Qualidade das refeições e o sedentarismo elevam os números da obesidade infantil
As crianças estão consumindo cada vez mais gordura e sal e cada vez menos vitaminas e cálcio. Os alimentos industrializados, ao invés dos naturais, contribuem para esse cenário.
De um lado, crianças cada vez mais obesas. De outro, mães que acham que os filhos não comem. Mariana Ferrão conversou com o pediatra espanhol Carlos González, famoso no mundo inteiro, para entender o que está acontecendo.
O pediatra e endocrinologista Raphael Liberatori explica um dado alarmante: as crianças estão comendo três colheres de sopa de óleo por dia. Mas será que uma criança gordinha está condenada a ser um adulto gordinho?
A nutricionista Rachel Francischi conta que é possível comer lanche na janta sem culpa. Exemplo de lanche ‘do mal’: 1 cachorro quente, 1 copo de refrigerante e 1 bolinho industrializado com recheio. Exemplo de lanche ‘do bem’: 1 sanduíche de frango grelhado com salada no pão integral, 1 copo de vitamina de leite semidesnatado com banana e 1 porção de salada de frutas.
Pesquisas mostram que a má qualidade nutricional das refeições infantis aliada ao sedentarismo faz com que cresça o número de obesos entre as crianças. O Brasil é um dos líderes na aceleração do ganho de peso infantil, só nos últimos 20 anos, as prevalências de obesidade em crianças de 5 a 9 anos foram multiplicadas por quatro entre os meninos e por cinco entre as meninas. As crianças consomem mais gordura e sal e menos vitaminas e cálcio. Isso se dá pelo número cada vez maior do consumo de alimentos industrializados e menor de alimentos naturais.
A nutricionista Rachel Francischi explica que quando temos uma dieta pobre nutricionalmente, a tendência é comer mais porque não se tem saciedade. O corpo não fica nutrido e continua mandando sinais de fome. Na criança, isso é mais forte por causa do crescimento. Além disso, ela não tem consciência da importância da alimentação, come porque é gostoso. Não é a toa que os industrializados são os mais escolhidos, eles são feitos para serem muito saborosos e até viciantes. Os pais devem escolher o que a criança vai comer e não o contrário.
Consequências da obesidade infantil
Crianças obesas têm maiores riscos de problemas cardiovasculares, resistência à insulina e pré-diabetes, problemas ósseos e articulares, dificuldades respiratórias e estão mais suscetíveis a problemas psicológicos e sociais como a estigmatização, o preconceito, o bullying, a baixa autoestima e até mesmo a depressão. A obesidade infantil aumenta o risco do adulto ser obeso e de sofrer morte prematura.
Por G1, São Paulo
Fonte:Carlos González, pediatra espanhol
Raphael Liberatori,pediatra e endocrinologista
Rachel Francischi,nutricionista
Transcrito:http://g1.globo.com/bemestar/noticia/qualidade-das-refeicoes-e-o-sedentarismo-elevam-os-numeros-da-obesidade-infantil.ghtml