Corrida de rua: veja mitos e verdades, segundo a Ciência
Médica do esporte Ana Paula Simões fala sobre as crenças e o que há de conhecimento científico sobre corrida
Corrida de rua é uma prática cheia de crenças e mitos que podem impactar o desenvolvimento dos corredores. Para uma evolução saudável, é importante diferenciar o que é mito e o que é baseado em ciência.
Vejo diariamente no consultório algumas dessas crenças e trago o conhecimento científico atual para aprimorar a prática e ajudar a sanar algumas dúvidas.
Corrida de rua: veja mitos e verdades, segundo a Ciência – Foto: (Reprodução/Internet
1. “Para correr melhor, basta correr mais”
Esse mito sugere que aumentar o volume de corrida é o único caminho para a evolução. Estudos indicam que o fortalecimento muscular, principalmente dos músculos estabilizadores e do core, é essencial para uma biomecânica eficaz e para prevenir lesões. Esse fortalecimento ajuda na absorção de impacto e diminui o risco de lesões em articulações como joelhos e quadris.
2. “Alongamento antes da corrida evita lesões”
A ideia de que alongamentos estáticos antes da corrida previnem lesões é comum, mas pesquisas mostram que o aquecimento dinâmico é mais eficaz. Movimentos dinâmicos preparam o corpo sem comprometer a elasticidade muscular, enquanto alongamentos estáticos podem ser mais úteis após o treino, contribuindo para a recuperação e a manutenção da flexibilidade.
3. “Corredores não precisam de musculação”
Ainda persiste a crença de que musculação “engessa” o corredor, mas a ciência prova o contrário. Exercícios de resistência e fortalecimento muscular, especialmente para as pernas e o core, melhoram a eficiência da corrida e a economia de energia, fundamentais para distâncias longas.
4. “Suplementação é desnecessária para quem come bem”
Embora uma alimentação balanceada seja a base, corredores de longa distância têm necessidades específicas que, às vezes, exigem suplementação. Deficiências de ferro, por exemplo, são comuns entre corredores e podem afetar o desempenho, sendo fundamental uma reposição adequada com orientação profissional.
5. “Dor é normal e faz parte do progresso”
A ideia de que dor significa progresso pode ser prejudicial. A dor persistente é um sinal de alerta para lesões, como fraturas por estresse ou tendinites. Ouvir o corpo e respeitar o tempo de recuperação é essencial para uma prática de corrida segura e sustentável.
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Conclusão
Ao integrar conhecimento científico, o corredor pode evitar erros comuns e alcançar um desempenho mais eficiente e seguro. Diferenciar mito e ciência é essencial para uma corrida de rua saudável. Principalmente hoje com o excesso de “desinfluencers” e muita fake news.
Bons treinos valentes!
@DraAnaPSimoes
Referências:
Brech, G. C., et al. “Strength training improves muscle strength and physical performance in older adults with knee osteoarthritis: a randomized controlled trial.” Osteoarthritis and Cartilage (2013).
Behm, D. G., & Chaouachi, A. “A review of the acute effects of static and dynamic stretching on performance.” European Journal of Applied Physiology 111.11 (2011): 2633-2651.
Rubini, E. C., Costa, A. L., & Gomes, P. S. C. “The effects of stretching on strength performance.” Sports Medicine 37.3 (2007): 213-224.
Blagrove, R. C., et al. “Effects of strength training on metabolic and mechanical determinants of middle- and long-distance running performance: A systematic review.” Sports Medicine 48.5 (2018): 1117-1149.
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Por: Ana Paula Simões
Fonte: Ana Paula Simões, Professora instrutora e mestre em Ortopedia e Traumatologia do Esporte pela Santa Casa de São Paulo e diretora da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/treinos/post/2024/11/10/corrida-de-rua-veja-mitos-e-verdades-segundo-a-ciencia.ghtml