Qual é o limite da pressão alta? Veja como identificar
Saiba o que são os valores e os parâmetros de aferição da pressão arterial e como deve ser o diagnóstico de hipertensão
Pressão alta, ou hipertensão, é a elevação sustentada da pressão arterial em níveis acima de 140×90 mmHg, conhecida como “14 por 9”. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50,7 milhões de brasileiros de 30 a 79 anos têm a enfermidade, que é normalmente silenciosa e pode provocar doenças cardiovasculares e insuficiência renal, mas que dá para ser controlada.
Pressão alta: como é medida
Medição regular da pressão arterial é importante para detectar a ocorrência de pressaõ alta – Foto: (Reprodução/Internet)
Geralmente medida em milímetros de mercúrio (mmHg), a pressão arterial possui duas leituras: a pressão arterial sistólica (a pressão nas artérias quando o coração está batendo) e a pressão arterial diastólica (a pressão nas artérias quando o coração está em repouso entre as batidas).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a pressão arterial é considerada alta quando está acima ou igual a 140 por 90 milímetros de mercúrio.
Há ainda as medições por níveis: quanto mais altos os valores, maior a gravidade. Elas podem ser classificadas de graus 1, 2 e 3.
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De acordo com o cardiologista Fernando Lamego, as diretrizes médicas costumam classificar a pressão arterial da seguinte maneira:
– Normal: até 120×80 mmHg
– Pré-hipertensão: 120-139×80-89 mmHg
– Hipertensão estágio 1: 140-159×90-99 mmHg
– Hipertensão estágio 2: 160×100 mmHg
– Hipertensão estágio 3: superior a 160×100 mmHg
– Essas categorias são apenas diretrizes gerais, e a avaliação da pressão arterial deve ser realizada por profissional de saúde. O diagnóstico e o tratamento da hipertensão podem variar de acordo com outros fatores de risco e condições médicas individuais. Se você estiver preocupado com sua pressão arterial, é recomendável procurar orientação médica para uma avaliação mais precisa e apropriada ao seu caso – alerta o cardiologista.
Pressão alta: o que é cada número
Foto: (Reprodução/Internet)
Pressão arterial sistólica: refere-se à pressão nas artérias quando o coração está batendo, ou seja, durante a contração do músculo cardíaco. Este número é o valor mais alto e representa a força do sangue contra as paredes das artérias no momento em que o coração está bombeando o sangue para o resto do corpo.
Pressão arterial diastólica: refere-se à pressão nas artérias quando o coração está em repouso entre as batidas, ou seja, durante o período de relaxamento do músculo cardíaco. Este número é o valor mais baixo e representa a pressão residual nas artérias quando o coração não está bombeando sangue.
No exemplo 120×80 mmHg, que é considerada uma pressão arterial normal, 120 é a pressão arterial quando o coração está batendo e 80 é a pressão arterial quando o coração está em repouso entre as batidas. O “12 por 8” é uma simplificação.
Pressão alta: como identificar
A pressão arterial pode ter variações ao longo do dia e de acordo com as atividades realizadas e as emoções sentidas. Ter pressão alta em um momento do dia não quer dizer que o indivíduo tenha pressão alta crônica.
De acordo com a SBC, é normal a pressão arterial durante o dia ser ligeiramente mais alta do que durante a noite. O limite não deve ultrapassar 135×85 mmHg de dia e 120×80 de noite.
– É lógico que, com isso, nós temos que fazer uma média e verificar o quanto essa pressão fica acima dessa média. E quando eu calculo a média das 24 horas, eu uso o valor de 130 por 80 como referência – explica o cardiologista Camillo Junqueira.
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Há situações que podem elevar a pressão arterial temporariamente:
– Atividade física: durante o exercício físico, a pressão arterial tende a aumentar para fornecer mais oxigênio e nutrientes aos músculos;
– Estresse e ansiedade: situações estressantes ou emocionalmente pesadas podem causar aumento na pressão arterial devido à liberação de hormônios do estresse, como a adrenalina;
– Consumo de cafeína ou nicotina: consumo de cafeína (presente em café, chás, refrigerantes e outros produtos) e nicotina (presente em cigarros e produtos de tabaco) pode aumentar a pressão arterial;
– Refeições pesadas: após uma refeição rica em gorduras e carboidratos, a pressão arterial pode aumentar devido à elevação do fluxo sanguíneo necessário para digerir os alimentos;
– Medicamentos: certos remédios, como descongestionantes, para perda de peso, esteróides e antidepressivos, podem causar elevações na pressão arterial como efeito colateral.
Como há possibilidades de variações, é importante monitorar a pressão arterial regularmente e prestar atenção a quaisquer padrões consistentes de pressão alta. Há o exame chamado Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) que serve para medição da pressão arterial ao longo de 24 horas, o que ajuda no diagnóstico.
– A gravidade e a frequência dos picos de pressão arterial alta podem variar de pessoa para pessoa, e é importante monitorar essas variações para garantir que não haja preocupações com a saúde cardiovascular – pondera Fernando.
