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Cuidados com os cabelos no treino: dicas para manter a saúde capilar

Especialistas explicam como atletas devem tratar, lavar, prender e proteger os fios do sol e das impurezas. Nutricionista ensina também o que se deve e o que não se deve comer

Com uma rotina de treinos intensa com foco em performance, nem sempre os atletas têm muito tempo para se dedicar aos cuidados dos cabelos. Os exercícios diários fazem muito bem para o nosso corpo. Entretanto, o suor produzido durante as atividades pode prejudicar a saúde dos fios. Tanto os esportistas que treinam ao ar livre quanto os que treinam na água devem estar atentos a práticas simples que podem ajudar a manter os fios mais fortes e saudáveis. Praticar exercícios com os cabelos soltos é uma tarefa quase impossível se você tem madeixas longas. Mas os atletas que têm cabelos compridos precisam ter cuidado ao prender os fios durante os treinos, pois a tração pode causar queda capilar. Em casos mais graves, ao utilizar penteados muito apertados com frequência, não é incomum que ocorra alopecia de tração, que é a perda dos fios, principalmente na região frontal e lateral da cabeça. Especialista em saúde e transplante capilar, o médico cirurgião plástico André Ramos sugere para quem treina com cabelo preso, que deixe os fios soltos nos períodos de descanso.

– A tração é um dos grandes fatores de queda capilar. Puxar, esticar muito o cabelo para prender ou deixá-lo preso em trança por muito tempo propicia a queda. É importante aproveitar o período livre para descansar o cabelo e deixá-los soltos – explica.

Mantenha os cabelos soltos quando não estiver treinando: puxar ou esticar muito o cabelo para prender ou deixá-lo preso em trança por muito tempo propicia a queda — Foto: Internet

10 dicas

1. Para prender os cabelos, prefira elásticos vestidos com tecidos, pois eles danificam menos os fios;

2. Evitar lavar os cabelos com água muito quente;

3. Em caso exposição solar intensa, usar produtos para proteção do fio, pois o dano solar favorece seu envelhecimento;

4. Molhar os cabelos com água fria e aplicar um creme para pentear antes de colocar a touca para os esportes aquáticos;

5. Ter uma rotina de tratamento e usar shampoo e cremes adequados ao seu tipo de cabelo e couro cabeludo;

6. Evitar passar muitas horas do dia com os cabelos presos muito tensionados;

7. Não dormir com o cabelo molhado;

8. Usar tônicos ou ampolas hidratantes para o comprimento e as pontas do cabelo periodicamente (principalmente no caso de nadadores);

9. Não prender o cabelo enquanto ele estiver molhado ou úmido;

10.Evitar o uso de produtos cremosos próximo à raiz do cabelo, utilizá-los somente no comprimento dos fios.

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O médico dermatologista Misael Nascimento, que também é especializado em tricologia, ramo da medicina que trata dos pelos ou cabelos, afirma que é muito comum que os atletas passem um longo período do dia com cabelos presos, no estilo rabo de cavalo. E esta prática, além de causar alopecia de tração, também pode ocasionar a quebra dos fios.

Ramos também ressalta que é necessário lavar os cabelos adequadamente após os treinos, pois o acúmulo de suor e oleosidade no couro cabeludo aumenta os riscos de dermatite, que é a inflamação que pode causar vermelhidão, coceira e descamação da pele. Outro ponto importante é evitar o uso de bonés e faixas que dificultam a ventilação na região, pois manter os cabelos abafados com suor aumenta a oleosidade dos fios e propicia o aparecimento de caspa. Além disso, Misael alerta que passar muitas horas do dia com boné e cabelo molhado aumenta as chances de proliferação de fungos na área, o que pode levar ao aparecimento de caspa e pitiríase versicolor, mais conhecida como pano branco, entre outros problemas fúngicos. Os esportistas devem ficar atentos na hora de lavar corretamente os fios e deixá-los secar, de preferência, naturalmente.

