Endocrinologista esclarece 5 dúvidas sobre a vitamina D
No sétimo episódio da segunda temporada do Conexão VivaBem, atração que faz parte da programação do UOL no Verão, a apresentadora Mariana Ferrão recebeu a endocrinologista Paula Pires para falar sobre os benefícios da vitamina D, conhecida como a “vitamina do sol”
Segundo a médica, quase todas as células do nosso corpo têm receptores para vitamina D. Ela é importante para o crescimento das células, o fortalecimento da imunidade e do sistema ósseo. A falta de vitamina D pode levar à fadiga, cansaço, fraqueza muscular, maior risco de quedas e causar uma doença chamada osteomalácia, em que o osso fica mais mole e predispõe a deformidades ósseas e fraturas.
No entanto, explica a endocrinologista, o excesso também é prejudicial para a saúde. “Não é porque ela é boa, que quanto mais melhor, não. A vitamina D tem nível tóxico também. Por exemplo, acima de 100 no sangue já é um nível tóxico que pode causar malefícios, aumenta o cálcio, dar convulsão, insuficiência renal e até levar à morte.
A seguir, a médica dá dicas e esclarece alguns mitos sobre a vitamina D:
Tomar 15 minutinhos de sol por dia sem protetor solar
Muitas mulheres acham que precisa ficar de biquíni e totalmente expostas para produzir vitamina D. “Isso é errado, não precisa. A gente só precisa de exposição de mais ou menos 15% do corpo”, explica a médica.
Ela dá a dica de tomar sol entre 9h30, 10h com protetor solar no rosto e nas áreas mais expostas. Para produzir vitamina D, ela recomenda aos seus pacientes se expor ao sol, de 15 a 30 minutos, no antebraço e na região da perna sem protetor solar ou com um fator mais baixo, por exemplo 15.
Uma outra dica é para quem dirige ou está no ônibus e recebe a exposição natural, a pessoa pode levantar a blusa e deixar o braço exposto. “Essa exposição todos os dias ou, no mínimo, três vezes por semana já é suficiente para produzir vitamina D”, afirma. Após esse período, o recomendado é aplicar o protetor a cada três horas. “Tem que passar porque às vezes a gente passa só de manhã, esquece e nunca mais passa.”
Alimentação não ajuda na síntese da vitamina D?
De acordo com Paula, só 10% da vitamina D vem dos alimentos, entre eles, do cogumelo, da ostra e de alguns peixes, como atum, sardinha, salmão. “A gente gosta, mas não come todos os dias”, comenta.
A médica aponta que nem o leite materno tem a concentração de vitamina D adequada e lembra que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a suplementação de vitamina D em crianças. “A vitamina D vem do sol mesmo. Contar com a alimentação para vitamina D não vale a pena”, afirma. Mas só vale suplementar sob recomendação médica.
Por que mulheres têm mais deficiência de vitamina D do que homens?
Muita gente não sabe a explicação, mas ela é interessante e tem relação com a balança: 60% da população brasileira está acima do peso, o percentual de mulheres com sobrepeso é um pouco maior do que os homens.
Paula Pires explica que a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, isto é, ela se deposita na gordura. Quem tem excesso de gordura, principalmente localizada, essa gordura “sequestra” a vitamina D do sangue e ela fica baixa.
“O motivo das mulheres terem vitamina D mais baixa não é tanto pela [falta] de exposição ao sol, mas porque elas estão mais acima do peso e essa vitamina D está sendo sequestrada na gordura. Eu vejo isso todos os dias no meu consultório, paciente emagrece, a vitamina D sobe”, conta.
Vitamina D x covid-19
A médica lembra que, no meio da pandemia, quando a gente tinha mais perguntas do que respostas, a mídia italiana publicou um artigo numa revista —não era um artigo científico— falando que os pacientes que ficavam em estado mais grave de covid na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) tinham baixos níveis de vitamina D, o que levou bastante gente a tomar vitamina D para se proteger da doença.
“Mas isso a gente já sabia porque as pessoas que ficam em estado grave são os pacientes metabólicos, obesos, diabéticos e hipertensos que a gente já sabia que têm vitamina D mais baixa, é uma relação de associação, não de causalidade. Não quer dizer que a vitamina D mais baixa leva à covid mais grave, não tem nenhuma evidência e respaldo científicos disso, tanto que nenhuma revista publicou esses dados.”
Toda semana, convidados especiais e especialistas vão conversar com a Mari Ferrão sobre saúde, alimentação e equilíbrio mental de um jeito leve e divertido. Fique ligado em VivaBem e em nossas redes sociais para acompanhar toda a programação.
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Por: Colaboração para VivaBem
Fonte: Paula Pires, endocrinologista
Sociedade Brasileira de Pediatria
Transcrito: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/01/19/endocrinologista-esclarece-5-duvidas-sobre-a-vitamina-d.htm