Por que salsicha faz mal para a saúde? Tem uma porção segura para consumo?
Ingrediente principal do cachorro-quente, a salsicha é um embutido e seu consumo é bastante controverso. O alimento industrializado contém grandes quantidades de gorduras, conservantes, aditivos, sódio e colesterol. Porém, pelo fato de seu preço estar mais acessível do que a carne vermelha, é comum que ela esteja presente com frequência na dieta de muitos brasileiros.
“A salsicha é um ultraprocessado, mas fornece uma grande quantidade de proteínas. Isso pode contribuir para reduzir a desnutrição calórica. No entanto, é importante lembrar que é preciso consumir com moderação e este alimento deve fazer parte de uma dieta equilibrada para não ser prejudicial ao organismo”, destaca Paulo Henkin, nutrólogo e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)
Veja abaixo tabela nutricional da salsicha não aquecida (50 g, equivalente a uma unidade):
Foto: Reprodução/Internet
– Calorias: 109 Kcal
– Proteínas: 6,9 g
– Gorduras: 7,35 g
– Cálcio: 17 mg
– Sódio: 597 mg
– Magnésio: 9,65 mg
– Fósforo: 110,5 mg
– Potássio: 95 mg
– Selênio: 3 mg
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Do que é feita a salsicha?
Há diversos tipos de salsichas disponíveis no mercado. De forma geral, é possível encontrar as que são produzidas com carne bovina, suína ou de frango. Elas costumam ser feitas daquela carne que sobra e fica presa no osso do animal e também de miúdos moídos.
O alimento é obtido por meio da emulsão de carne de uma ou mais espécies de animais de açougue e submetido a um processo térmico adequado. Portanto, ocorre uma mistura de carne com a umidade da gordura. Como todos os ultraprocessados, ela apresenta mais calorias, sódio, corantes e conservantes do que o recomendado.
Os conservantes e aditivos são incorporados na salsicha para garantir seu aspecto, textura, sabor e cor.
Quantidade recomendada
Foto: Reprodução/Internet
Não existe uma quantidade recomendada. De acordo com os especialistas consultados por VivaBem, o ideal é que seja uma comida de exceção, ou seja, a salsicha deve ser consumida em pequenas quantidades e, de preferência, uma ou duas vezes por semana, no máximo.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), consumir cerca de 50 g de carne processada diariamente já é arriscado para a saúde. Neste caso, a quantidade seria equivalente a ingerir uma salsicha por dia.
Vale destacar que um cachorro-quente ou um espaguete com salsicha, em uma dieta equilibrada, não oferece risco à saúde. A hipótese do risco aparece no consumo quase diário de dietas pobres em variedade de nutrientes.
Paulo Henkin, nutrólogo e diretor da Abran
Riscos do consumo em excesso
Consumir salsicha regularmente, com outros ultraprocessados, como mortadela, linguiça, hambúrguer e frango empanado (nuggets), aumenta o risco de diversas doenças e compromete bastante a saúde.
Um dos riscos citados com frequência pelos pesquisadores é o aumento do risco de câncer. De acordo com um estudo divulgado no periódico American Journal of Preventive Medicine, o consumo de ultraprocessados está relacionado à morte prematura de 57 mil pessoas por ano no Brasil.
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Os principais problemas de saúde que podem surgir com o consumo excessivo de salsicha são:
– Diabetes
– Obesidade
– Doenças cardiovasculares
– Hipertensão
– Depressão e distúrbios do humor
– Síndrome metabólica
– Asma
– AVC
Esses problemas de saúde acontecem porque as carnes processadas possuem grandes quantidades de compostos químicos que são adicionados na sua produção. Entre eles, destacam-se os nitritos e nitratos. Esses itens podem alterar o DNA do organismo, que fica mais propenso a doenças, como o câncer.
A salsicha é considerada uma fonte de calorias vazias, ou seja, é um produto alimentício que não possui uma composição capaz de nutrir o indivíduo. Porém, é fonte de aditivos alimentares e excesso de calorias, em contraponto ao baixo valor nutricional.
Jamile Tahim, nutricionista mestre pela UECE (Universidade Estadual do Ceará)
Dá para tornar a salsicha mais saudável?
Foto: Reprodução/Internet
As salsichas costumam ter a mesma composição e nutrientes, independentemente do tipo escolhido. No entanto, as de frango e as versões lights são consideradas um pouco mais saudáveis. Há ainda opções que não levam a carne mecanicamente separada.
“A composição da salsicha é considerada desbalanceada e fonte de substâncias pró-inflamatórias. No entanto, pensando no contexto de insegurança alimentar de pessoas induzidas ao consumo pelo baixo preço, o recomendado é ferver o alimento antes do preparo”, indica Tahim.
Veja abaixo algumas dicas na hora da compra e preparo da salsicha:
– Na hora de escolher a salsicha, é fundamental olhar os rótulos e comparar os ingredientes. É importante lembrar que quanto menos itens tiver, melhor a qualidade do produto.
– Cheque o prazo de validade e verifique se há um selo que indique que o alimento foi inspecionado e produzido em um local adequado.
– Escolha as salsichas que estão embaladas a vácuo em plástico e sem muita água. Isso garante que o produto esteve em temperatura de refrigeração adequada e evita o risco de contaminação e deterioração.
– Evite comprar as salsichas “soltas”, que são embaladas nos mercados o manuseio pode ter sido realizado de forma inadequada.
– As opções fervidas, refogadas, assadas no forno são as mais saudáveis. Evite preparar a salsicha frita ou queimar na grelha por muito tempo.
– Quem deseja aumentar o teor de proteínas na alimentação sem o consumo de embutidos pode utilizar fontes vegetais de aminoácidos, como o arroz integral com feijão e ovos.
– Sempre que possível, opte por refeições caseiras, com legumes, verduras e frutas.
Referência: TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos)
Por: Samantha Cerquetani
Colaboração para o VivaBem
Fonte: Paulo Henkin, nutrólogo e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)
OMS (Organização Mundial de Saúde)
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/04/05/salsicha-faz-mal-para-a-saude-veja-riscos-e-quantidade-recomendada.htm