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Quedas entre idosos são comuns: como prevenir e evitar gravidade

As quedas costumam estar mais presente em dois momentos da vida —quando aprendemos a caminhar e quando somos idosos. No início, estamos aprendendo a controlar nossos movimentos, experimentando. Já para quem ultrapassou os 60 anos, idade que é considerada, no Brasil, o divisor de águas para a popularmente chamada “terceira idade”, as causas são outras.

Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e que um em 20 daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação. Dentre os mais idosos, com 80 anos ou mais, 40% cai a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%. Os dados são do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia)

“Os idosos acabam perdendo um pouco o controle neurossensorial que adquirimos com o crescimento. Quando criança, desenvolvemos o equilíbrio. Com o passar da idade, o perdemos. Há também um atraso da conexão cerebral com o músculo (controle neuromuscular). Por isso, os idosos caem mais”, explica Nemi Sabeh Jr., ortopedista e traumatologista do núcleo de especialidades do Hospital Sírio-Libanês (SP)

Contudo, especialistas afirmam que é possível evitar quadros de queda através da prevenção, de ferramentas que auxiliam a segurança do idoso e de alguns cuidados médicos periódicos.

O que faz cair?

Os idosos caem por vários motivos, mas os principais são a fraqueza da musculatura, a perda de sensibilidade por distúrbio neurológico —como consequência de doenças crônicas, por exemplo—, a diminuição da qualidade da visão e da audição ou até mesmo o efeito colateral de alguns remédios.

A queda é mais perigosa com o avanço da idade, se comparado a acidentes envolvendo pessoas jovens, pelo fato de acarretar maiores complicações. O idoso normalmente já tem alguma perda de massa óssea, o que facilita fraturas, por exemplo.

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Não é tão simples assim

A queda para um idoso pode ocasionar quadros graves, como perda da funcionalidade, necessidade do uso de órteses, como bengala ou andador e, em casos extremos, deixar o paciente acamado e levar a quadros de tromboembolismo venoso, lesões por pressão (as chamadas “escaras”), infecções e até a morte.

Também existe um lado psicológico importante envolvendo o problema. “Após uma queda é muito comum que os idosos sintam medo de cair novamente. Desenvolvendo esse pânico ou medo, ele acaba se limitando cada vez mais e se isola”, diz Elisangela Neto Ribeiro Chaves, geriatra da Home Doctor.

Perda óssea é fator crucial

As mulheres caem mais do que os homens, porém a queda masculina costuma ser mais grave, trazendo desfechos piores.

“Uma explicação plausível é a de que as mulheres, por terem menor nível de estrógenos em comparação às mulheres jovens, têm mais osteoporose do que os homens, que mantém a proteção da testosterona ao longo da vida. Porém, quando os homens têm osteoporose denota-se maior gravidade e, portanto, as quedas nesses pacientes costumam ter piores desfechos”, diz Natan Chehter, geriatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O acompanhamento da saúde dos ossos é muito importante na fase mais avançada da idade adulta, uma vez que ossos mais fracos resultam em mais quedas e consequências mais graves.

As fraturas mais graves que o idoso pode apresentar são a de fêmur e o traumatismo cranioencefálico. Sobre o fêmur, existe uma elevada mortalidade do idoso depois de fraturá-lo. Como é uma condição bastante delicada, o risco de mortalidade também envolve o período pós-operatório do quadro.

“A fratura de fêmur é uma grande complicação para o idoso pelo tempo de imobilismo. Isso interfere na qualidade geral da musculatura e também na capacidade cardiorrespiratória, além do risco de embolia pulmonar. Devido a idade, dificilmente os pacientes se recuperam 100%”, explica Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

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Dá para prevenir, sim!

Exames periódicos de visão são importantes para minimizar o risco de queda na terceira idade. Outro ponto é realizar atividade de fortalecimento muscular, como a musculação ou pilates, e atividade aeróbica de baixo impacto.

Os exercícios na água são interessantes também, assim como trabalhos de equilíbrio executados por fisioterapeutas. Fazendo exercícios orientados por um profissional capacitado, o idoso sempre terá benefício na qualidade muscular e mobilidade.

O ideal é que a casa do idoso seja adaptada. Retirar potenciais obstáculos (tapetes, por exemplo) é uma saída mais simples, mas também é possível instalar barras de apoio em banheiros, instalar pisos aderentes e usar sapatos fechados atrás e bem amarrados.

Para evitar quedas em casa, a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, lista 11 medidas de prevenção (leia mais dicas aqui)

1. Evitar tapetes soltos

2. Escadas e corredores devem ter corrimão nos dois lados

3. Usar sapatos fechados com solado de borracha

4. Colocar tapete antiderrapante no banheiro

5. Evitar andar em áreas com piso úmido

6. Evitar encerar a casa

7. Evitar móveis e objetos espalhados pela casa

8. Deixar uma luz acesa à noite, para o caso de precisar se levantar

9. Esperar que o ônibus pare completamente para você subir ou descer

10. Utilizar sempre a faixa de pedestre

11. Se necessário, usar bengalas, muletas ou outros instrumentos de apoio

Por: Paula Roschel

Colaboração para VivaBem

Fontes: Natan Chehter, geriatra preceptor do serviço de geriatria da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, geriatra do Hospital Estadual Mário Covas, de Santo André (SP) e médico hospitalista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); Elisangela Neto Ribeiro Chaves, geriatra da Home Doctor; Nemi Sabeh Jr,, ortopedista e traumatologista do núcleo de especialidades do Hospital Sírio-Libanês (SP); e Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Albert Einstein (SP) e diretor da Clínica Colunar (SP)

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/08/21/quedas-entre-idosos-sao-comuns-como-prevenir-e-evitar-a-gravidade.htm

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