Fazer exercício e comer bem estão no topo das metas para 2023
Em pesquisa, esses hábitos surgiram nas primeiras posições na lista de objetivos para o próximo ano. Por que é tão difícil cumpri-los?
Em levantamento feito no fim de dezembro de 2021, 45% dos entrevistados afirmaram que o principal objetivo para 2023 é cuidar da saúde física e mental. Para isso, 62% pretendem dar início a uma atividade física ou um esporte e 50% miram uma alimentação mais equilibrada. Para 43%, o desejo é de ficar mais perto da natureza, enquanto 21% desejam incluir a meditação na rotina.
A pesquisa foi conduzida pela V.Trends, hub de pesquisas e insights da Vivo, e ouviu 300 homens e mulheres.
Não dá para dizer que o resultado é exatamente uma surpresa. Mexer o corpo e comer melhor são dois dos comportamentos mais decisivos para prevenir uma série de doenças e também emagrecer, um dos grandes hits na lista de desejos a cada Réveillon.
Dar início à uma atividade física está entre as principais promessas para o ano que se inicia. Foto: Reprodução/Internet
Mas, afinal, por que esses hábitos não foram incorporados ao longo do ano que está chegando ao fim? O que contribui para esse eterno ciclo de promessas?
“Todas essas mudanças de comportamento envolvem a inclusão de hábitos que não estão presentes no dia a dia”, analisa Antonio Herbert Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da Universidade de São Paulo (USP), e colunista do site de Veja SAÚDE. “E se você considerar essas práticas como algo para fazer durante o tempo livre, sem entender o retorno disso, vai abandoná-las facilmente quando a produtividade bater à sua porta”, completa.
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Em outras palavras: quando o chefe pede para adiantar um projeto, a maioria das pessoas decide cancelar a sessão de exercício, trocar um prato de comida no almoço por um salgado devorado na frente do computador, dormir menos e/ou remarcar a terapia.
Para Lancha Jr, isso acontece porque não damos a devida importância a esses hábitos – muitos deles ainda são vistos como lazer. “Mas eles precisam ocupar em nossa vida o mesmo espaço que tem a escovação dos dentes e o banho”, compara. “Precisamos entender que essas atividades são essenciais para carregar a nossa bateria”, ressalta.
Foto: Reprodução/Internet
A nutricionista Lara Natacci, da Dietnet, em São Paulo, cita outro fator que pesa para que os hábitos saudáveis sejam abandonados ao longo do ano: o imediatismo.
“Buscamos resultados rápidos. Por isso, muitas pessoas vão atrás de mudanças radicais no estilo de vida”, avalia a expert, que também é colunista no site de Veja SAÚDE.
Funciona assim: quem é sedentário começa a se exercitar todos os dias, quem deseja perder peso dá início a uma dieta restritiva… “Só que essas metas ousadas são difíceis de serem seguidas. Daí pode acontecer de o indivíduo voltar aos velhos hábitos, sem conseguir manter os resultados positivos”, descreve Lara.
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Para ela, um dos grandes segredos para incorporar novos comportamentos de verdade é traçar objetivos realistas – e começar devagar. “Lembre-se que, se mantidas, pequenas mudanças podem trazer grandes resultados”, incentiva.
Quem sabe, assim, promessas inéditas poderão ganhar espaço quando a virada de mais um ano se aproximar.
Por: Thaís Manarin
Fonte: Antonio Herbert Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da Universidade de São Paulo (USP), e colunista do site de Veja SAÚDE
Lara Natacci, nutricionista da Dietnet, em São Paulo
Transcrito: https://saude.abril.com.br/alimentacao/fazer-exercicio-e-comer-bem-estao-no-topo-das-metas-para-2023/