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Exercícios ajudam a combater a vontade de comer doces

Atividades físicas atuam no estímulo a hormônios relacionados ao prazer, assim como os açúcares

A compulsão por doces ou sensação de necessidade de comer doces não é exatamente um problema incomum, mas a pandemia da Covid-19 agravou a situação de muitas pessoas. Com a ansiedade e o estresse decorrentes da proliferação do vírus e do isolamento social, inúmeros brasileiros encontraram refúgio no açúcar e em outras iguarias prazerosas. De acordo com pesquisa de comportamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o consumo de alimentos saudáveis diminuiu na quarentena, ao passo que o de guloseimas aumentou. Conforme revelado pelo estudo, 63% dos adultos jovens (18 a 29 anos) passaram a ingerir chocolates e docinhos em dois dias ou mais por semana. E um aliado para redução desse consumo é justamente a atividade física.

De acordo com a nutricionista Natalia Barros, especialista em saúde feminina e mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a compulsão pode ser causada por diversos motivos, como crises de ansiedade e estresse, restrições alimentares e tensão pré-menstrual (TPM).

Os exercícios combatem o estresse e a ansiedade, uma das causas da compulsão por doce — Foto: Istock Getty Images

– A compulsão alimentar é um transtorno psiquiátrico que pode ser causado por diversos fatores e situações, principalmente em relação ao estado psicológico do indivíduo. Diante disso, é necessário identificar a origem da compulsão. Pode estar associada a TPM (em que há uma queda da serotonina), crises de ansiedade e estresse, restrições alimentares, entre outros fatores – explica Natalia, que detalha como fica essa relação quando se trata de doces.

Nem sempre chega a ser uma compulsão. Mas o corpo muitas vezes entende o desejo por doce como uma necessidade.

– A ingestão de doces tem relação direta com a serotonina, hormônio do bem-estar. O chocolate, por exemplo, é fonte de triptofano (aminoácido que o corpo não produz naturalmente). Quando ingerido, o triptofano é encaminhado ao sistema nervoso central e transformado em serotonina, gerando um efeito calmante no organismo. Desta forma, a pessoa vê o doce como uma forma de compensação para determinado desequilíbrio emocional. Por isso, entender o histórico do indivíduo é extremamente importante, compreender seu estado emocional e de que maneira ele afeta a alimentação – complementa.

Hormônios

As atividades físicas ajudam a combater a compulsão por doces. O médico do esporte Fabrício Buzatto, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), conta que os exercícios combatem o estresse e a ansiedade, uma das causas da compulsão por doce, e ainda atuam no estímulo a hormônios relacionados ao prazer, assim como os açúcares. Exercícios, afinal, aumentam a produção de dopamina, serotonina e endorfina. Com isso, ocupam um espaço que os doces ocupariam na busca pelo bem-estar.

– Os exercícios físicos são importantes porque ajudam na melhora da ação de prazer e bem-estar, diminuem a compulsão por substâncias que também atuam no mesmo nível dos açúcares, além de direcionarem a pessoa a uma dieta mais equilibrada e saudável. Qualquer exercício vai favorecer essa melhora dos sintomas de compulsão por doce – diz ele.

As atividades físicas ainda promovem a melhora de quadros de diabetes, incluindo açúcar no sangue, gorduras e pressão arterial, além de atuarem na redução do risco de doenças cardíacas, segundo estudo publicado na National Library of Medicine.

Dicas e estratégias para melhorar a compulsão por doces

Com o auxílio da nutricionista Natalia Barros, o EU Atleta listou dicas para ajudar com o problema. Confira abaixo!

1. Procure ajuda especializada para entender a origem do problema: é ansiedade, estresse ou TPM?;

2. Pratique diariamente exercícios físicos;

3. Ocupe o tempo com hobbies ou tarefas rotineiras;

4. Aposte em técnicas para compreender a própria fome (mindful eating ou comer intuitivo);

5. Respeite a saciedade e construa uma relação positiva com a comida, sempre com acompanhamento especializado de nutricionista.

Por: Gabriela Maruyama, para o EU Atleta — São Paulo

Fonte: Natalia Barros, nutricionista especialista em saúde feminina e mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Fabrício Buzatto, médico do esporte membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/exercicios-ajudam-a-combater-a-vontade-de-comer-doces.ghtml

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