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Entenda melhor o conceito de sustentabilidade alimentar

Para ser considerado sustentável, o ideal é que o alimento seja produzido por uma cadeia que adote práticas responsáveis, do ponto de vista social e ambiental.

“É possível se alimentar de forma sustentável”, afirmou o Tecnólogo de Alimentos, Dafné Didier, que, entre outras atividades, é fundador da Alimentos Consultoria e co-fundador da Tacta Food School e professor de especialização em Vigilância Sanitária, Ciência dos Alimentos e Gestão da Qualidade nos Serviços de Alimentação na Universidade Estadual do Ceará. “No entanto, para isso, o consumidor precisa conhecer a origem dos alimentos e as práticas da sua cadeia de produção”, completou.

Segundo Dafné, a sustentabilidade alimentar depende do entendimento dos impactos que o produto gera ao meio ambiente. “É preciso compreender quanta água e energia foram gastas na sua produção, quantos quilômetros o alimento viajou para chegar até a prateleira do supermercado, como os produtores lidam com seus resíduos e se existe respeito à mão de obra, por exemplo”, explicou.

Essa preocupação, de acordo com o especialista, é fundamental para garantir a preservação do ambiente para as gerações futuras. Segundo dados da organização ambiental WWF, a produção de alimentos usa 34% do solo e 69% da água dos rios, além de ser a principal causa de desmatamento. Isso sem contar as emissões de gases de efeito estufa em toda a cadeia produtiva. “Ou seja, as pessoas precisam ter a preocupação de comprar produtos de empresas responsáveis e cobrar uma mudança de atitude, por parte dos fabricantes, para minimizar o impacto ambiental”, destacou.

 

Os selos verdes garantem que a empresa é sustentável?

Dafné explica que existem diversos selos que atestam as boas práticas das empresas na manipulação dos alimentos e também as características dos alimentos, como orgânicos, vegetarianos, veganos, flexitarianos, entre outros.

“O consumidor deve ter atenção a esses selos e optar, sempre que possível, por empresas sustentáveis. No entanto, é necessário entender que a certificação precisa ser concedida por um organismo confiável”, alertou. Ou seja, o selo presente no rótulo do alimento deve ser resultante de um processo de certificação que tenha atestado as características do produto. “Não basta o fabricante se autointitular ‘verde’ nos rótulos de seus produtos ou campanhas de marketing”, avisou.

Pryscilla Casagrande, engenheira de alimentos, mestre em alimentos e nutrição e especialista da PROTESTE, explicou que nem sempre as informações incluídas nos rótulos são totalmente confiáveis. “A PROTESTE realiza, periodicamente, testes com alimentos, e um dos requisitos analisados é o rótulo. Em 90% dos casos encontramos dados que podem induzir o consumidor a erro”, observou.

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O consumidor deve ter atenção a esses selos e optar, sempre que possível, por empresas sustentáveis. No entanto, é necessário entender que a certificação precisa ser concedida por um organismo confiável.

“Não necessariamente são informações errôneas. Em testes com azeites, por exemplo, encontramos rótulos que mencionavam que o produto era ‘100% azeite de oliva’. Ora, para ser considerado azeite, o produto precisa ser 100% azeite de oliva. Então, essa informação, em destaque, embora não esteja errada, pode induzir o consumidor a acreditar que essa marca é melhor que as demais”, ilustrou.

Assim, os especialistas ressaltam a importância de verificar o organismo que concedeu o selo. “Existem alguns selos no Brasil, como o IBD, de orgânicos, a norma ISO 14001, o Selo Vegano, da Sociedade Vegetariana Brasileira, entre outras”, disse Dafné. “Porém, é preciso entender que o selo é para o produto, não necessariamente para a empresa. Um selo vegano em um determinado item não quer dizer que a empresa não produza outros produtos que utilizem alimentos de origem animal”, explicou.

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Sustentabilidade alimentar depende de práticas responsáveis

Dafné orienta os consumidores a conhecerem melhor as empresas que fornecem os alimentos. “Visite seu site, conheça a sua cultura. A sustentabilidade alimentar depende de vários requisitos, desde o uso de embalagens que causem menor impacto ao ambiente e a destinação adequada de resíduos, até a responsabilidade social, que significa dar condições justas de trabalho aos colaboradores, não utilizar mão de obra infantil, não explorar pessoas em condições mais vulneráveis, entre outros aspectos”, frisou.

Além disso, os especialistas também destacaram a importância de valorizar os produtores locais e adotar boas práticas dentro de casa:

– evite o desperdício de alimentos;

– encaminhe embalagens e resíduos para reciclagem;

– evite fazer estoques de alimentos, para reduzir perdas;

– prefira consumir produtos orgânicos, livres de agrotóxicos.

Por: Redação PROTESTE

Fonte: Dafné Didier, Tecnólogo de Alimentos e fundador da Alimentos Consultoria e co-fundador da Tacta Food School e professor de especialização em Vigilância Sanitária, Ciência dos Alimentos e Gestão da Qualidade nos Serviços de Alimentação na Universidade Estadual do Ceará

Transcrito: https://minhasaude.proteste.org.br/entenda-melhor-o-conceito-de-sustentabilidade-alimentar/

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