SAÚDE ÍNTIMA : 7 CUIDADOS NO DIA A DIA PARA EVITAR DOENÇAS
Quem nunca perguntou para uma amiga o nome daquela pomada para candidíase para facilitar a vida corrida (em vez de procurar o ginecologista) ou deu uma seguradinha no xixi só pra terminar mais um email? À primeira vista, essas situações podem parecem inofensivas, mas, na verdade elas comprometem, e muito, a saúde íntima.
A seguir falo sobre algumas situações comuns:
E lá? Lavo ou não lavo?
Exagerar na higiene íntima – tanto quanto sua falta – pode causar danos à saúde vaginal, pois ao “lavar” os fungos e bactérias, acaba por remover até a flora boa, como os Bacilos de Doderlein (lactobacilos de proteção da vagina), deixando a região vulnerável. Para higienizar a região íntima, opte por um sabonete glicerinado de pH neutro (como o que você usa no bebê). Lave delicadamente a vulva, principalmente entre os lábios; mas nunca dentro do canal vaginal! A correta higienização evita que resíduos de secreção se acumulem (e se tornem um meio de cultura para bactérias), dando chance para o surgimento de infecções, como a candidíase.
Sequinha e protegida?
Acreditar que o uso de protetor diário durante a academia irá manter a região intima protegida e sequinha é outro erro comum. Na verdade, o uso deste tipo de absorvente durante a prática de atividades físicas acaba produzindo o efeito contrário, tornando a região mais quente, abafada e, consequentemente, úmida! Isso pode favorecer a proliferação de fungos e bactérias oportunistas.
Agora, se você não abre mão desta “proteção extra” durante a malhação, uma opção é utilizar uma gaze (de curativo). Por ser de algodão e apresentar uma trama mais aberta, ela conseguirá manter a área íntima livre do abafamento e sequinha.
Era para ser quente… mas não tanto!
Não é hoje que os produtos de sex shop têm feito parte da rotina dos casais. Entretanto, alguns desses “aditivos” podem trazer mais problemas que prazer durante a relação. Eles podem irritar a mucosa vaginal, fazendo com que seu pH se altere. Resultado: um quadro irritativo, com ardência, prurido (coceira) e corrimento. Nesses casos, o ginecologista deve ser procurado imediatamente.
Nada romântico!
Muitos casais também têm a fantasia de manter relações sexuais na piscina ou no mar. Entretanto, essa é uma opção nada romântica quando o assunto é cuidar da saúde íntima. Tanto o pH da água da piscina (devido ao cloro) quanto do mar (com alto teor de sal e sais minerais) levam a uma alteração também no pH íntimo e na flora vaginal, o que pode favorecer a proliferação de fungos e bactérias e o surgimento doenças.
Pelos na medida
A depilação é outro fator que pode comprometer a saúde íntima. Quando feita em excesso, isto é, com a remoção total dos pelos, a depilação acaba tornado a região íntima desprotegida e sujeita às infecções. Além disso, o próprio atrito entre a genitália e o tecido – seja da calcinha ou de uma roupa mais grossa, através da lingerie – causa uma irritabilidade ainda maior. Por outro lado, a falta de depilação também é prejudicial, uma vez que os pelos (longos) podem facilitar a contaminação da região. O ideal é aparar os pelos, e não tirar tudo! Isso evita inflamações na vulva e também alterações no pH vaginal.
Aguenta só mais um pouquinho…
Que atire o primeiro rolo de papel quem nunca deu aquela seguradinha no xixi só para terminar algo que estava fazendo. Muitas vezes impensada, essa ação pode prejudicar, e muito, sua saúde íntima. Segurar o xixi constantemente e por longos períodos pode desencadear infecções do trato urinário, uma vez que a urina atua como um “limpador” da uretra, ajudando a eliminar bactérias que ali acumulam. Para evitar problemas futuros, dê um tempo e faça seu xixi…
Ah, é só usar aquela pomadinha que passa…
Fez um tratamento para candidíase e sobrou um restinho de pomada? Jogue fora! Isso irá evitar a automedicação caso surja um novo episódio de ardência ou coceira. Sintomas parecidos não são sinônimo de mesma doença e, muito menos, do mesmo medicamento. Além de não surtir efeito, a automedicação pode piorar o quadro, levando até mesmo à inflamação da mucosa vaginal. Então, caso perceba alguma alteração, consulte o ginecologista imediatamente.
Por: Dra. Patrícia Gonçalves
Fonte: Dra. Patrícia Gonçalves,Médica obstetra e ginecologista, professora assistente em Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e do Centro Universitário São Camilo
Transcrito: https://itmae.uol.com.br/vida-de-mae/saude-de-mae/saude-intima