Por que um lado do corpo é mais forte do que o outro?
Você já deve ter percebido que consegue levantar mais peso com o braço direito do que com o esquerdo (ou vice-versa)
Pegue um par de halteres idênticos e faça o teste: veja quantas vezes você consegue levantar o objeto com um braço, e depois com o outro. As chances de os números não serem iguais são enormes, sabia?
“É verdade que o nosso corpo não é simétrico, aliás, a assimetria é bela. Se nós fossemos fazer uma cópia exata do nosso lado direito e replicá-la para o lado esquerdo, seríamos completamente simétrico, mas a aparência não ficaria tão boa”, explica o médico ortopedista David Gusmão, especialista em quadril.
E isso vem desde cedo: começa lá no ventre da mãe. Durante a metade final da gravidez, o bebê vai se posicionando e “escolhendo lados” — um deles fica em direção à coluna lombar da mãe, enquanto o outro fica direcionado para o lado da barriga. “Inclusive, muitos problemas da infância podem ocorrer com mais frequência no lado esquerdo, que é o lado que fica mais voltado para a coluna lombar materna”, complementa o especialista.
Foto: Reprodução/Internet
E a formação não é a única que contribui para esse desequilíbrio. No dia a dia, a gente acaba usando mais um lado do corpo do que outro por conta de uma característica do cérebro. “O nosso cérebro comanda os membros inferiores posteriores e inferiores superiores de uma forma cruzada. E isso faz com que tenhamos diferenças de habilidade, de equilíbrio, de força, de mobilidade e, muitas vezes, até de amplitude de movimentos entre os lados”, diz David Gusmão.
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Exemplos no mundo do esporte não faltam: tenistas escolhem uma das mãos para segurar a raquete, jogadores de futebol geralmente chutam com apenas uma das pernas… E por aí vai.
ISSO É NORMAL?
Foto: Reprodução/Internet
Completamente normal e dificilmente traz prejuízos, de acordo com o ortopedista. Se você se incomoda com a questão, pode melhorá-la treinando o lado que considera mais fraco, por exemplo. Mas esteja ciente: esse desequilíbrio sempre vai existir, em maior ou menor grau.
Isso porque as diferenças também podem ser biológicas. “Às vezes, um músculo pode ter mais inervações do que o seu oposto. Isso muda, então, a capacidade de ativação dos mesmos.”
Para trabalhar a questão, o profissional sugere atividades que desenvolvam as capacidades motora, de ativação neuronal, de contração muscular e de propriocepção — que é a característica de saber onde está o corpo sem olhar para ele. “Isso traz vários benefícios cognitivos e em relação às nossas habilidades mais finas.”
Por: Giovana Santos
Fonte: David Gusmão, médico ortopedista especialista em quadril
Transcrito: https://boaforma.abril.com.br/movimento/lados-do-corpo/
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