Muito forte, rapidinho: 9 erros que talvez você cometa ao escovar os dentes
Escovar corretamente os dentes é parte das tarefas que se deve ter para uma saúde bucal exemplar. Parece simples, e até é, mas no dia a dia realizamos essa tarefa quase de forma mecânica e com isso é possível cometermos um ou mais erros na higienização correta dos dentes.
A cárie é uma doença que depende sobretudo do consumo de açúcar, portanto, tão ou mais importante do que uma higiene bucal exemplar, é bom evitar consumir doces, balas, biscoitos e refrigerantes em intervalos frequentes, menores do que 5 horas.
O horário ideal de consumo de açúcar é após o almoço, quando o fluxo salivar se encontra elevado. Os especialistas alertam: não consuma açúcar pouco antes de dormir, já que o fluxo salivar diminui durante o sono.
Foto: Reprodução/Internet
“Recomenda-se que apenas 5% da energia diária consumida seja proveniente do açúcar, o que equivale a 25 gramas de açúcar ao dia ou 6 colheres de chá, no máximo. Além da ocorrência de cáries (mesmo que se escove os dentes), o consumo exagerado de açúcar também é um fator de risco comum à obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, doenças que mais matam no mundo e que, assim como a cárie dental, são comportamentais”, orienta Inger Campos Tuñas, professora do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Veja uma lista de erros comuns que você pode cometer (sem querer) ao escovar os dentes:
– Escovar os dentes imediatamente após comer
Uma das principais recomendações que escutamos sobre escovação é que ela sempre deve ser feita após as refeições. Mas você sabia que se esse “após” ocorrer em um intervalo de tempo muito curto depois da refeição você pode, na verdade, prejudicar os seus dentes? Se você consumiu bebidas e alimentos ácidos, a acidez do alimento em combinação com a abrasão proporcionada pela escova de dente sobre a superfície do esmalte pode causar um desgaste prematuro.
Isso vale, claro, se essa prática se tornar rotineira. E é pouco provável que você coma alimentos ácidos em grande quantidade todos os dias e acabe escovando os dentes em seguida. Caso o esmalte fique danificado há risco de exposição da polpa dentária e da dentina, o que pode fazer com que os dentes fiquem sensíveis e mais propensos à dor.
– Escovas com cerdas duras
Escovas de cerdas duras podem lesionar tecidos moles, como as gengivas e língua, ou até mesmo levar a perda de estrutura dental por desgaste. Prefira as cerdas macias, o que limpa é o movimento mecânico e não a rigidez das cerdas ou a pressão exercida sobre os dentes.
– Excesso de creme dental
A escovação dos bebês deve ser iniciada tão logo haja a erupção do primeiro dente, o que normalmente ocorre por volta dos 5 a 6 meses de idade. Deve-se usar pasta de dente com flúor, a mesma que a família toda usa, entretanto, o que varia é a quantidade.
Em bebês, a quantidade de creme dental deve ser compatível com o tamanho de um grão de arroz cru. É necessária a supervisão de um adulto para controle da quantidade, já que o consumo excessivo de flúor pode causar a fluorose dental, na maioria das vezes leve, porém, quando avançada, pode implicar em perda de estrutura dental e problemas estéticos. Para adultos, a quantidade correspondente ao tamanho de um grão de ervilha é uma boa referência.
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– Pasta com abrasivos
As pastas abrasivas, normalmente que prometem um polimento nos dentes e ajudam a retirar manchas e placas com bactérias, podem desgastar o esmalte sadio, e até causar sensibilidade dentária. Seu uso deve ser feito apenas por indicação dos dentistas em casos específicos.
– Escovar rapidinho demais
Deve-se realizar escovação diária, ao menos duas vezes ao dia, empregando movimentos leves. O objetivo da escovação é desorganizar o biofilme dental (placa bacteriana), evitando que este fique espesso e pegajoso (aquela placa que quando se passa a unha, sai como uma massinha)
O biofilme espesso e pegajoso, ao longo do tempo, se relaciona ao maior risco de aparecimento de lesões de cárie. Além de desorganizar o biofilme, a escovação é um veículo de flúor, presente nos cremes dentais, essencial para a manutenção do equilíbrio bucal, evitando perdas minerais.
A escovação mais importante é a de antes de dormir, que deve ser mais caprichada ainda, já que, durante o sono, ocorre naturalmente diminuição do fluxo salivar e a saliva também é um fator muito importante no controle do aparecimento de cavidades de cárie. Uma escovação bem feita não pode demorar menos do que 2 minutos.
– Escovar com muita força
Com a escova em ângulo de 45 graus, faça movimentos que vão da gengiva à ponta dos dentes. Com suaves movimentos circulares, escove a face voltada para a bochecha e a face interna dos dentes, e a superfície usada para mastigar. Com movimentos suaves, escove também a língua. A força excessiva na escovação pode lesionar tecidos moles, como as gengivas e língua, ou até mesmo levar a perda de estrutura dental por desgaste.
– Trocar a escovação por enxaguante bucal
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A escovação e o fio dental são os métodos mais eficazes para a limpeza bucal, e os enxaguantes são usados apenas como um complemento. Sem os dois primeiros, o enxaguante não tem utilidade.
Um dos melhores aliados na limpeza oral é o fio dental. O uso correto do fio dental remove a placa bacteriana e os alimentos nos lugares onde a escova não consegue chegar facilmente, sob a gengiva e entre os dentes. O acúmulo de placa bacteriana pode provocar cárie e gengivite, sendo assim, usar fio dental diariamente é altamente recomendável.
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Além disso, escovar a língua é importante para manter a boca limpa e saudável. Língua mal higienizada é uma das principais causas do mau hálito, a saburra, popularmente conhecida como língua branca. Ela é formada a partir do acúmulo de células mortas e de muco produzido naturalmente pela boca, gerando condições propícias para a formação e o acúmulo de placas bacterianas, que tem influência também no desequilíbrio no trato gastrointestinal e até mesmo doenças hepáticas ou renais.
– Não trocar a escova de dente
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O ideal é trocar a escova quando ela estiver com as cerdas abertas ou usá-la, no máximo, por 3 meses. Quando a escova fica velha, as cerdas perdem a eficiência e é necessário um aumento da força na hora de escovar os dentes, o que pode prejudicar a saúde dentária e fazer com que a higiene não seja efetiva.
Além de todos os cuidados, os especialistas orientam uma visita ao dentista a cada 6 meses, no entanto isso pode variar de acordo com o risco do paciente em desenvolver lesões cariosas ou o plano de tratamento individual do paciente.
Por: Paula Carvalho
Colaboração para VivaBen
Fonte: Inger Campos Tuñas, professora do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/10/21/veja-9-erros-que-talvez-voce-cometa-ao-escovar-os-dentes.htm