Qual é o papel da genética e do estilo de vida na obesidade?

Danilo Hits 17 de novembro de 202016 de novembro de 2020 0 Comments

Nutricionista Cris Perroni defende abordagem multifatorial e individualizada da doença. Entenda

A obesidade é uma epidemia em todo o mundo, com causa multifatorial, associando fatores genéticos, metabólicos, comportamentais, culturais e ambientais. Até o momento, estudos mostram que a genética contribui com cerca de 3% para o desenvolvimento da obesidade. O ganho excessivo de peso seria explicado, principalmente, pela nosso estilo de vida com maior ingestão alimentar, má qualidade alimentar (maior consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas, preparações cheia de gorduras), vida menos ativa (avanço tecnológico, meios de transporte), sedentarismo, má qualidade do sono (apneia e distúrbios do sono como insônia), estresse e bebida alcoólica. Mas um estudo de revisão da literatura mostrou que alguns indivíduos são mais suscetíveis ao ganho de peso do que outros expostos ao mesmo ambiente obesogênico, que nesse caso pode ser explicado pela genética.

O estilo de vida é fundamental para o combate à obesidade, mas a possibilidade de um componente genético também deve ser avaliada pelos médicos e nutricionistas — Foto: Internet

Estudos realizados com famílias mostram que o IMC (índice de massa corporal responsável pela classificação da obesidade em populações) aumentado de crianças está relacionado ao IMC dos pais. Crianças cujos pais são obesos apresentam maior risco de serem obesos quando comparadas com filhos de pais não obesos.

Cada indivíduo é único, é preciso entender o que levou ao ganho excessivo de peso. Cada indivíduo responde de forma diferente a intervenções para redução de peso, desde o tipo de dieta à prática esportiva. Por isso é tão importante conhecer a história de cada cliente, desde a história clínica até a familiar e o estilo de vida

Não existe “receita de bolo”, dieta pronta na gaveta. As estratégias precisam ser elaboradas para cada fase da vida e ser sempre revistas. É fundamental atenção ao comportamento alimentar, à qualidade e à quantidade da alimentação, à prática esportiva e a ser mais ativo

Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva