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Por que sinto que como mais quando estou em casa?

E dicas para driblar a vontade de coisas nada saudáveis durante a quarentena

Você sente que já comeu mais nos 15 dias que está em casa do que comeria em um mês inteiro? Muita gente compartilha da sensação. “Com mais tempo ocioso, ficamos mais entediados, sem compromissos. Por isso, há uma tendência em aumentar a frequência alimentar na tentativa de preencher a agenda. E isso pode ser um problema para pessoas que têm dificuldade em discernir onde acaba o apetite e começa a ansiedade, particularmente em situações de estresse, decepção, apatia ou em momentos de grande incerteza”, explica a endocrinologista Rejane Vaz, da Endoclínica São Paulo.

É só parar e refletir: você anda comendo quando está realmente com fome? Ou está beliscando sempre que pode? Seja para compensar nossos sentimentos, para matar a vontade de algo ou até para adequar-se socialmente (como em festas), muitos são os motivos que nos levam a comer sem sentir fome. “Então, por que não evitar ficar perto de alimentos que são potenciais gatilhos para você? Não tenha estoque deles em casa. As proteínas, por exemplo, ajudam na saciedade. Assim como as fibras e gorduras (mas priorize as boas, como abacate e azeite)”, aconselha a médica.

Fome emocional versus fome física

Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, explica que, nessas horas, é preciso saber diferenciar dois tipos de fome: a física e a emocional. “A fome emocional está relacionada a uma dificuldade em lidar com nossos sentimentos, tristezas e ansiedades. Além disso, o meio externo pode dificultar opções alimentares mais saudáveis, dependendo do local e das companhias”. É por isso que o isolamento social é um momento tão propício para ela aparecer.

O médico, em seu site, produziu um e-book que nos ajuda a descobrir que tipo de fome estamos sentindo no momento. Veja algumas dicas:

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> “A fome física cresce progressivamente. Já a emocional aparece de repente”;

> “A fome emocional gera vontade de alimentos específicos (como um súbito desejo por doces)”;

> “A fome física acaba quando você se alimenta. A emocional não: você é capaz de comer quantos biscoitos encontrar pela frente”;

> “A fome emocional pode vir acompanhada de sentimentos como culpa e vergonha, que podem evoluir para quadros de compulsão”.

E como evitar que nos deixemos levar pela fome emocional?

Apostando em alguns truques quando você estiver em casa. A nutricionista Angelica Grecco, do Instituto EndoVitta ensina o que fazer:

Cozinhe mais

“Existem várias receitas na internet com ingredientes simples e de fácil preparo. Quanto mais natural a alimentação, melhor para a saúde, e você irá economizar pedindo menos comida em restaurantes/aplicativos”, afirma a especialista.

Peça o apoio de sua nutricionista, ela com certeza terá sugestões de refeições saudáveis e variadas. “Além disso, já que você vai cozinhar, limite as porções. Evite, por exemplo, colocar travessas inteiras na mesa, monte sua entrada e o prato principal”, ela aconselha. Vale também cortar o bolo em pequenos pedaços para não pegar um pedaço enorme quando bater a vontade.

Faça snacks saudáveis e gostosos: corte batata-doce, abobrinha, cenoura, vagem ou berinjela em fatias bem fininhas, temperando com azeite e orégano. Em seguida, coloque no forno para assar. “Invista nas oleaginosas, como castanha de caju, ricas em nutrientes e que promovem saciedade. Aproveite as frutas secas que possuem propriedades nutricionais e boa durabilidade. E abuse das frutas frescas.”

Evite os congelados

“Algumas pessoas estão priorizando congelados e industrializados na hora de fazer as compras para os dias de isolamento, já que são produtos que apresentam um prazo de validade maior. No entanto, esse é um erro grave para a saúde”, alerta Angelica. Basta se planejar e usar as técnicas corretas para congelar e armazenar os alimentos. Assim, você consegue garantir refeições nutritivas por mais tempo.

Ocupe-se

“Mantenha a mente ocupada. Essa vontade de comer pode ser fruto da ansiedade. Com o tempo livre durante a quarentena, costumamos mergulhar em pensamentos que nos deixam ainda mais angustiados. Leia um livro, assista séries e filmes que você goste, faça exercícios físicos e meditação.”

Exemplo real

E não somos só nós, meros mortais, que sofremos com a vontade de comer mais durante a quarentena. Amanda Ribas (@amandaufcribas), atleta do UFC, contou que de vez em quando precisa lançar mão de alguns segredinhos para manter a saciedade por mais tempo. “Um pouco antes das refeições eu tomo bastante água. E se o desejo por um docinho aparece, tento controlar com a ingestão de alguma fruta no lugar.”

Ela, que tem 26 anos, praticamente nasceu no tatame: toda a sua família é amante de esportes. Amanda já foi até da Seleção Brasileira de Judô, mas hoje se dedica ao MMA (artes marciais mistas). E agora que acabou de chegar de um campeonato em Brasília, está tentando manter a rotina de treinos em casa e não perder condicionamento durante a quarentena.

Para não descontar a ansiedade na comida, ela tem algumas receitinhas na manga e sempre preza por ingredientes saudáveis e nutritivos. “Alimentação é como colocar gasolina em um carro. Não importa o quão bom ele seja, se seu combustível é de má qualidade, ele pode quebrar”, explica. Veja o que ela ensinou com exclusividade para a Boa Forma:

Divulgação UFC (UFC/Divulgação)

Por: Amanda Panteri

Fonte: Rejane Vaz, endocrinologista da Endoclínica São Paulo

Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês

Angelica Grecco,nutricionista do Instituto EndoVitta

Transcrito: https://boaforma.abril.com.br/dieta/por-que-sinto-que-como-mais-quando-estou-em-casa/

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