Alimentos que aumentam e baixam a testosterona
Entenda importância da alimentação na produção e na regulação da testosterona, o hormônio que fortalece a saúde e o bem-estar de homens e mulheres
Quais são os alimentos que aumentam e baixam a testosterona no corpo humano? A testosterona possui ação importante na fase final do crescimento da puberdade e no desenvolvimento das características sexuais secundárias no homem, como pelos pubianos e no rosto, timbre de voz e desenvolvimento dos testículos e do pênis. Hormônio com uma função bastante ampla no corpo, incluindo saúde mental, cardiovascular, metabólica e óssea, a testosterona é produzida pelo próprio corpo: no homem, pelos testículos, desempenhando função na produção de espermatozóides; nas mulheres, pelos ovários e adrenais, também tendo papel importante na função reprodutiva.
Muito se fala em se alimentar de forma saudável, porém pouco se fala sobre o impacto de uma alimentação saudável com a regulação de alguns hormônios.
A nutricionista Tainah Ratis explica que algumas pessoas querem resultado imediato e, por isso, recorrem a medicamentos para aumentar a testosterona. Porém, medicações podem oferecer riscos à saúde, como o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e câncer de próstata. Por isso, a alimentação saudável é uma maneira de elevar os níveis de testosterona sem prejudicar a saúde.
Alimentos que aumentam a testosterona
Testosterona: hormônio é importante para força muscular do ser humano — Foto: (Reprodução/AdobeStock)
A nutrição tem relação com o metabolismo de diversos hormônios, incluindo a testosterona. Com isso, existem alimentos que fazem com que a testosterona aumente de maneira natural. São eles:
Ostras – fonte de zinco e gordura;
Salmão – fonte de ômega 3 e ácidos graxos;
Ovos – fonte de zinco;
Azeite de oliva – fonte de gorduras mono insaturadas, vitaminas E e A, ferro e magnésio;
Abacate – fonte de Vitamina E e gordura;
Vegetais verdes escuros – fontes de ferro, ácido fólico e vitamina C;
Chocolate amargo – fonte de flavonóides;
Carne vermelha – fonte de proteínas, ferro, zinco, magnésio, vitamina B12 e gordura.
Alimentos ricos em gordura também têm papel importante. Esse macronutriente faz com que a testosterona aumente no organismo, pois são lipossolúveis, ou seja, necessitam de gordura para serem transportados. Esses alimentos não possuem o hormônio, que é produzido no corpo.
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Outras substâncias presentes em alguns desses alimentos também colaboram neste ciclo, como zinco e vitaminas E, D, C e A, além de compostos bioativos importantes como flavonóides e polifenóis.
O zinco é um mineral antioxidante adquirido por meio da alimentação. Ele pode proteger as células dos testículos do estresse oxidativo, melhorando a secreção de testosterona por esse tecido;
A vitamina E tem sido descrita como a vitamina da fertilidade, devido às propriedades antioxidantes. Nível baixo no corpo pode levar a um estado oxidativo da célula, dificultando a produção de testosterona;
A vitamina C reduz as quantidades de cortisol no corpo. Esse hormônio do estresse diminui a produção de testosterona. Por isso, é importante regular o estresse também.
Alimentos que baixam a testosterona
Alimentos industrializados, pois são ricos em gorduras trans, possuindo potencial inflamatório ao nosso corpo e contribuindo para a diminuição do HDL (bom) e do colesterol;
Peixes contaminados com alto teor de compostos clorados.
O consumo excessivo e a longo prazo de álcool pode levar a alterações hormonais, além de deficiências nutricionais. Isso acontece pois o metabolismo lipídico pode ser afetado, além da alteração dos eixos hipofisários ao diminuir a liberação de LH, hormônio responsável pelo controle das células ovarianas e testiculares.
Fatores além da alimentação
Foto: (Reprodução/Internet)
Uma dieta rica em proteínas e gorduras saudáveis ajuda o corpo a produzir adequadamente a testosterona. Por outro lado, uma alimentação rica em alimentos processados e açúcares ou uma dieta muito restrita em calorias podem prejudicar a produção.
