NotíciasNutrição

Refrigerante zero pode ser pior que o normal? Entenda as diferenças

Muitas pessoas trocam o refrigerante normal pelo zero porque acreditam que essas bebidas ajudam no emagrecimento. Mas será que isso é realmente verdade?

O refrigerante é uma das bebidas mais consumidas no mundo, mas a sua alta quantidade de açúcar sempre foi um fator de preocupação por parte dos especialistas e da população em geral. Como alternativa, surgiram os refrigerantes zero, que prometem o mesmo sabor sem as calorias do açúcar. No entanto, muitas pessoas questionam se essas versões são realmente mais seguras ou se podem trazer outros riscos. Afinal, o refrigerante zero pode ser pior que o normal?

– Não necessariamente. O refrigerante zero contém adoçantes no lugar do açúcar, o que reduz drasticamente as calorias, tornando-se uma alternativa para quem deseja controlar o peso ou reduzir a ingestão de açúcares. No entanto, o consumo excessivo de adoçantes pode afetar a microbiota intestinal e influenciar a percepção do paladar, aumentando o desejo por doces. Assim, embora não seja “pior” que o normal, em termos de calorias, seu consumo deve ser moderado – responde a médica nutróloga Eline de Almeida Soriano, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Refrigerante zero ou normal: qual é mais saudável? – Foto:(Reprodução/Internet)

Os profissionais entrevistados pelo EU Atleta explicam que o refrigerante zero é uma opção de bebida considerada uma escolha melhor em comparação com refrigerantes normais ou tradicionais devido à redução de açúcar e calorias. No entanto, ele não deve ser considerado uma alternativa saudável, e seu consumo deve ser moderado.

– Todo alimento ou bebida, se for consumida com moderação, não vai impactar na saúde dos indivíduos, em geral. Não é necessário eliminar nenhum alimento da dieta de ninguém, somente em algumas situações muito específicas. Eu não diria que o refrigerante zero ou normal faz mal, por exemplo. O consumo excessivo de refrigerante zero ou normal é que pode fazer mal, além de existirem opções muito mais saudáveis. Mas entre o refrigerante zero ou comum, eu fico com o refrigerante zero – complementa o médico endocrinologista Roberto Zagury, coordenador do Departamento de Atividade Física da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

– As duas são bebidas ultraprocessadas e devem ser evitadas, pois estão relacionados ao desenvolvimento de mais de 30 doenças. Além do açúcar, no caso do normal, e do edulcorante/adoçante, no caso do zero, essa bebida basicamente possui aditivos alimentares, como corantes e aromatizantes – enfatiza a nutricionista Daniela Canella, pesquisadora e professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Conheça a nossa linha de produtos na pagina em exibição no INSTAGRAM clique na imagem acima

Refrigerante comum versus refrigerante zero

A principal diferença entre os refrigerantes está na composição de açúcares e adoçantes:

– Refrigerante comum: Contém açúcar em grandes quantidades (geralmente sacarose ou xarope de milho), contribuindo para o aumento calórico, picos glicêmicos, além de maior risco de ganho de peso e desenvolvimento de resistência à insulina. Possui calorias;

– Refrigerante zero: Não contém açúcar e utiliza adoçantes artificiais, como sucralose, acessulfame-K ou aspartame, o que reduz significativamente as calorias. No entanto, há debates sobre o impacto desses adoçantes no metabolismo, microbiota e resposta insulínica. Não possui calorias ou tem uma quantidade muito baixa.

Além do impacto metabólico e do consumo de adoçantes, é importante lembrar que os refrigerantes contêm ingredientes como ácido fosfórico e sódio, que podem afetar a saúde óssea e a função renal, quando consumidos em excesso.

– O refrigerante normal tem açúcar, que se consumido em excesso está relacionado ao desenvolvimento de cárie e ao ganho de peso. O que, por sua vez, está relacionado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Já o refrigerante zero possui edulcorante/adoçante, que parece não proteger as pessoas do ganho de peso e, no caso de alguns edulcorantes, está relacionado ao desenvolvimento de câncer – alerta Daniela Canella.

Refrigerante zero é a mesma coisa que refrigerante diet?

Refrigerante zero e refrigerante diet não são exatamente iguais, apesar de serem semelhantes:

– Refrigerante zero: Além de não conter açúcar, a formulação visa manter um sabor mais próximo do original, utilizando misturas específicas de adoçantes para isso. Ambos são isentos de calorias e açúcares, mas a nomenclatura e os adoçantes usados podem variar conforme a marca e o mercado;

– Refrigerante diet: Criado para pessoas com restrições alimentares específicas, como diabéticos, têm a retirada completa do açúcar, substituído por adoçantes, mas pode ter pequenas variações na composição e sabor.

– O processo de fabricação do refrigerante diet é semelhante ao do refrigerante tradicional, com a diferença na composição do adoçante. A base inclui água gaseificada, corantes, aromatizantes e acidulantes. No refrigerante zero ou diet, o açúcar é substituído por adoçantes sintéticos ou naturais (como stévia), garantindo sabor doce sem calorias – esclarece a médica nutróloga

– Ambos têm similaridades (são ultraprocessados, têm corantes e aromatizantes), mas diferem quanto à forma com que são adoçados, sendo que no caso do normal, por ter açúcar, também possui calorias. Nenhum dos dois trazem benefícios nutricionais, só aportam carboidratos de baixa qualidade – ressalta a nutricionista.

Limite recomendado de consumo de refrigerantes

Em julho de 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou o aspartame, um dos edulcorantes mais utilizados em refrigerantes, na lista de produtos “possivelmente cancerígenos”, o que significa que existe um limite máximo de consumo seguro. No caso do aspartame, o órgão recomenda a ingestão diária de até 40 mg por quilo corporal.

Já para o refrigerante normal/tradicional, não há um limite exato definido, mas o consenso entre os especialistas é que o consumo deve ser ocasional e não diário. Consumir a menor quantidade possível, na menor frequência possível.

O ideal, portanto, é evitar qualquer tipo de refrigerante, preferindo a ingestão de água e bebidas naturais, como chás, água de coco e sucos sem açúcar. A reeducação alimentar é sempre a melhor estratégia. Reduzir o consumo de bebidas industrializadas e priorizar alimentos naturais deve ser o objetivo principal para uma saúde metabólica equilibrada.

Compartilhe com os amigos essa matéria via:

WhatsApp Face Book e Telegram

Por: Úrsula Neves, para o EU Atleta — Rio de Janeiro

Fonte: Daniela Canella é nutricionista, mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública. Pesquisadora e professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Eline de Almeida Soriano é médica nutróloga, professora universitária no curso de Medicina e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Roberto Zagury é médico endocrinologista, coordenador do Departamento de Atividade Física da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/reportagem/2025/04/07/c-refrigerante-zero-pode-ser-pior-que-o-normal-entenda-as-diferencas.ghtml

Deixe uma resposta