E se os treinos ocorrem ao ar livre, o cuidado deve ser redobrado. A dermatologista Renata Domingues recomenda o uso de produtos capilares com indicação de proteção solar para os atletas que treinam sob muita exposição solar. Domingues alerta sobre procedimentos químicos como alisamentos ou fazer escova com frequência, práticas propiciam a queda dos fios e devem ser feitas com atenção pelos atletas. É importante que os esportistas que desejam fazer tratamentos mais agressivos aos fios contem com a ajuda de um especialista para garantir o cuidado adequado para os seus cabelos durante o processo.

Nos esportes aquáticos

Hoje é muito comum que as piscinas recebam tratamento por meio de ionização da água ao invés do cloro, que era um vilão para os cabelos dos nadadores. Mas mesmo assim, os atletas que treinam na água devem se preocupar em lavar o cabelo adequadamente e deixá-los secar, pois a umidade excessiva deixa os fios mais fracos e quebradiços. Existe um mito que lavar os cabelos diariamente faz mal, mas o especialista capilar explica que esta prática, na verdade, ajuda a melhorar a saúde dos fios.

– Lavar o cabelo todos os dias ou de dois em dois dias é o ideal. O couro cabeludo retém muita sujeira e pode gerar doenças e irritação na região. Existem pesquisas científicas que comprovam que não há nenhum problema em lavar o cabelo todos os dias, desde que se apliquem produtos corretos, evitando resíduos e que não se utilize água muito quente durante a lavagem, pois isso prejudica a saúde da pele e do couro cabeludo. E no caso do cabelo seco, a única diferença é que deve-se investir, principalmente, em uma hidratação periódica caprichada para evitar que os cabelos ressequem mais – recomenda André Ramos.

Já Misael Nascimento alerta que não existe uma regra comum para todos quando falamos em a frequência ideal para lavar os cabelos. Ele afirma que essa questão é muito particular para cada indivíduo e deve ser avaliado de acordo com um especialista.

– Sempre falo que a frequência depende de cada pessoa, do couro cabeludo e da sua oleosidade. Neste caso, o auxílio de um profissional é fundamental para diagnosticar o tipo de pele, as características do couro cabeludo e do cabelo, suas necessidades, os produtos adequados e a forma de utilização desses produtos – comenta o tricologista.

A dermatologista Renata Domingues também alerta sobre a importância de lavar os cabelos diariamente para os atletas que nadam no mar: o sal deixa os fios mais ressecados, já que abre das cutículas capilares e deixa os fios mais porosos.

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Cuidado com o estresse

O estresse causado pela rotina atarefada ou até mesmo pela ansiedade no período de competições esportivas afeta diretamente a saúde dos nossos cabelos. Isso porque nosso corpo aumenta a produção de cortisol e o hormônio provoca queda dos fios. Além disso, o cortisol também pode afetar no crescimento do cabelo e deixar a pele ressecada e unhas mais quebradiças.

– O estresse acaba fazendo com que nosso corpo aumente a produção de um hormônio chamado cortisol, conhecido como hormônio de luta ou fuga, e ele impacta diretamente na nossa saúde de maneira geral. Na questão dos fios capilares, a alta produção de cortisol pode causar diminuição da irrigação do couro cabeludo, o que provoca queda capilar e mudança na coloração dos fios, com o surgimento dos famosos fios brancos. Além de cuidar da saúde capilar da forma correta, o ideal é que o atleta intercale seus treinos com atividades de reabastecimento, como meditação e yoga; ou, se necessário, acompanhamento profissional de um psicólogo – orienta Ramos.

Alimentação é a chave

Não adianta somente investir em shampoos, condicionadores e máscaras de qualidade se a alimentação não estiver balanceada com proteína, vitaminas e minerais. A nutricionista Filomena Pereira afirma que o cabelo é um reflexo da nossa alimentação e é impossível ter fios fortes e saudáveis sem ingerir todos os nutrientes necessários. Então, se você quer saber o que não pode faltar no seu cardápio para ter cabelos mais bonitos, confira a lista abaixo:

1. Água: este é o item imprescindível para ter hidratação capilar;

2. Proteína: o cabelo é essencialmente constituído por uma proteína, a queratina, o que torna essencial a presença de fontes deste nutriente. Além disso, aminoácidos e colágeno, principais responsáveis pela elasticidade, firmeza e estrutura capilar, podem ser encontrados em alimentos como ovo, carnes, peixes e oleaginosas.

