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Estilo de vida x genética: a guerra contra a obesidade

Pessoas com pais obesos têm maior risco de também serem obesas, mas mudanças na alimentação e atividade física podem reverter fatores herdados. Nutricionista Cris Perroni explica

Alguns indivíduos são mais suscetíveis ao ganho de peso do que outros expostos ao mesmo ambiente obesogênico, o que pode ser explicado pela genética – ou seja, duas pessoas com hábitos alimentares não saudáveis parecidos e graus de sedentarismo semelhantes podem . Pesquisas com famílias mostram que o IMC (índice de massa corporal responsável pela classificação da obesidade em populações) aumentado de crianças está relacionado ao IMC dos pais. Crianças cujos pais são obesos apresentam maior risco de serem obesas quando comparadas com filhos de pais não obesos.

O risco de apresentar obesidade é de 2,5 a quatro vezes maior se um dos pais é obeso e dez vezes maior se ambos os pais são obesos, comparados com pais de peso normal — Foto: Istock Getty Images

Estudos realizado com gêmeos, indivíduos adotados e famílias mostraram que a obesidade muitas vezes é herdada e que o risco de apresentar obesidade é de 2,5 a quatro vezes maior se um dos pais é obeso e dez vezes maior se ambos os pais são obesos, comparados com pais de peso normal. Entretanto, níveis herdáveis obesidade podem ser modificados pelo estilo de vida adotado: aumento de atividade física e controle alimentar.

O ganho de peso está relacionado, na maioria das vezes, com:

– Maior ingestão alimentar;

– Maior consumo de alimentos ultraprocessados;

– Bebidas açucaradas e preparações cheias de gordura;

– Má qualidade do sono;

– Consumo excessivo de bebida alcoólica;

– Sedentarismo

9 medidas importantes para manutenção da saúde e do controle de peso:

Atenção à qualidade e à quantidade de alimentos ingeridos — Foto:Reprodução/Internet

1. Atenção à qualidade e à quantidade de alimentos ingeridos. Não basta contar calorias;

2. O comportamento alimentar é determinante: com quem, o que, onde, como e por que você come;

3. Atenção à mastigação. Quanto maior o tempo de mastigação, maior o contato do alimento à boca, maior saciedade e prazer. Come devagar e deguste;

4. Coma com atenção plena. Evite comer na mesa de trabalho, mexendo em celular e computador, vendo televisão;

5. Cozinhe mais e desembale menos. Reduza o consumo de alimentos ultraprocessados;

6. Evite se recompensar com comida. Comer é um grande prazer, mas não deve ser o único;

7. Toda vez que mudar seu estilo de vida (casar, descasar, mudar de emprego, ter filhos…), atenção à sua dieta. Reveja e readapte seu programa alimentar;

8. Mantenha estilo de vida ativo: dê de 6 mil a 10 mil passos ao dia;

9. Faça exercício físico regularmente. Fazer exercício físico não é uma opção, opção é a escolha da modalidade. Faça algo prazeroso.

 

Referência:

MOSCA, PRF et al. Revista HCPA. 2012;v. 32; n.3; p.318-331.

Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2022/01/31/estilo-de-vida-x-genetica-a-guerra-contra-a-obesidade.ghtml

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