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Quando emagrecer prejudica a saúde e o desempenho esportivo?

A Deficiência de Energia Relativa no Esporte (RED-S) acontece quando há um desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético e pode afetar atletas amadores e profissionais. Nutricionista Cris Perroni enumera 10 sintomas

A alimentação tem papel fundamental na manutenção da saúde, na proteção do sistema imunológico e no desempenho esportivo, nesse caso ao retardar a fadiga, minimizar riscos de lesões e acelerar a recuperação, entre outras funções. No esporte, a alimentação adequada tem um papel importante para o fornecimento de energia. E para isso, é fundamental:

– Equilíbrio na ingestão de macro (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais);

– Ingestão de fibras;

– Hidratação;

– Suplementação quando necessário.

A Deficiência de Energia Relativa no Esporte causa piora no desempenho esportivo, entre outros problemas — Foto: Internet

Durante a pandemia, a média de ganho de peso da população brasileira foi de cerca de 6,5 quilos, segundo levantamento do Instituto Ipsos realizado ao longo de 2020 e divulgado em janeiro de 2021. Isso aconteceu porque houve redução do gasto energético pela diminuição das atividades diárias e a menor prática esportiva, enquanto, por outro lado, houve um aumento da ingestão de alimentos com maior densidade energética e do consumo de bebida alcoólica. A obesidade é um problema. Mas não é o único.

Com o aumento do peso na balança, é comum a procura por dietas restritivas para acelerar a perda de peso, podendo levar riscos para a saúde, redução do desempenho esportivo e risco de lesões. A ingestão inadequada de energia e a má qualidade da dieta trazem alterações fisiológicas importantes e, como consequência, redução no rendimento, perda de peso com piora da composição corporal (perdendo, além de gordura, massa muscular), imunossupressão, maior risco de infecções frequentes, mau humor, exaustão mental, maior tempo de recuperação e carências nutricionais (ferro, cálcio)

Mulheres ainda sofrem mais com este quadro, podendo ocorrer oligomenorréia (ciclo menstrual irregular), amenorreia (ausência de menstruação) e redução da densidade óssea (osteopenia, osteoporose e risco de fraturas).

Um termo introduzido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) denomina-se RED-S, ou Deficiência de Energia Relativa no Esporte, e está relacionado com uma inadequação de disponibilidade de energia para atender as demandas metabólicas do corpo e da prática esportiva. Ocorre por um desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético. Pode acometer atletas amadores ou de alto rendimento, femininos e masculinos.

Efeitos potenciais de desempenho da deficiência de energia relativa no esporte:

1. Redução da performance em esportes de endurance;

2. Diminuição da força muscular;

3. Redução dos estoques de glicogênio;

4. Menor resposta ao treinamento;

5. Depressão;

6. Irritabilidade;

7. Aumento de risco de doenças;

8. Dificuldades para julgamentos;

9. Diminuição da concentração;

10. Redução da coordenação.

As dietas “tradicionais”, que fazem o controle diário de calorias, normalmente promovem déficit energético de 25% a 30% do valor energético total ou redução de 500 a 750 calorias diárias. Evite restrição abaixo de 1200 calorias/dia.

Não existe a dieta ideal, mas talvez um protocolo que associe várias estratégias para evitar a adaptação metabólica seja uma opção, fazer a associação prudente de todas essas abordagens sem restrições severas ou exageros nutricionais. Deve-se ainda sempre individualizar e rever as estratégias. A melhor dieta é aquela a que você melhor se adapta e mantém saúde.

Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2021/06/28/quando-emagrecer-prejudica-a-saude-e-o-desempenho-esportivo.ghtml

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