilizada.
“Com o avanço da medicina nessa área, hoje os tratamentos são bastante individualizados”, afirma Duran.
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E a genética?
Em 2013, a atriz americana Angelina Jolie abriu um importante debate sobre medidas preventivas que mulheres com genes que aumentam a incidência de cânceres femininos podem tomar para evitar que desenvolvam a doença.
Jolie descobriu que era portadora do gene BRCA1, que, junto com o BRCA2, é conhecido por aumentar consideravelmente o risco para desenvolver câncer de mama e de ovário. A mãe da atriz, por exemplo, morreu da doença.
Por isso, ela decidiu passar por uma mastectomia preventiva, retirando as mamas para evitar que desenvolvesse a doença no futuro. Ela também retirou as trompas e os ovários.
De acordo com Luiz Henrique Araújo, coordenador de oncologia do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e head de oncologia da Dasa Genômica, é importante que famílias que tenham casos de câncer de mama e ovário na família sejam acompanhas com um oncogeneticista, quando possível, para mapear o risco desses indivíduos de desenvolver a doença.
“Se existir a presença dos genes, a mastectomia preventiva pode, sim, ser uma recomendação médica, mas é uma decisão tomada após muitas conversas”, afirma.
Por: Danielle Sanches
Colaboração para o VivaBem
Fonte: Inca (Instituto Nacional do Câncer)
Débora Gagliato, médica oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia)
mastologista Daniel Cedon Duran, coordenador médico da mastologia na Clínica CAM, em Salvador, e ex-presidente da SBM Regional Bahia
Luiz Henrique Araújo, coordenador de oncologia do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e head de oncologia da Dasa Genômica
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/01/31/sintomas-iniciais-do-cancer-de-mama-nem-sempre-sao-perceptiveis-entenda.htm