Olho e pálpebra tremendo? Cuidado, pode não ser um bom sinal
Quem nunca sentiu aquele famoso tremor nas pálpebras? Algo tão irritante quanto impossível de ser controlado. Pior: pode durar dias, com direito a curtos intervalos. Mas por que isso é tão comum e, ao mesmo tempo, difícil de ser evitado?
Chamado de mioquimia palpebral, o tremor nas pálpebras geralmente não é considerado uma doença. No entanto, ele deve ser um sinal de alerta: a tremedeira indica que algo não está bem no seu corpo e no seu estilo de vida.
Veja quais fatores estão associados a essa reação e o que fazer em cada caso:
Fadiga, estresse e secura nos olhos estão associados ao tremor nas pálpebras – Foto: Reprodução/Internet
– Fadiga: pode ser causada pelo uso contínuo de computadores ou monitores (síndrome da visão do computador). Nestes casos, intercale períodos de trabalho com períodos de descanso dos olhos;
– Estresse: evite ou tente resolver situações do ambiente de trabalho, ou familiar que estejam ligadas ao aumento da ansiedade. Relaxantes musculares leves podem ser usados sob indicação médica;
– Secura nos olhos: também pode estar relacionada ao uso contínuo de computadores. Use colírios lubrificantes preventivamente e aumente a umidificação do ambiente de trabalho;
– Cafeína: se a causa for associada ao consumo excessivo de cafeína, de bebidas energéticas ou de cigarro, reduza ou suspenda o uso;
– Causa não identificada: o ideal é fazer uma consulta oftalmológica completa com objetivo de avaliar a função muscular das pálpebras, a superfície ocular e o fundo de olho.
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Por que o estresse leva ao tremor
A tremedeira nas pálpebras é quase sempre unilateral, e aparece porque liberamos hormônios ligados ao estresse que vão para o sistema nervoso autônomo. Estes hormônios levam estímulos para a região, que passa a ter contrações involuntárias, ou seja, impossíveis de se controlar.
Se você tem esse sintoma com frequência, o ideal é consultar um oftalmologista para descartar qualquer outra doença. Conjuntivite e olho seco, por exemplo, também podem provocar os espasmos.
Além disso, doenças como o mal de Parkinson e a Síndrome de Tourette (desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos ou vocalizações que ocorrem repetidamente) podem estar associadas aos tremores.
Como evitar
Foto: Reprodução/Internet
Na maioria dos casos, porém, levar um estilo de vida mais tranquilo ajuda a acabar com os espasmos. Ioga, meditação e outras práticas podem ajudar a aliviar o estresse e acalmar o paciente. Se o tremor estiver incomodando muito, aplicar gelo pode ajudar, anestesiando a musculatura da região. Relaxantes musculares podem ser usados sob orientação médica.
Em casos de tremor crônico, em que a pálpebra fica tremendo o tempo todo, injeções de botox são uma alternativa, se houver prescrição médica. O indicado é aplicar a toxina botulínica do tipo A, que bloqueia o impulso nervoso da musculatura e faz com que a contração pare. A substância é injetável e tem efeito que dura de três a seis meses.
Ignorar esse sintoma, por outro lado, não é uma boa ideia: um estilo de vida estressante pode levar a doenças cardíacas, depressão, ansiedade e hipertensão.
Por: Colaboração para VivaBem
Fontes: Andrea Lima Barbosa, oftalmologista; Norma Allemann, professora adjunta do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de Medicina – UNIFESP
Luiz Carlos Portes, oftalmologista
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/08/11/tremor-nas-palpebras-quais-as-causas.htm