O que fazer com o volume do treino de força durante a dieta?
Aumentar? Diminuir? Manter inalterado? Para responder a essa pergunta, os fisiologistas Turibio Barros e Gerseli Angeli explicam o que acontece no nosso corpo quando buscamos emagrecer
O que eu devo fazer com o volume do meu treino de força durante minha dieta? Aumentar? Diminuir? Manter inalterado? Para responder a essa pergunta precisamos entender o que acontece no nosso corpo quando fazemos dieta para emagrecer.
Conforme vamos perdendo peso, nossas células, principalmente as de gordura, vão diminuindo em tamanho, e isto faz com que, progressivamente, nós passemos a queimar menos calorias por dia (a cada 24 horas). Podemos entender então que o metabolismo tem relação direta com o peso corporal. Quanto menor a massa corporal, menor o gasto calórico diário. Popularmente, costuma-se dizer que o metabolismo fica mais lento (apesar de não ser correto, é um erro consagrado pelo uso).
A melhor forma de manter o metabolismo à toda é evitar com afinco a perda de massa muscular — Foto: Reprodução/Internet
Por isso é que vai ficando cada vez mais difícil perder peso no decorrer da dieta. O peso vai diminuindo, o gasto calórico diário vai diminuindo e com isso a quantidade de energia (alimento) que podemos consumir sem que se transforme em gordura também vai diminuindo.
Se fisiologicamente a quantidade de calorias que queimamos por dia diminui progressivamente com a diminuição do peso, o que fazer para continuar perdendo peso? Aumentar ainda mais a restrição calórica até “morrer de fome”?
Definitivamente o caminho não é esse! Dietas com muita restrição calórica fazem o metabolismo “cair” ainda mais!
Quando estamos de dieta devemos fazer tudo ao nosso alcance para manter nosso metabolismo o mais “alto” possível. E a melhor forma de manter o metabolismo à toda é evitar com afinco a perda de massa muscular.
Isto porque a perda de massa muscular (massa metabolicamente ativa) vai reduzir ainda mais o metabolismo, tornando ainda mais difícil continuar perdendo peso no decorrer da dieta. Além disso, o metabolismo reduzido pela perda de massa muscular contribuirá muito para o reganho de peso quando a dieta acabar: o famoso efeito rebote.
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E como fazer para proteger a massa muscular durante o processo de emagrecimento? Basicamente podemos lançar mão de três estratégias:
1. Aumentar o consumo diário de proteínas com a distribuição desse consumo ao longo do dia;
2. Suplementar com creatina (3g/dia);
3. Fazer regularmente exercícios de fortalecimento muscular.
Respondendo à pergunta do início, deve haver no mínimo uma manutenção do volume de treino, e se possível um aumento criterioso. Redução, nunca. Isso porque:
Foto: Reprodução/Internet
Se você já faz exercícios de força com regularidade, o que você não pode fazer é reduzir o volume. Pode até ser que, por diversas razões, você não consiga aumentá-lo, porém o que você não deve fazer é reduzir o volume habitual.
Caso possível, aumentar criteriosamente o volume dos exercícios de fortalecimento vai promover o ganho de massa muscular, o que ajudará a dar um up no metabolismo, contribuindo para o emagrecimento.
E por que falamos em “criteriosamente”? Porque precisamos realizar esse incremento de volume com critério para evitar lesões e outros malefícios do excesso de treino (overtraining).
Mas lembre-se: durante o processo de emagrecimento, só o fato de conseguirmos manter a massa muscular inalterada (sem ganhar ou perder) já é uma tremenda conquista! Faça tudo de maneira bem orientada, com bom senso e moderação. Só assim há garantia de sucesso.
Por: Turibio Barros e Gerseli Angeli – Campos do Jordão, SP
Fonte: Turibio Barros e Gerseli Angeli, Mestres e doutores em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP-EPM