Novembro Azul: Ressonância Magnética é fundamental para o diagnóstico preciso do Câncer de Próstata
Procedimento possibilita o rastreamento total da glândula e garante uma análise mais eficaz
Após um mês voltado para a conscientização da importância da prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa, agora chega a vez do Novembro Azul. O mês é internacionalmente conhecido por ser dedicado às ações de mobilização relacionadas ao câncer de próstata. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 42 homens morrem por dia em decorrência do câncer de próstata e aproximadamente 3 milhões vivem com a doença. O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens e em relação à incidência, no Brasil, o ele é o segundo mais comum entre eles. Ainda para 2019, estima-se mais de 68 mil novos casos.
Como todos os tipos de câncer o segredo está na conscientização de que o diagnóstico precoce é a chave para um tratamento menos agressivo e a redução dos riscos de mortalidade. Sendo assim, é necessário manter uma regularidade na realização de exames. “O universo masculino ainda alimenta muitos preconceitos em relação à consulta urológica, mais propriamente ao toque retal. Mas, com os exames de imagem cada vez mais tecnológicos, é propiciado aos urologistas maior segurança na condução de seus pacientes e em certos casos (dependendo de um toque retal tranquilizador e níveis de PSA baixos) diminuírem à frequência de tais toques”, afirma Lucilo Maranhão Neto, radiologista com especialização em ressonância magnética.
Mas, ele alerta que, em primeiro lugar, está o exame clínico propriamente dito no consultório do urologista, incluindo o toque retal. Nenhum exame de imagem poderá substituir esta etapa, de fundamental importância para o início da investigação clínica das patologias prostáticas, visto que pode-se ter um pequeno tumor que seja palpado no toque retal sem que haja alteração ainda nos níveis do PSA. Porém, o toque retal também apresenta suas limitações. “Somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. Com o toque, o urologista tem a impressão pessoal da consistência da glândula do seu paciente e se o tumor estiver nas áreas acessíveis ao método. Assim, os exames de imagem tornam-se extremamente importantes na prática clínica urológica e sem os quais o urologista ficaria limitado na avaliação global da próstata”, complementa. Entre os exames de imagem estariam ultrassonografia e ressonância magnética.
O primeiro, como estudo inicial e indiscutivelmente o mais disponível, mais realizado rotineiramente e mais solicitado pelos urologistas, em geral para homens a partir dos 50 anos. Porém, também com suas limitações técnicas por ser um método operador dependente e por não apresentar a sensibilidade desejada na detecção de tumores muito pequenos ou nas áreas cancerosas que ainda não se tornaram uma nodulação bem definida. Tais alterações precoces são muito bem caracterizadas a depender do estágio em que se encontrem pela ressonância magnética, que atualmente tornou-se o grande método diagnóstico de imagem das neoplasias da próstata. Como pontos negativos estão sua acessibilidade ainda restrita para a população em geral e seu relativo alto custo.
Ainda segundo Lucilo Maranhão Neto, atualmente, os urologistas estão solicitando a ‘avaliação multiparamétrica da próstata’ através da ressonância magnética para a detecção precoce do câncer em estágio inicial possibilitando, assim, maior sobrevida e melhor planejamento cirúrgico ao paciente. “Um dos importantes papéis da ressonância é que ela pode ser solicitada antes da biópsia no intuito de sensibilizar e direcionar mais a coleta de material, diminuindo as chances de biópsias falso-negativas”, conclui o radiologista.
Por: Carol Dias
Fonte: Lucilo Maranhão Neto, radiologista com especialização em ressonância magnética.
Instituto Nacional do Câncer (INCA)