Por que é tão difícil manter o peso perdido?
Nutricionista Cris Perroni conta que a fisiologia explica essa dificuldade, que aumenta em dietas muito restritivas, quando há abandono da rotina alimentar e de treinos depois de alguns meses
A redução do peso e da gordura corporal, na maioria das vezes, está relacionada à redução da ingestão alimentar e ao aumento do gasto energético, com a associação da dieta com a prática esportiva. Independente do tipo de dieta, a redução de peso ocorre em função da restrição energética. No período de um ano, todas as dietas têm efeito similar na perda de peso. Entretanto, a qualidade da dieta e a prática esportiva regular importam para garantir a redução da gordura corporal e minimizar a perda de massa muscular.
O avanço tecnológico faz com que poupemos energia: vale resistir a facilidades como o elevador, por exemplo — Foto: Reprodução/Internet
O maior desafio no tratamento do excesso de peso é evitar o reganho de peso. Há grande dificuldade na manutenção do peso perdido. O chamado efeito sanfona (emagrecer e engordar) acaba levando à frustração e abandono do tratamento. Estudos mostram reganho do peso inicial entre 12 a 24 meses após a perda. Por que isso acontece?
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1. É mais fácil ingerir calorias do que gastar, a balança desequilibra com muita facilidade. Existe grande oferta de alimentos com alta densidade energética, o que é agravado por maior consumo de bebida alcoólica e menor regularidade na prática esportiva.
2. Tendemos a poupar energia para execução das atividades diárias, o que é facilitado pelo avanço tecnológico e pela melhora dos meios de transporte. Somos seres poupadores, economizamos energia.
Foto: Reprodução/Internet
3. Estudos apontam que quando há restrição energética, há diminuição no gasto energético basal e no gasto energético total. Ou seja, conforme o indivíduo emagrece, o gasto energético reduz, mesmo com a manutenção da massa muscular, dificultando esse “equilíbrio da balança” e favorecendo o reganho de peso.
4. Outra questão apontada nos estudos é que indivíduos com obesidade, quando submetidos à restrição energética para redução de peso, apresentam aumento da fome e da secreção de grelina (hormônio produzido principalmente pelas células do estômago e do pâncreas, secretado quando o estômago está vazio), dificultando o controle da ingestão alimentar e facilitando reganho de peso.
Para manutenção do peso perdido é preciso ter rotina alimentar e de treinos. Organizar sua alimentação da semana e do final de semana. Aprender a fazer melhores escolhas e negociar. Escolher alimentos que gerem prazer e saciedade.
Crie um estilo de vida saudável e ativo, compatível com seu momento de vida. Toda vez que seu estilo de vida mudar, é preciso reorganizar sua alimentação e rotina de treinos.
Referência:
Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade. Abeso, 2022.
Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro
Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2022/07/18/por-que-e-tao-dificil-manter-o-peso-perdido.ghtml