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Câncer de estômago: entenda doença que matou a jogadora de vôlei Paula Borgo

Médica oncologista explica causas, sintomas, tratamentos e diagnóstico dos tumores gástricos: no Brasil, mortalidade por esse tipo de neoplasia chega a matar 15 mil pessoas por ano

O vôlei e o esporte brasileiro estão de luto com a morte da jogadora de vôlei Paula Borgo nesta quinta-feira, 11 de maio, de câncer de estômago. A atleta de 29 anos descobriu o tumor em setembro do ano passado, quando precisou se afastar das quadras. O câncer gástrico, que matou a oposta, é um cancer originário, em que células que crescem de maneira desordenada na região estomacal. E atinge normalmente uma faixa etária bem diferente da de Paula, acima de 65 anos. A médica oncologista Tatiane Montella, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenadora de oncologia clínica na Casa de Saúde São José e no grupo Oncoclinicas, explica abaixo quais são as causas, sintomas e tratamento da doença.

Incidência e mortalidade

Brasil x Rússia – Liga das Nações – Paula Borgo — Foto: Divulgação / FIVB

O câncer de estômago é, no Brasil, o 3º mais comum em homens e o 5º mais comum em mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Mais da metade dos pacientes diagnosticados têm mais de 65, e a idade mediana é de 68 anos. A doença é muito incomum em pacientes muito jovens como Paula e o ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que morreu em 2021, aos 41 anos.

Nos últimos 10 anos, tem sido observado um aumento da mortalidade por câncer de estômago no Brasil, chegando a 15 mil mortes por ano.

As chances de sobrevida – de o paciente estar vivo cinco anos após o diagnóstico – dependem da gravidade da doença quando descoberta:

– Sobrevida de 70% quando, no momento do diagnóstico, o câncer está localizado;

– Sobrevida de 30% na doença localmente avançada;

– Sobrevida de 5% quando já há metástase.

Tipos

Câncer de estômago — Foto: Istock Getty Images

– Adenocarcinoma;

– Linfoma;

– Tumores carcinoides;

– Gist (da sigla em inglês para gastrointestinal stromal tumors) ou tumor estromal gastrointestinal.

Fatores de risco

– Idade – Pessoas com mais de 65 anos são mais propensas;

– Alimentação – Maior consumo de ultraprocessados, embutidos e condimentados e menor consumo de verduras legumes e frutas aumentam o risco;

– Tabagismo;

– Consumo de álcool;

– Enfermidades ou doença do estômago prévias, como gastrite crônica, infecções pela bactéria Helicobacter Pylori (H. Pylori); infecções por Epstein Barr ou mesmo pólipos estomacais;

– Anemia perniciosa;

– Doenças de fundo genético, congênito ou hereditário, como a síndrome poliposa familiar – Nesse cenário, é mais comum em pacientes mais jovens.

– Histórico familiar.

Sintomas

– Os tumores iniciais raramente apresentam sintomas. Quando eles começam, a doença costuma estar mais avançada – comenta Tatiane Montella, o que explica a alta taxa de mortalidade.

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São sintomas:

– Perda de peso;

– Dor no estômago;

– Vômito;

– Enjoo;

– Sensação de plenitude, ou seja, de estar muito cheio após a alimentação;

– Sangue nas fezes.

Diagnóstico

Foto: Reprodução/Internet

O diagnóstico é feito através de biópsia por endoscopia digestiva. A suspeita surge após o aparecimento dos sintomas, pela presença de sangue nas fezes e por algo apontado em um exame de imagem (tomografia).

– Não há exames de rastreio como a mamografia, para o câncer de mama, ou a colonoscopia, para o de cólon. A recomendação é que, diante de sintomas, procure-se um médico – diz a médica.

Prevenção

– Manter uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas e em cereais integrais, que fornecem fibras e nutrientes;

– Reduzir o consumo de alimentos condimentados e ultraprocessados;

– Praticar atividades físicas regulares – A atividade física é importante desde a prevenção até o tratamento. Nesse momento, ela condiciona o corpo para receber o tratamento e contribui para a redução dos efeitos da quimioterapia e de outras intervenções;

– Não fumar;

– Não consumir álcool em excesso.

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Tratamento

– O tratamento varia de acordo com o tipo de tumor, o momento do diagnóstico e a condição clínica do paciente – explica Tatiane, listando as opções disponíveis:

– Cirurgia para retirada do tumor;

– Quimioterapia;

– Radioterapia;

– Imunoterapia;

– Terapias alvo direcionadas.

Por: EU Atleta — Rio de Janeiro

Fonte: Tatiane Montella é médica oncologista, coordenadora de oncologia clínica na Casa de Saúde São José e no grupo Oncoclinicas e oncologista clínica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2023/05/11/cancer-de-estomago-causas-tretamento-sintomas.ghtml

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