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As lesões mais comuns no ciclismo e dicas de prevenção

Joelho, mãos, períneo e lombar são as áreas do corpo que mais sofrem: médico do esporte e ortopedista, Adriano Leonardi explica

Segundo a Ecocounter, foi apresentado em um fórum no Canadá, recentemente, o estudo Worldwide Cycling Index, que analisa a distribuição do ciclismo em todo o mundo. Ele coleta dados de 3.266 contadores de ciclistas localizados em 39 países. O resultado do estudo sugere que um total de 518 milhões de ciclistas foram contados. Ou seja, de 2017 para 2018 houve um crescimento de 6% nesse número. Os que pedalam por lazer ocupam 3%, e a mobilidade urbana foi de 7%.

Ninguém gosta de ser forçado a deixar a bicicleta por alguma lesão. Como praticante de mountain bike, sei como é gratificante estar na natureza, admirar belas paisagens e sentir a endorfina do vento no rosto. Mas, infelizmente, nem sempre um dia de pedal é perfeito. Um dia você pode se encontrar na melhor performance da sua vida, no próximo encontra-se lutando para girar os pedais sem dor. Mas algumas lesões podem ser tratadas e evitadas facilmente. E, aqui, reúno alguns dos problemas mais comuns enfrentadas pelos adeptos ao ciclismo.

E lembre-se: cada corpo tem sua particularidade, e os sintomas podem não representar a causa atual. Se a lesão é persistente, sempre procure um profissional, que te auxiliará a identificar e tratar a causa.

 

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Quedas

“Bike é arte e o tombo faz parte”. Mas o conselho óbvio é sempre procurar atendimento médico em casos de queda. Contusões na cabeça, mesmo sem perda de consciência, denominadas de concussão, exigem atendimento de urgência devido a complicações que podem ocorrer tardiamente.

Estatisticamente, fraturas da clavícula e punho são as mais frequentes, a maioria de tratamento não cirúrgico, e a boa notícia é que geralmente leva cerca de seis semanas para curar a clavícula.

Quando se trata de prevenção de acidentes, são imprescindíveis o conhecimento adequado da técnica do terreno no qual se pedala e o uso do trio de segurança – capacete, óculos e luvas -, mesmo que o pedal seja nas ciclovias urbanas.

Dor lombar

Dor na lombar é uma das mais comuns no ciclismo — Foto:Reprodução/Internet

De longe, a dor lombar é a queixa mais frequente no ciclista. Estudos biomecânicos demonstram que a pressão intradiscal chega a até três vezes o peso corporal do indivíduo durante o pedal, predispondo a lesões comuns como protusões, hérnias e fissuras de disco, que muitas vezes levam meses ou anos para a resolução e algumas vezes exigem tratamento cirúrgico.

Soma-se a isso tensão inadequada nos músculos da parte inferior das costas, levando a mudanças de postura que podem afetar outras áreas: em particular o músculo piriforme, cuja irritação pode se apresentar como dor no quadril ou dor irradiante na perna, pois o nervo ciático que vai da parte inferior das costas aos dedos dos pés pode ficar comprimido quando o piriforme é sobrecarregado.

Pensando na prevenção, os principais fatores a serem levados em conta são:

Foto:Reprodução/Internet

1. Posição na bicicleta: para se prevenir posturas inadequadas, existe o “bike fit”, que ajusta a altura ideal do quadro , guidão e selim para a altura e biótipo do ciclista.

2 Força no core: se seus músculos estabilizadores da bacia, pélvis e abdômen não são suficientemente fortes, sua parte inferior das costas cairá na bicicleta, causando tensão excessiva. Trabalhar o core também tornara seu desempenho mais efetivo, pois suas pernas empurrarão os pedais de uma base mais forte.

Dor no joelho

Foto:Reprodução/Internet

A dor no joelho muitas vezes decorre de um problema de esforço repetitivo.

A dor anterior do joelho geralmente vem de um selim muito baixo e, portanto, com pressão excessiva na cartilagem da patela.

Dor por trás do joelho ocorre normalmente quando o selim é muito baixo, esticando e sobrecarregando os músculos posteriores da coxa, os isquiotibiais.

Dores laterais e medianas podem ser causadas por se pedalar com os joelhos muito para dentro ou para fora.

Períneo

O fato de permanecer sentado no selim por períodos prolongados pode levar a lesões neurológicas do nervo pudendo, podendo acarretar desde perda de sensibilidade na área perineal até impotência sexual. Isso, é claro, relacionado ao tempo de exposição, tipo de banco, postura ao pedalar e predisposição própria do atleta.

Mãos

Ao pedalar, devido ao tempo excessivo do firme contato das mãos ao guidão da bike, poderão ser desencadeadas a síndrome do túnel do carpo e síndrome do canal de guyon, desencadeando o “formigamento” clássico dos de acordo com o nervo acometido.

Prevenção

Pessoalmente, considero o fortalecimento do CORE como uma atividade essencial na prevenção de lesões, particularmente através do pilates de solo.

Como já citei, pedalar exige o tamanho adequado à sua altura, as pernas devem estar bem posicionadas para que ocorra um giro ideal e não provoque lesões a curto, médio e longo prazo. Assim também como o selim, guidão e taquinho da sapatilha ajustados. Por isso, recomendo o “Bike Fit” , que além de prevenir lesões ainda aumenta em 30% a 35% a performance.

Referência:

– Common injuries in cycling: prevention, diagnosis and management.

Por: Adriano Leonardi

Fonte: Adriano Leonardi ,Médico do esporte e ortopedista especialista em traumatologia do esporte e cirurgia do joelho. Membro da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva

Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2022/05/22/as-lesoes-mais-comuns-no-ciclismo-e-dicas-de-prevencao.ghtml

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