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Montanha-russa de emoções provocada pela pandemia pode ter efeitos na pele

Medo de se infectar pelo coronavírus, receio de não ter dinheiro para pagar as contas, dificuldade de trabalhar em casa com as crianças por perto e ainda ter que ajudá-las com as aulas online, ansiedade de não saber quando tudo isso vai acabar.

Essa fase realmente está gerando um turbilhão de sentimentos que nos deixam com os nervos à flor da pele. E isso não é apenas força de expressão.

“A pele e o sistema nervoso têm a mesma origem durante a formação do embrião, o que faz com que sejam intimamente ligados”, explica a dermatologista Ana Lucia Recio, de São Paulo, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e da Academia Americana de Dermatologia.

Por isso, segundo os especialistas, essa fase que estamos vivendo está desencadeando muitos problemas na cútis.

O quadro mais comum é o aumento da oleosidade e da acne. “Isso acontece porque o estresse e a ansiedade levam ao aumento do cortisol no organismo, hormônio ligado ao estresse que estimula a produção das glândulas sebáceas e ainda pode desencadear queda de cabelo e aumento de peso”, conta a dermatologista Paola Pomerantzeff, também da SBD e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

A dermatite seborreica, conhecida popularmente como caspa é outra que tem seu quadro agravado quando estamos nessa montanha-russa de sentimentos, assim como a dermatite atópica, que faz com que a pele fique mais ressecada e sensível do que o normal e provoca muita coceira, que é ainda mais agravada por causa do uso excessivo do sabonete e do álcool em gel.

E a lista não para por aí. “Outras patologias que têm bastante ligação com a parte psicológica do paciente são a de psoríase e urticária caracterizadas pela descamação, vermelhidão e coceira em algumas regiões do corpo, a desidrose, que provoca pequenas bolhas nas palmas das mãos e na sola dos pés e o líquen simples crônico, que leva ao aparecimento de placas espessas e escuras no tecido”, explica Recio.

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E como a imunidade muitas vezes também acaba sendo abalada nesses casos, problemas como a herpes têm mais possibilidade de aparecer.

Aprendendo a lidar com o caos

Se você se encaixa em algum dos quadros citados acima, procure um dermatologista. Se você não se sente confortável de sair de casa com receio da contaminação pelo coronavírus, não se preocupe, pois durante a pandemia o Conselho Federal de Medicina liberou os atendimentos por telemedicina.

O importante é não tentar tratá-los por conta própria. Também é muito importante tentar manter as emoções mais equilibradas.

Sabemos que essa não é uma missão fácil no momento, mas existem formas de amenizar o turbilhão de sentimentos.

“Estudos já demonstraram que a prática de atividades físicas e a meditação ajudam a baixar os níveis de cortisol no organismo”, afirma Pomerantzeff.

Outros artifícios, como ouvir música, dançar e cozinhar também podem ajudar. “Estabelecer uma rotina, não passar o dia todo de pijama, evitar fontes de estresse, como ficar ouvindo muitas notícias ruins, e cuidar de si mesmo para manter a autoestima em alta também é importante”, finaliza.

Por: Thais Szego

Colaboração para VivaBem

Fonte: Ana Lucia Recio, de São Paulo, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e da Academia Americana de Dermatologia

Paola Pomerantzeff,dermatologista também da SBD e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica

Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/09/montanha-russa-de-emocoes-provocada-pela-pandemia-pode-ter-efeitos-na-pele.htm

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