Hipotireoidismo: saiba como a dieta influencia no funcionamento da tireoide
Micronutrientes como iodo, selênio e zinco são essenciais para o bom funcionamento da tireoide. Confira as dicas de nutrição!
“Para que ocorra a produção e a função adequada dos hormônios da tireoide, micronutrientes como iodo, selênio e zinco são essenciais. Outras substâncias provenientes da ingestão de alimentos podem influenciar no funcionamento da tireoide, propiciando o surgimento do hipotireoidismo; dentre as quais o glúten, as isoflavonas e os flavonoides”, explica Pryscilla Casagrande, coordenadora do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE.
A glândula em forma de borboleta fica localizada na parte inferior do pescoço e é responsável pela produção e secreção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), sendo o primeiro biologicamente mais ativo que o segundo. No hipotireoidismo, ocorre a diminuição da produção desses hormônios, que são fundamentais para a regulação do metabolismo.
“Quando os hormônios são produzidos de forma insuficiente, a pessoa pode ter falhas na memória, dificuldade na concentração, queda de cabelo, ganho de peso, desânimo, sonolência durante o dia, menstruação irregular, depressão. A pele fica fria e seca e os reflexos, mais vagarosos”, diz Pryscilla. Uma vez instalado, o hipotireoidismo é permanente. Entretanto, existem algumas formas da doença, principalmente as que se manifestam no pós-parto, que são transitórias.
É possível controlar o hipotireoidismo com a alimentação?
Segundo Pryscilla, a dieta é um dos fatores de risco tanto para o surgimento quanto para o agravamento do hipotireoidismo.
Mas mesmo com a alimentação adequada, costuma ser necessária a reposição de hormônios tireoidianos, conforme prescrição médica. O tratamento, feito com a ingestão diária de um comprimido, em jejum, reproduz o funcionamento normal da tireoide e garante o bem-estar do paciente.
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Quais os alimentos indicados para quem tem hipotireoidismo?
1. Iodo
Alguns nutrientes são muito importantes para garantir o bom funcionamento da tireoide. O principal dele é o iodo, que no Brasil está presente no sal de cozinha, cuja adição é obrigatória por lei, desde 1950. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda no mínimo 75 μg de iodo ao dia, o que corresponde a 10g de sal iodado.
As principais fontes alimentares de iodo, além do sal iodado, são os frutos-do-mar (ostras, moluscos, mariscos e peixes de água salgada), leite e seus derivados (desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em iodo ou alimentados com rações que contenham o nutriente), castanha do Pará, pães e vegetais cultivados em solos ricos em iodo.
2. Selênio
A glândula tireoidiana normal precisa de selênio, uma vez que ele participa da conversão de T4 em T3 e auxilia na sua proteção contra os danos dos radicais livres.
A fonte alimentar mais conhecida de selênio é a castanha do Pará. Sua concentração média em uma unidade de castanha do Pará é de 27,4 μg (assim, o consumo de 3 unidades diárias é suficiente para atender à recomendação diária). O selênio pode ser encontrado também nas sementes de girassol, peixe, frango, alho, cogumelo, amêndoas, avelã, leite, arroz e milho.
3. Zinco
A recomendação diária de zinco é de 15 mg/dia, podendo essa quantidade ser encontrada em maior quantidade nas ostras, seguido das sementes de abóbora, carnes vermelhas, caranguejo (cozido), castanhas de caju, amendoim (grão cru), amêndoas e nozes, camarão, lentilha, feijão carioca, iogurte natural (desnatado) e queijo minas frescal.
4. Glúten
Embora alguns estudos indiquem que a dieta sem glúten pode ser benéfica ao funcionamento da tireoide, ainda não há consenso a respeito.
5. Soja
Pacientes com hipotireoidismo subclínico apresentam risco três vezes maior de desenvolver a condição com suplementação de 16 mg fitoestrógenos da soja ao dia. Além disso, a soja pode bloquear a absorção de medicamentos para a tireoide. Mas ainda não há estudos conclusivos; assim, o ideal é consumir soja com moderação.
6. Flúor
Em 2015, na Inglaterra, foi realizado um estudo sobre níveis de flúor na água potável e a relação com o hipotireoidismo. Nas regiões com fluoretação houve o dobro de relatos de casos, em comparação com regiões com água não fluoretada .
“Porém, as concentrações de flúor envolvidas nesse estudo, bem como na maioria dos trabalhos semelhantes, são extremamente mais elevadas que os teores recomendados para a água de abastecimento público. No Brasil, o Ministério da Saúde admite 1,5 mg/L como valor máximo permitido”, afirma Pryscilla.
7. Cafeína
O problema maior da relação da cafeína com o hipotireoidismo está na absorção da medicação usada para tratar a doença. Pesquisas comprovaram que a cafeína prejudica a absorção da reposição hormonal de tireoide.
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Como saber se tenho hipotireoidismo?
Os sinais e sintomas variam muito, dependendo da severidade da doença. Em alguns casos, nem sempre estão presentes ou podem ser consequência de outras doenças. Assim, para constatar a disfunção, exames laboratoriais são essenciais.
A medição dos diferentes níveis de hormônios no sangue podem determinar se a glândula tireóide está ou não funcionando normalmente. Apesar de ainda não ter sido descoberta a razão, as doenças causadas pelo mau funcionamento da tireoide são mais comuns em mulheres. Além disso, os riscos aumentam com a idade.
Por: Redação Redação Proteste
Fonte: Pryscilla Casagrande, coordenadora do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE.
Transcrito: https://minhasaude.proteste.org.br/hipotireoidismo-saiba-como-a-dieta-influencia-no-funcionamento-da-tireoide/