Por que e quando podemos precisar de suplementos?

Danilo Hits 5 de fevereiro de 20224 de fevereiro de 2022 0 Comments

Endocrinologista explica que suplementação sem orientação médica ou nutricional pode fazer mal à saúde e enumera os tipos de substâncias que podem ser suplementadas

A palavra suplementação vem de “suprir algo que falta”, ou seja, complementar uma insuficiência por ingestão ou absorção inadequada. Existe um conceito interessante chamado de “food first”, que significa “comida primeiro”. Nesse conceito, orienta-se suprir todas as necessidades biológicas de um paciente de forma simples, com alimentos de verdade. No entanto, nem sempre conseguimos alcançar níveis ótimos de determinados micronutrientes apenas com comida. Isso ocorre por vários motivos, dentre eles:

Cada tipo de suplemento se encaixa em uma necessidade e sua prescrição deve ser individualizada Foto: Reprodução/Internet

1. Nosso solo não é rico como antes;

2. É difícil encontrar peixes selvagens que se alimentem de algas como o salmão, o que mais vemos é o salmão de cativeiro que se alimenta de ração;

3. Estamos expostos diariamente a muitos poluentes, substâncias tóxicas e inflamatórias que muitas vezes precisam de outras para serem metabolizadas;

4. Passamos grande parte de nosso tempo presos em escritórios sem exposição à luz solar para produção suficiente de vitamina D, por exemplo;

5. Existem suscetibilidades genéticas que não permitem uma boa absorção de determinados nutrientes;

6. Com o envelhecimento, a capacidade de absorção de nutrientes pode diminuir;

7. Utilizamos medicamentos que inibem absorção de nutrientes. Por exemplo, metformina e omeprazol bloqueiam absorção da vitamina B12; cirurgia bariátrica reduz absorção de vitaminas lipossolúveis; antibióticos causam redução da absorção da vitamina D; e por ai vai.

Tipos de suplementos

Podemos suplementar:

– Macronutrientes como carboidratos (maltodextrina, a palatinose, a D-ribose), proteínas (whey protein, creatina, BCAA) e gorduras (Ômega 6 e 3);

– Micronutrientes como vitaminas (C, D, B12 etc) e minerais (ferro, zinco etc)

– Substâncias com algum fim específico, como os termogênicos, os probióticos, os estimulantes e os adaptógenos.

Foto: Reprodução/Internet

Portanto, existe de fato uma infinidade de suplementos. A suplementação então depende do objetivo de cada um, da individualidade biológica de cada um, da idade e do estilo de vida. Por isso, ela deve ser avaliada pelo médico ou pelo nutricionista para ser efetiva e benéfica para a saúde. Infelizmente, no Brasil comprar ou buscar um medicamento ou suplemento na farmácia por conta própria é muito comum. No entanto, esses suplementos possuem quantidades de cada um dos micronutrientes não personalizadas para a sua deficiência ou, ainda, podem possuir excesso daquilo que você já possui em abundância, podendo causar uma intoxicação.

É fundamental reforçar que mudanças alimentares ou introdução de suplementos devem ser feitas com acompanhamento e orientação do médico e nutricionista. Indivíduos com doenças e comorbidades devem sempre ter o acompanhamento do médico especialista.

Por: Guilherme Renke – Rio de Janeiro

Fonte: Guilherme Renke, Médico endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Médico do Esporte Titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte