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Especialista explica riscos de exercícios com poluição do ar

Mateus Freitas Teixeira destaca cuidados para exercícios em meio a poluição

A poluição do ar vem de uma variedade de fontes primárias, incluindo fontes naturais (como poeira e pólen), queimadas florestais, fontes estacionárias (como emissões industriais), fontes móveis (por exemplo, escapamento de carro). Além disso, poluentes secundários podem ser criados a partir da modificação de poluentes primários. Ao considerar os efeitos na saúde e no desempenho, não devemos tratar a poluição do ar como um único estressor homogêneo. Na verdade, é uma mistura de gases, líquidos e sólidos em constante mudança que varia dependendo de uma variedade de fatores, incluindo a fonte, localização, hora do dia, estação e clima.

O Brasil vem sofrendo com a poluição do ar decorrente de queimadas florestais. O artigo https://physoc.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.14814/phy2.16005 faz uma revisão dos efeitos da poluição para saúde e nos exercícios físicos.

Poluição – Foto: (Reprodução/Internet)

Os efeitos negativos da poluição do ar na saúde são claros. A exposição crônica à poluição do ar aumenta o risco de mortalidade, demência, diabetes tipo 2, câncer de pulmão, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Quando nos exercitamos na poluição do ar, vários fatores têm o potencial de exacerbar as consequências adversas da poluição do ar. Especificamente, o exercício leva a um aumento agudo na ventilação, respiração oral (em comparação com a respiração nasal), volume corrente e capacidade dos gases de se difundirem do pulmão para a corrente sanguínea (ou seja, capacidade de difusão). Os estudos demonstram que a taxa de deposição de partículas no pulmão aumenta com a intensidade e a dose total aumenta com a duração do exercício. Esse aumento subsequente na dose de poluentes do ar tem o potencial de maiores efeitos adversos.

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O estado atual do conhecimento sobre atividade física, exercício e poluição do ar, sabemos que a atividade física habitual produz benefícios à saúde a longo prazo, mesmo em áreas com poluição do ar baixa a moderada. No entanto, a curto prazo, praticar exercícios em ambientes com altos níveis de poluição pode resultar em efeitos agudos na saúde e no desempenho.

A exposição à poluição do ar no exercício revela efeitos sutis, mas significativos, como frequência cardíaca alterada durante o exercício subsequente e reduções potenciais nos efeitos benéficos da atividade física sob níveis mais altos de poluição.

As máscaras apresentam uma ferramenta potencialmente útil, mas a pesquisa sobre sua eficácia durante exercícios em condições do mundo real é limitada. Enquanto alguns estudos indicam uma redução na contagem de partículas e atenuação de certos marcadores de saúde, sua tolerabilidade, seu efeito no desempenho do exercício e sua utilidade em exercícios de maior intensidade do que caminhar requerem mais estudos.

Sendo assim, a poluição tem um efeito devastador para todos. O cuidado deve ser redobrado até que se resolva essa questão.

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Por: Mateus Freitas Teixeira – Rio de Janeiro

Fonte: Mateus Freitas Teixeira, Cardiologista e médico do esporte, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2024/09/19/especialista-explica-riscos-de-exercicios-com-poluicao-do-ar.ghtml

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