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Atividade física regular reduz risco de fraturas em mulheres após a menopausa

Estudo da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, afirma que mesmo exercícios leves, como caminhadas, fazem toda a diferença. Médico do esporte explica

Praticar exercícios físicos regularmente, incluindo atividades leves como caminhadas, reduz o risco de fraturas, especialmente de quadril, em mulheres após a menopausa. É o que afirma um novo estudo da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, publicado no periódico científico Journal of the American Medical Association (JAMA), que acompanhou 77 mil mulheres durante 14 anos. Entre elas, 33% sofreram ao menos uma fratura. Mas as que praticavam exercícios regulares apresentaram um risco 18% menor de fraturas de quadril e 6% menor de fraturas em geral.

Médico do esporte, endocrinologista e colunista do EU Atleta, Guilherme Renke comenta que o estudo reafirma o que outras pesquisas já apontavam, mas trazendo novas e importantes evidências. Renke explica que o osso é vivo, sofre anabolismo (construção e formação) e catabolismo (degradação). Após a menopausa, o catabolismo é ampliado porque o organismo da mulher para de produzir o estrogênio, que é um hormônio importante para o anabolismo, que estimula a produção óssea. Com isso, aumenta o risco de osteoporose, doença caracterizada pela perda da massa óssea e que acomete 200 milhões de mulheres no mundo, deixando seus ossos frágeis e mais sujeitos a fraturas.

– A osteoporose é mais mortal do que câncer de mama para as mulheres. Cerca de 30% das fraturas de fêmur, por exemplo, levam a óbito, por serem fraturas complexas, que exigem cirurgia para colocação de prótese, internação em CTI e imobilidade. Isso leva a problemas como infecções e embolia pulmonar – ensina Renke.

A atividade física entra em cena justamente por ser capaz de estimular a produção de outros hormônios que ajudam na construção óssea, o que explica o papel do exercício como fator protetor em relação a problemas ósseos em mulheres na pós-menopausa.

– O exercício aumenta fatores que estimulam a produção de massa óssea, como o IGF-1, uma proteína produzida no fígado estimulada pelo hormônio de crescimento (GH); o próprio, GH, que é produzido pela hipófise; o GLP-1; e hormônios andrógenos, como testosterona, sulfato de dhea e di-hidrotestosterona – enumera.

Hormônios estimulados pelas atividades físicas que ajudam na construção óssea:

1. IGF-1

2. GH

3. GLP-1

4. Hormônios andrógenos, como testosterona, sulfato de dhea e di-hidrotestosterona

Vitamina D e reposição hormonal

Guilherme comenta que qualquer atividade física é boa, mas que exercícios de resistência como musculação, pilates e yoga são ainda mais efetivos nesse caso. Além disso, praticar atividades ao ar livre tem uma vantagem adicional: a exposição ao sol, fundamental para a síntese de vitamina D, importante co-fator para o anabolismo ósseo, no organismo.

– Conjugar exercícios de resistência com os aeróbicos é o ideal. É importante também que se avalie, com o médico, a necessidade de reposição hormonal em pacientes que sofrem com os sintomas da menopausa. A reposição hormonal pós-menopausa avançou muito e é absolutamente eficaz e segura quando não há contraindicações, que devem ser avaliadas pelo médico. Ela colabora para a diminuição do risco de incidentes cardiovasculares, de osteoporose e dos sintomas da menopausa – explica Renke.

Por: Flávia Ribeiro — Rio de Janeiro

Fonte: Guilherme Renke, Médico do esporte, endocrinologista e colunista do EU Atleta

Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/atividade-fisica-regular-reduz-risco-de-fraturas-em-mulheres-apos-a-menopausa.ghtml

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