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Entenda a importância de conferir os rótulos de produtos lácteos

Vários alimentos contêm substâncias que podem desencadear sintomas de alergias ou intolerâncias em determinadas pessoas. Por isso, é fundamental verificar o rótulo.

Você sabia que diversos alimentos, inclusive derivados de leite, podem desencadear reações alérgicas sérias e, dependendo da situação, causar danos à saúde? Por isso, é fundamental ter atenção aos rótulos dos produtos lácteos.

Vale esclarecer que oleaginosas (castanhas de caju e do Pará, macadâmia, amêndoas, nozes, avelãs e pistache), amendoim, leite de vaca, ovos, peixes, frutos-do-mar, trigo e soja estão entre os principais causadores de alergias ou intolerâncias. Ao verificar os rótulos, é possível saber se esses ingredientes fazem parte de outros alimentos.

Industrializados que levam leite na sua composição são exemplos disso – afinal, o alimento está presente em várias receitas, desde massas e iogurtes, até manteiga e requeijão. Intolerantes ou alérgicos precisam ter cuidado ao consumir derivados lácteos, para evitar os riscos de contato e, consequentemente, o aparecimento dos sintomas.

Aliás, quando se trata de sintomas mais graves, o cuidado deve ser redobrado, incluindo a separação de utensílios de cozinha e cuidados extras para analisar os rótulos dos produtos lácteos.

Saiba a diferença entre alergia à proteína do leite de vaca e intolerância à lactose

“A alergia à proteína do leite de vaca (APVL) é uma reação imunológica adversa às proteínas do produto e de seus derivados, que se manifesta após o consumo de uma porção de leite. O organismo reconhece a proteína como um corpo estranho e libera substâncias para combatê-la”, explica a nutricionista Fernanda Taveira.

Já a intolerância à lactose, de acordo com a especialista, envolve o sistema digestivo. “Ela é decorrente da dificuldade do organismo em digerir a lactose, o açúcar do leite, devido à diminuição ou a ausência de lactase, enzima que digere a lactose. Portanto, essa condição não envolve o sistema imunológico, sendo diferente de uma alergia”, ressalta Fernanda.

É fundamental diferenciar a alergia à proteína do leite de vaca da intolerância à lactose. Quem tem alergia ao leite, deve procurar leites específicos, que são fabricados a partir de um processo diferente, no qual são acrescentadas enzimas para quebrar as proteínas (e não a lactose), produzindo, assim, o leite hipoalergênico (HA). Se uma pessoa possui alergia à proteína do leite, não adianta consumir um produto zero lactose, pois continuará com problemas.

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Saiba Identificar os sintomas

A alergia à proteína do leite é mais comum em crianças e costuma surgir logo que o produto é introduzido na alimentação. Na verdade, trata-se de uma defesa do organismo às proteínas do produto (caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina).

Os principais sintomas da APLV são:

cutâneos (placas vermelhas na pele, coceira, descamação, etc;)

gástricos e intestinais (diarreia, sangue nas fezes, intestino preso, vômito, regurgitação, cólicas intensas);

respiratórios (respiração difícil, chiado);

sistêmicos, como a anafilaxia.

Importante destacar que qualquer quantidade da proteína do leite é suficiente para desencadear os sintomas. Portanto, seu tratamento é a dieta isenta de alimentos que possuem as proteínas do leite (leite, seus derivados e todos os alimentos preparados com esses ingredientes, tais como bolos, tortas, biscoitos, entre outros).

Já a intolerância à lactose pode ser desencadeada em qualquer momento da vida, inclusive na idade adulta. A condição deve-se à ausência ou diminuição, no organismo, da enzima lactase, que digere a lactose.

Neste caso os sintomas apresentados são apenas gastrointestinais, como diarreia, cólica, flatulência e distensão abdominal. A pessoa jamais manifestará sintomas de pele, nem respiratórios, como ocorrem nos processos alérgicos, pois o sistema imunológico (de defesa) não está envolvido.

No entanto, a intolerância à lactose pode ser contornada, seja com o consumo de produtos com redução da substância, seja com o uso de enzimas específicas, receitadas pelo médico.

A APLV, quando surge nos primeiros anos de vida, requer uma dieta rígida, com isenção total de produtos lácteos. Com o passar do tempo, costuma ocorrer a remissão dos sintomas e a criança pode voltar a consumir leite e derivados.

Muitas vezes as informações sobre os alergênicos nos rótulos não são claras ou podem ainda não estar presentes.

Pelo risco de comprometimento à saúde, especialmente de crianças, a restrição do consumo, tanto em casos de intolerância à lactose quanto de alergia à proteína do leite, é fundamental. Daí a importância de ter atenção aos rótulos dos alimentos.

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Saiba o que observar nos rótulos de produtos lácteos

Para quem necessita de dietas específicas, com restrição da proteína do leite de vaca e da lactose, é fundamental que a leitura atenta dos rótulos se transforme em uma rotina. O cuidado é importante, pois quem possui sintomas mais severos pode desenvolver reações bastante sérias, mesmo consumindo uma quantidade restrita do alimento.

Vale lembrar que o leite está presente em inúmeras preparações, desde derivados (como queijo, iogurte, manteiga, requeijão), até bolos, biscoitos e outros produtos industrializados.

“Muitas vezes as informações sobre os alergênicos nos rótulos não são claras ou podem ainda não estar presentes”, ressalta Fernanda.

No caso de APLV, ela destaca que os consumidores devem observar se os produtos contêm a advertência com a expressão “ALÉRGICOS: CONTÉM LEITE E DERIVADOS.”

Da mesma forma que para alergia alimentar, a informação da presença/ausência de lactose é obrigatória nos rótulos. Os intolerantes à lactose devem observar se os alimentos contêm a advertência sobre a presença da substância. Produtos que contenham lactose em quantidade acima de 0,1% devem trazer a expressão “baixo teor de lactose” ou “contém lactose” em seu rótulo.

Confira os cuidados ao comprar derivados lácteos

Quem tem intolerância à lactose ou alergia ao leite de vaca deve evitar o consumo de alguns alimentos:

creme de leite ou produtos que levam soro do leite na composição;

requeijão, cream cheese, cottage;

queijos de todos os tipos;

bebidas lácteas, leite fermentado, iogurte, petit suisse, coalhada;

manteiga

Manteiga também exige precaução

No caso da manteiga, a PROTESTE testou várias marcas e lotes (que podem ser conferidos aqui). A maior parte dos produtos foi bem avaliada, pois continha todas as informações obrigatórias por lei, incluindo as alegações sobre a ausência de glúten e de alergênicos.

Vale destacar que existem diversos tipos de manteiga, mas todas são derivados lácteos, com exceção das versões veganas. Assim, para quem tem APLV, somente o produto vegano, sem origem animal, é recomendado. Já as pessoas intolerantes à lactose podem usar os produtos sem essa substância.

Porém, é preciso cautela ao comprar, com atenção especial às informações dos rótulos de produtos lácteos. Na análise da PROTESTE, uma das marcas testadas (Regina) não continha a informação “contém lactose”, que é obrigatória, conforme a RDC 136/2017 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por: Redação PROTESTE

Fonte: Fernanda Taveira, nutricionista

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Transcrito: https://minhasaude.proteste.org.br/entenda-a-importancia-de-conferir-os-rotulos-de-produtos-lacteos/

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