COMO SABER O QUE COMER E QUAL O HORÁRIO IDEAL?
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A ocorrência de infartos, ataques de asma ou de certas dores podem ser evitados, caso façamos a escolha certa sobre o que comer no horário ideal? Fique por dentro sobre as considerações dos especialistas!
A cronobiologia ainda é uma área incipiente em todo o mundo. Há 20 anos, a Associação Médica Americana (AMA) entrevistou uma amostra significativa de profissionais norte-americanos e pessoas leigas para saber se eles sabiam quais os horários mais comuns para a ocorrência de infartos, ataques de asma ou de certas dores, e tanto médicos quanto pacientes erraram a maior parte das respostas. Smolensky, especialista em cronobiologia Michael Smolensky, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Texas, em Houston, nos Estados Unidos, e autor do livro The Body Clock Guide to Better Health (uma tradução livre seria “Guia do relógio biológico para melhorar a saúde”, sem tradução no Brasil), fala que a maior parte dos estudos farmacológicos não considera as diferenças entre tomar o medicamento de manhã ou à noite, o que é uma pena. Sabe-se, por exemplo, que todo mundo tem seu pico de cortisol pela manhã e, assim, tomar corticoides nesse período pode ser mais eficaz e gerar menos efeitos colaterais, já que é o horário em que o corpo já está habituado à descarga hormonal.
Embora já existam alguns estudos preliminares para definir os melhores horários para se tomar um suplemento de cálcio ou de vitamina D, por exemplo, o especialista fala que ainda é cedo para saber quais alimentos seriam melhor aproveitados em determinado período. Na visão de Smolensky, isso decorre não só do fato de as pesquisas em crononutrição ainda estarem no início, e também porque comer é um ato complexo, que envolve necessidades fisiológicas, questões culturais, emocionais, memórias afetivas e tantos outros fatores.
Estudos citados no livro de Smolensky indicam que, quando isolados num laboratório, sem noção do tempo, as pessoas tendem a fazer três refeições ao dia, ainda que permaneçam acordadas por mais ou menos horas. Mas ele admite ser impossível saber se isso ocorre porque essa é uma reação inata a um hábito aprendido. “No passado, a realeza fazia duas refeições ao dia; os criados, que tinham que acordar cedo, faziam três, e isso passou a ser reivindicado como um direito”, conta.
Dividir as refeições
O que para especialistas em cronobiologia pode confundir o relógio biológico, para os profissionais da área da nutrição é uma forma de otimizar a absorção de certas substâncias (e são muitos os nutrientes a nós essenciais!) e evitar que exageremos nas refeições. “A absorção se liga à capacidade de digestão e da qualidade da parede intestinal. A melhor estratégia, então, é fracionar as refeições em seis por dia, com volumes menores e mais constantes”, diz Vanderli Marchiori, membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE). “Bioquimicamente não há diferenças significativas em relação ao horário de ingestão”, acredita ela.
A nutricionista Isabella Correia, da Clínica La Prath (RJ), concorda e acrescenta que, enquanto vitaminas hidrossolúveis (como a C) e lipossolúveis (A, D, E e K) devem ser consumidas junto ou perto das refeições, os minerais devem ser ingeridos longe delas, para serem melhor absorvidos. Deficiências de ferro, cálcio e selênio são comuns no Brasil.
Por Tatiana Pronin
Produção: Estúdio Fuê
Adaptação: Kelly Miyazzato
Fonte: Vanderli Marchiori, membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE)
Smolensky, especialista em cronobiologia Michael Smolensky, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Texas, em Houston, nos Estados Unidos, e autor do livro The Body Clock Guide to Better Health (uma tradução livre seria “Guia do relógio biológico para melhorar a saúde”, sem tradução no Brasil)
Transcrito: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/como-saber-o-que-comer-e-qual-o-horario-ideal/7197/