3. Minerais: o zinco, ferro e o silício evitam que o cabelo fique fino, quebradiço e sem brilho, uma vez que apresentam associação com o colágeno. Estes minerais podem ser encontrados em alimentos como fígado, gema de ovo, ostras, frutos oleaginosos (amêndoa, nozes, cajus, amendoins, entre outros), aveia e algas

4. Vitamina A: devido ao seu forte poder antioxidante, ajuda a proteger o cabelo contra os radicais livres e está presente em alimentos como cenoura, tomate, melão, papaia, espinafres, pimentão beterraba;

5. Vitamina C: ajuda na absorção do ferro e na proteção contra os raios solares; por isso, é necessário incluir alimentos como laranja, abacaxi, banana, morango, kiwi e limão na alimentação;

6. Vitaminas do complexo B (como a B12): são essenciais para o crescimento e multiplicação das células capilares e podem ser encontradas em alimentos como o arroz, feijão, lentilhas e ovo;

7. Fontes de Ômegas: importantes para o crescimento e desenvolvimento das membranas celulares e folículos capilares, assim auxiliam na manutenção de um couro cabeludo saudável. Podem ser encontrados em alimentos como o salmão, abacate, frutos oleaginosos, sardinha, sementes (exemplo: girassol, chia, linhaça, entre outras), abacate e azeite.

Além de nos atentarmos ao que comer para garantir a saúde dos fios, também é necessário dar atenção aos alimentos que devemos evitar:

Alimentos muito processados: pois são ricos em calorias centradas em açúcar e gordura, mas nutricionalmente pobres. Eles aceleram a produção de glicose e originam a diminuição da função das proteínas e podem levar a alterações hormonais, como o aumento do nível de androgênio. Estas mudanças afetam diretamente na fibra e folículo capilar

Alimentos embutidos: por serem ricos em sódio, nitratos e gordura saturada, levam ao envelhecimento precoce da pele e deixam cabelo e unhas quebradiças;

Bebidas alcoólicas: devido a sua função diurética, evitam que o cabelo seja hidratado de forma contínua;

Tabaco: faz com que a oxigenação das células seja menos eficiente;

Café: como ele pode interferir na absorção de alguns nutrientes como o ferro, recomenda-se a ingestão moderada desta bebida.

A nutricionista também enfatiza que dietas muito restritas fazem com que o consumo de determinados nutrientes fique comprometido e essas carências nutricionais podem prejudicar a saúde dos fios. O mesmo se aplica à dietas com excesso de algum nutriente, como é o caso da proteína, que pode fazer com que os fios fiquem mais ressecados e quebradiços.

– O nosso cabelo reflete e muito a nossa alimentação. Assim, a ausência de alguma vitamina ou mineral vai prejudicar a fibra capilar e só a longo prazo é possível perceber essas alterações capilares. Por exemplo, em dietas muito restritas, no qual o aporte nutricional fica comprometido, o efeito no cabelo não é imediatamente visível, uma vez que o organismo possui reserva, sendo visível apenas depois de três meses. A falta de ferro ou zinco pode provocar a queda acentuada de cabelo; a baixa hidratação faz com que o cabelo fique ressecado e quebradiço; falta de ômegas pode originar o aparecimento de caspa e descamação do couro cabeludo, por exemplo – explica Filomena Pereira.

Por: Juliana Baptista, para o Eu Atleta — São Paulo

Fonte: Filomena Pereira, nutricionista

Renata Domingues, dermatologista

Misael Nascimento, médico dermatologista

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/treinos/noticia/cuidados-com-os-cabelos-no-treino-dicas-para-manter-a-saude-capilar.ghtml

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