Apesar de o quadro normalmente ser silencioso, atente-se a possíveis sinais de pressão alta: dor de cabeça (especialmente na região da nuca), tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza e visão embaçada.
O diagnóstico de pressão alta é realizado por meio da aferição da pressão arterial com o aparelho chamado esfigmomanômetro, cuja utilização é normalmente acompanhada do estetoscópio.
Os exames para detectar pressão alta incluem:
Foto: (Reprodução/Internet)
– Aferição da pressão arterial: o profissional de saúde utiliza um manguito inflável ao redor do braço, que é inflado e depois desinflado enquanto escuta os batimentos cardíacos com um estetoscópio. Os resultados são expressos como dois números, por exemplo, 120×80 mmHg, representando a pressão arterial sistólica e diastólica.
– Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA): é um método em que o paciente usa um dispositivo portátil que mede a pressão arterial regularmente durante 24 horas. Isso pode proporcionar uma visão mais abrangente do padrão da pressão arterial ao longo do dia e da noite;
– Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA): pacientes podem ser instruídos a aferir a própria pressão arterial em casa usando um monitor de pressão arterial. Isso pode ser útil para avaliar a pressão arterial em um ambiente mais natural e fornecer informações adicionais sobre o controle da pressão arterial;
– Exames laboratoriais: em alguns casos, exames de sangue podem ser solicitados para avaliar possíveis fatores de risco, como níveis de colesterol e glicose e função renal.
Para o diagnóstico de hipertensão, os valores de referência geralmente seguem as diretrizes médicas. No entanto, o diagnóstico e o tratamento devem ser personalizados, levando em consideração questões individuais, histórico médico e outros fatores de risco.
– Hipertensão muitas vezes não apresenta sintomas evidentes, por isso a medição regular da pressão arterial é crucial, especialmente em pessoas com fatores de risco, como histórico familiar de hipertensão, idade avançada, obesidade, entre outros – aponta Fernando.
Exame MAPA
O mapa é o exame que ajuda no diagnóstico de hipertensão crônica. Ele irá mostrar se o paciente está sofrendo picos de pressão ou se a hipertensão é sustentada, ou seja, se ocorre durante o dia todo.
– O exame de MAPA é frequentemente utilizado para avaliar a pressão arterial de pacientes com suspeita de hipertensão do jaleco branco (quando a pressão arterial é mais alta no consultório médico do que em outras situações) ou para monitorizar o efeito do tratamento anti-hipertensivo ao longo do tempo. A realização do MAPA é importante por várias razões, e é especialmente útil para compreender os padrões de pressão arterial ao longo do dia e distinguir entre a hipertensão real e situações em que a pressão arterial pode estar elevada temporariamente – explica Fernando.
Segundo Camillo, o MAPA é o único exame que consegue fazer uma comparação da pressão durante o dia e a noite e analisar a queda da pressão arterial no período noturno.
Tipos de aparelho de pressão
Há dois tipos de aparelhos que servem para aferir a pressão arterial, o de braço e o de pulso. Eles podem ser comprados e utilizados em casa para o monitoramento caseiro – o que não exclui a necessidade de acompanhamento médico.
Aparelho de braço
– Vantagens: são considerados mais precisos do que os de pulso. Podem ser mais fáceis de usar para algumas pessoas, especialmente idosos;
– Considerações: a posição correta do braço e do manguito é crucial para garantir leituras precisas. É mais sensível a movimentos do corpo durante a medição.
Aparelho de pulso
– Vantagens: são portáteis, compactos e geralmente mais confortáveis de usar. Podem ser uma opção conveniente para monitoramento regular;
– Considerações: a posição do pulso deve ser precisa, e o braço deve estar na altura do coração para obter leituras mais confiáveis. Podem ser sensíveis a movimentos e posição inadequada.
Dicas
Certifique-se de escolher um dispositivo validado clinicamente. A validação indica que o aparelho passou por testes rigorosos de precisão;
Escolha o manguito adequado ao tamanho do braço. Manguitos inadequados podem resultar em leituras imprecisas;
Siga as instruções do fabricante e as orientações de profissionais de saúde para garantir a precisão das leituras.
Medições
Independente do tipo de aparelho escolhido, a consistência nas medições é essencial para monitorar a pressão arterial ao longo do tempo. Medir sempre no mesmo horário do dia, sob as mesmas condições, dá uma visão mais precisa das mudanças na pressão arterial;
A precisão da medição da pressão arterial por aparelhos automáticos é geralmente considerada apropriada, exceto em casos de fibrilação atrial (tipo de arritmia), nos quais a aferição realizada por aparelhos aneroides (manuais) é mais indicada.
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Por: Rebeca Letieri, para o EU Atleta — Rio de Janeiro
Fonte: Fernando Lamego é cardiologista ortomolecular do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Niterói.
Camillo Junqueira é mestre e doutor em Medicina e professor de Cardiologia da Universidade Unigranrio | Afya.
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/guia/2024/03/26/c-cha-de-quebra-pedra-funciona-para-que-serve-e-como-fazer.ghtml