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Fórmula da felicidade: exercícios interferem na química cerebral e liberam beta-endorfina

Substância provoca sensação de bem-estar e equilíbrio emocional. Nas mulheres, regula o ciclo menstrual e atenua os sintomas da TPM

A relação entre a prática de exercícios e as alterações de humor e comportamento está cada vez mais comprovada pela Ciência. Do ponto de vista terapêutico, a indicação de exercícios físicos como parte do tratamento de certas formas de depressão e de outros problemas psicológicos já faz parte de um consenso entre os profissionais da área. A comprovação científica e, portanto, as bases bioquímicas das alterações de humor relacionadas aos exercícios físicos têm sua explicação através de mediadores químicos cerebrais, cujo metabolismo e controle de produção são regulados durante e após a realização de atividades físicas.

O mais conhecido desses mediadores químicos cerebrais é a beta-endorfina. A relação entre esta substância e a sensação de bem-estar provocada pela realização de exercícios já é até de conhecimento popular. A beta-endorfina é, na realidade, uma molécula formada por 31 aminoácidos, produzida em uma área do cérebro chamada glândula pituitária. Uma vez liberada na circulação, aparece aumentada no sangue, o que pode ser então detectado. Seus outros efeitos, além da sensação de bem-estar que provoca, ainda não são bem conhecidos, sabendo-se entretanto que ela também controla o uso dos açúcares pelo organismo.

A endorfina na mulher

Alguns estudos científicos recentes têm mostrado existir uma relação entre a endorfina e o ciclo menstrual da mulher. O curioso é que parece existir a necessidade de um nível ideal de endorfina durante o repouso. Este nível a ser mantido vai ser regulado pela prática constante de exercícios. A falta de exercícios físicos poderia estar associada com problemas de irregularidades menstruais, inclusive com os tão indesejáveis sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) na mulher.

Quando a mulher é ativa, os níveis de endorfina em repouso aumentam, e esta substância teria a função também de regular o ciclo menstrual e atenuar os sintomas da TPM. Entretanto, quando a atividade física passa a exceder os limites adequados, ou seja, quando a mulher exagera na prática de exercícios, níveis muito elevados de endorfina poderão ter efeitos adversos, chegando inclusive a inibir o ciclo menstrual, suspendendo a menstruação.

A endorfina no homem

Também o organismo masculino tem funções reguladas pela produção de endorfina, sendo porém ainda menos conhecidas que na mulher. Sabe-se entretanto que quando um homem e uma mulher fazem a mesma intensidade de exercícios, o homem produz mais endorfina que a mulher. O significado funcional deste fato ainda não é conhecido.

Que exercícios liberam a endorfina?

O conhecimento atual nos permite associar a liberação de endorfina com os exercícios moderados (60% a 80% da capacidade máxima) realizados durante períodos de 40 a 60 minutos ou mais. Na realidade, não importa a natureza da atividade, desde que ela possa ter predominantemente a característica de exercícios aeróbicos como andar, pedalar, nadar, dançar etc. Mesmo os exercícios de natureza intervalada, como o futebol, o tênis, o basquete e outros, também liberam endorfina e trazem benefícios de bem-estar e equilíbrio emocional.

Por: Gerseli Angeli e Turibio Barros — Orlando, EUA

Fonte: Mestre e Doutor em Fisiologia do Exercício pela EPM. Professor e coordenador do Curso de Especialização em Medicina Esportiva da Unifesp e fisiologista do São Paulo FC e coordenador do Departamento de Fisiologia do E.C. Pinheiros. Membro do American College of Sports Medicine. www.drturibio.com. (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/post/2019/08/28/formula-da-felicidade-exercicios-interferem-na-quimica-cerebral-e-liberam-beta-endorfina.ghtml

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