Diarreia em bebê: como identificar e o que fazer
Não é fácil identificar diarreia no bebê, já que nessa fase as fezes são líquidas
A diarreia é caracterizada por um aumento da freqüência ou por uma diminuição da consistência das fezes, em relação ao padrão habitual. Sendo assim, é importante observar as fraldas e conhecer o ritmo de evacuação do seu bebê.
Até os seis meses de vida, a Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam o aleitamento materno exclusivo. Quando não for possível, deve ser associado ou substituído por fórmula infantil própria para a idade.
O aspecto das fezes ao nascimento é escuro e pegajoso, conhecido como “mecônio”. Em alguns dias, a tonalidade muda e pode haver uma variação normal da coloração, do verde ao amarelo e marrom. Deve-se atentar, após este período, para fezes avermelhadas, pretas (“melena”) ou esbranquiçadas (referida como “acolia fecal”), situações que precisam ser investigadas.
O bebê pode evacuar após todas as mamadas, cerca de oito vezes ao dia, devido a um reflexo natural no estômago e intestino. As fezes costumam ser líquidas a pastosas, podendo inclusive ser explosivas. Com o passar dos meses, a tendência é uma redução do número de evacuações.
No entanto, vale ressaltar que o bebê em aleitamento materno exclusivo pode também demorar dias para evacuar, padrão considerado normal, se o bebê não demonstrar desconforto abdominal e mantiver o padrão de fezes pastosas.
Quando o bebê apresentar diarreia, esta pode ocorrer de forma aguda, com duração menor que quatorze dias e persistente ou crônica, quando ultrapassar este período. Os pais devem ficar atentos a possíveis sinais e sintomas associados, como dor abdominal, náusea, vômitos, febre e/ou irritabilidade; nesta situação, procure sempre a ajuda do seu pediatra. Além disso, deve-se observar os sinais de boa hidratação, como choro com lágrimas e presença de urina nas fraldas, sendo a redução desta um sinal precoce de desidratação.
Espera-se do bebê uma atividade normal, brincando e aceitando bem as mamadas. Caso contrário, leve-o para uma avaliação médica, pois pode ser necessário o uso de soro de reidratação oral ou mesmo uma terapia venosa. Outro fator importante a ser observado é o peso da criança, que deve estar em curva ascendente.
Não se recomenda o início, por conta própria, de dietas restritivas. A diarreia, quando presente, não tem como causa exclusiva a infecção, podendo ser também uma manifestação de alergia alimentar, alterações da imunidade e intolerância à lactose, entre inúmeras outras condições que precisam ser avaliadas pelo Pediatra e, caso necessário, pelo Gastroenterologista Pediátrico.
Como identificar a diarreia no bebê
Para reconhecer a diarreia no seu bebê, note que deverá haver uma mudança no padrão habitual de evacuações. O que é normal para um, pode não ser para o outro. Observe as fezes a cada troca de fralda e com o tempo saberá identificar se houve diminuição da consistência ou aumento da freqüência das eliminações intestinais.
Quando o bebê apresentar diarreia, é importante estar atento ao seu estado de hidratação. Sinais como choro sem lágrimas, queda do estado geral, prostração ou irritabilidade indicam avaliação médica imediata. Mantenha o aleitamento materno, ofereça bastante líquido e não inicie dietas restritivas sem orientação médica.
Referência: Update on Diarrhea Nicholas J. CaJacob and Mitchell B. Cohen; Pediatrics in Review 2016;37;313 DOI: 10.1542/pir.2015-0099
Por: Mariana Aboim
Fonte: Mariana Aboim, Gastroenterologia – CRM 5282952-8/RJ
Transcrito: https://www.minhavida.com.br/familia/materias/34652-diarreia-em-bebe-como-identificar-e-o-que-fazer?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification