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Como tratar o excesso de peso e a obesidade

Nutricionista alerta que programas e dietas milagrosas para redução de peso têm data para começar e acabar; entenda

A obesidade é uma doença multifatorial, não é resultado apenas de um desequilíbrio entre ingestão e gasto energético. Pode estar associado a algumas patologias, como Síndrome de Prader Willi, Ovário Policístico, Depressão, Hipotiroidismo, Doenças do Sono e Diabetes. É preciso entender a causa do ganho de peso para que sejam elaboradas as estratégias para o tratamento.

A doença pode alcançar todas as classes sociais, homens e mulheres de diferentes faixas etárias. É preciso maior atenção na infância e adolescência, quando formamos hábitos alimentares e construímos o maior número de células de gordura. Alguns comportamentos estão associados a maior facilidade de ganho de peso: consumo excessivo de bebida alcoólica, refrigerantes e bebidas açucaradas, alimentação baseada em fasts food, ingestão de alimentos ultraprocessados e sedentarismo.

Somos únicos. Cada organismo responde de uma forma ao tratamento. É preciso anamnese criteriosa, que é um atendimento conduzido por especialista com objetivo de identificar “entender sua história”: estilo de vida, história clínica, história familiar, hábito alimentar, preferências, aversões alimentares e prática de exercício físico.

Reeducação alimentar deve ser associada à adoção de hábitos saudáveis, como prática de exercícios — Foto: Internet

A perda de 5 a 10% do peso já traz benefícios; confira a lista.1. Redução da esteatose hepática;

2. Melhora da função urinária;

3. Aprimoramento da mobilidade;

4. Diminuição de dores nos ossos e articulações;

5. Redução de risco de depressão;

6. Menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares e doenças do sistema circulatório.

Além disso, uma equipe interdisciplinar deve estar envolvida no tratamento, composta por nutricionista, médico, psicólogo, educador físico, fisioterapeuta. O processo de redução de peso é um “cabo de guerra”. A base é alimentação equilibrada e saudável, manter-se ativo e praticar exercício físico regularmente. As estratégias são criar déficit energético, aumentar a saciedade e controlar o apetite, manter adesão à dieta e motivação e evitar o efeito platô. Não existe dieta ou treino milagroso. Dietas restritivas e perda rápida de peso têm grande correlação com reganho de peso.

Programas para redução de peso tem data para começar e acabar, mas o controle de peso é crônico. Não existe um peso ideal a ser alcançado. É preciso priorizar adequação dos exames laboratoriais e de imagem (saúde em dia), melhorar a composição corporal, estar feliz com seu corpo, garantir sua qualidade de vida e ter prazer com a alimentação.

Após alcançar peso e composição corporal desejados entra a fase de manutenção. Alguns estudos apontam que, para cada quilo perdido, é necessário um mês de manutenção. Outros mostram que é preciso manter o quilo perdido por, pelo menos, doze meses para que o organismo entenda que esse é o nosso peso. É importante sempre estar vigilante, haver mudança de comportamento e novo estilo de vida. Se não mudar o comportamento, voltarmos ao estilo de vida anterior, provavelmente haverá reganho de peso.

Por: Cris Perroni – Rio de Janeiro

Fonte: Cris Perroni, Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2021/07/26/como-tratar-o-excesso-de-peso-e-a-obesidade.ghtml

 

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