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Bacon não é tão “do mal” assim; veja benefícios das gorduras para a saúde

De acordo com a escritora Nina Teicholz, é melhor desconfiar de tudo o que você já leu sobre gordura até hoje. No livro “Gordura sem medo” a autora afirma que a imprensa e alguns cientistas “marqueteiros” fizeram (e ainda fazem) um alarde sobre estudos que, no fim das contas, não chegaram a uma conclusão concreta sobre as relações entra o consumo de gordura e o câncer e doenças cardíacas, por exemplo.

Teicholz conta que a gordura no bacon é em grande parte insaturada (gordura melhor do que a saturada), e que as gorduras que estão na carne também são encontradas no azeite e no peixe. Segundo ela, o tipo de gordura mais comumente encontrado na carne é “esteárico”, que é totalmente neutro para o colesterol.

“Além disso, não há evidências de que qualquer tipo de gordura cause algum tipo de câncer. Esta foi a conclusão do Relatório sobre o Câncer Mundial de 2007 e, desde então, não foi derrubada. Assim, as gorduras não causam câncer. Se a carne causa câncer, não é devido ao teor de gordura.”

A gordura no bacon é em grande parte insaturada, a gordura “boa”Foto: Internet

Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), diz que realmente o bacon possui mais gorduras insaturadas e que o risco de desenvolver câncer está relacionado ao alto consumo de carne vermelha: superior a cerca de 450g por semana.

Gorduras boas

Claro, não é novidade que a tal gordura boa faz bem à saúde. A insaturada, por exemplo, encontrada nas castanhas, no azeite, nos peixes e no abacate, mantém os níveis de insulina baixos ao longo do dia, ajudando na perda de peso e a diminuir o risco de diabetes. O consumo de gordura insaturada aumenta, ainda, os índices de HDL –o tipo de colesterol que recolhe as gorduras do corpo e acerta os níveis do LDL, popularmente conhecido como colesterol ruim.

Mas Teicholz vai além da defesa das gorduras consideradas boas e afirma que a gordura saturada também faz bem e que, apesar de acreditar nas evidências de que a gordura trans faz mal, não está de acordo com as razões pelas quais elas foram oficialmente condenadas, isto é, sua capacidade de elevar o colesterol ruim.

Gordura trans

“As verdadeiras razões pelas quais as gorduras trans parecem não ser saudáveis são que elas interferem no funcionamento da membrana celular e podem causar calcificação. Os efeitos do LDL são pequenos e provavelmente relativamente sem sentido”, disse ela em entrevista ao VivaBem.

As gorduras trans são populares entre fabricantes de alimentos fritos, assados e salgadinhos porque têm um prazo de validade longo, mas são ruins para os consumidores, aumentando o risco de doenças cardíacas em 21% e as mortes em 28%, informou um comunicado da OMS divulgado no início do mês.

A autora também defende que “gorduras saturadas” e “carne” não são sinônimos. “A carne, como todos os alimentos, contém uma mistura de gorduras. Apenas um terço das gorduras em um bife de porco médio está saturado; outro terço é o mesmo tipo de gordura que o azeite de oliva, e o terço final é o tipo de gordura encontrado em outros óleos vegetais”, explica.

O problema de banir a gordura

Dietas com baixo teor de gorduras podem causar deficiência de vitaminas, já que alguns tipos de nutrientes necessitam da gordura para serem absorvidos pelo corpo. “As principais são as vitaminas A, D, E e K, responsáveis pela proteção celular, manutenção do sistema imunológico, coagulação do sangue e construção óssea”, explica a nutricionista esportiva Angélica Thaís Salvador Franco.

A falta de gorduras também pode interferir no equilíbrio hormonal, principalmente dos hormônios sexuais. “O déficit hormonal vai causar cansaço, indisposição e falta de energia”, de acordo com a nutróloga Cristiane Braga Kanashiro.

Fora que, ao restringir totalmente o consumo de gorduras, a dieta se torna monótona. E daí para compensar, é comum aumentar o consumo de carboidrato. Pães, biscoitos e outros derivados da farinha branca viram rapidamente açúcar no sangue, que acaba estocado em forma de gordura no corpo. Ou seja, não adianta nada.

De acordo com Teicholz, a questão realmente é equilíbrio saudável de macronutrientes. “O benefício não é em consumir mais gordura, mas na proporção de gordura versus carboidratos”, diz.

O presidente da Abran salienta que a dieta ideal é feita com proteínas de alto valor biológico, as gorduras boas, os carboidratos complexos e, claro, alta quantidade de vegetais.

Por: Gabriela Ingrid

Do VivaBem

Fonte: Nina Teicholz, escritora e autora livro do “Gordura sem medo”

Cristiane Braga Kanashiro, nutróloga

Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)

Angélica Thaís Salvador Franco, nutricionista esportiva

Transcrito; https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/06/07/dieta-gordurosa-e-mais-saudavel-do-que-uma-rica-em-carboidratos-diz-autora.htm

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