Praticar atividade física regularmente é um excelente estímulo para que o corpo produza testosterona, no entanto, exercício físico em excesso e exercícios aeróbicos de longa distância (endurance) provocam queda da testosterona. Distúrbios do sono e estresse crônico também são prejudiciais para a manutenção de bons níveis de testosterona.
Nas mulheres, alguns fatores podem atrapalhar: o estresse, o sedentarismo, o uso de métodos anticoncepcionais hormonais e a alimentação irregular podem afetar a produção de testosterona.
Consequências do déficit de testosterona
O médico endocrinologista Francisco Tostes explica que os sintomas da deficiência de testosterona mais comuns tanto em homens como em mulheres são:
– Falta de energia;
– Queixas depressivas;
– Perda de memória;
– Dificuldade de concentração;
– Distúrbios do sono;
– Redução da aptidão física;
– Baixa libido;
– Dificuldade em atingir o orgasmo;
– Disfunção erétil e redução dos pelos no corpo e rosto dos homens.
O diagnóstico é realizado por meio da dosagem da testosterona no sangue, mas é fundamental avaliar o quadro clínico, o exame físico e as queixas do paciente, especialmente nas mulheres, já que, para as mulheres, o método utilizado para dosar a testosterona no sangue possui limitações.
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Testosterona em atletas
O endocrinologista explica que o hormônio proporciona o aumento da massa muscular e força física. A testosterona aumenta a síntese de proteína no músculo e estimula a proliferação das células nas fibras musculares, além de promover uma sensação de maior vigor e bem-estar que irão contribuir para aumento do desempenho físico.
O médico do esporte Renan Bosio aponta que a testosterona possui como resultado os efeitos desejáveis de melhoria de desempenho, por exemplo o aumento da força muscular, da densidade óssea e da produção de glóbulos vermelhos.
Esses três efeitos são muito vantajosos para atletas. Os dois primeiros por si só já apresentam essa vantagem clara para força. Já o aumento da produção de glóbulos vermelhos dá resistência, dada a importância em prover maior oxigenação dos músculos e órgãos, alimentando a “produção e recuperação” de energia.
— Destaca-se também o papel anabólico da testosterona em relação à síntese de massa muscular, implicando diretamente no desenvolvimento das fibras musculares tipo IIA e IIB, além de diminuição de gordura corporal. Portanto, fica evidente a grande vantagem fornecida pela testosterona ao aumentar força, velocidade e aptidão corpórea em geral — argumenta Renan.
Na construção de massa muscular, o papel anabólico da testosterona implica no aumento da síntese de massa muscular magra e papel importante na diminuição da gordura corporal. Sobre a capacidade de recuperação muscular, efeitos como a manutenção protéica, o papel anticatabólico e a modulação do cálcio possuem papel ativo na regeneração muscular, proporcionando, inclusive, auxílio na velocidade de recuperação de fibras lesadas e aumento do diâmetro da fibra.
Doping por uso de testosterona
Diante da capacidade de potencialização da prática esportiva, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Agência Mundial Antidoping consideram o uso da testosterona e de seus derivados nocivos e fraudulentos, devendo o atleta ser penalizado quando identificado o uso, dada a vantagem competitiva que tais substâncias podem fornecer.
Por outro lado, é importante analisar e mencionar uso clínico prescrito por profissional médico habilitado, como na terapia de reposição de testosterona, observando critérios clínicos e laboratoriais, estando devidamente descrita e comprovada eventual necessidade de uso justificado para evitar consequências legais do uso indevido da testosterona e derivados em atletas competidores.
Para as abordagens saudáveis e éticas do aumento da testosterona, o médico do esporte indica que necessita-se uma abordagem multifatorial.
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Por: Ana Paula Ferreira
Fonte:Francisco Tostes (@doutortostes) é médico endocrinologista e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais). É graduado em Medicina pela Faculdade Souza Marques e tem como foco de atuação a melhora na qualidade de vida dos pacientes, seja por meio da prevenção ou do tratamento de doenças.
Tainah Ratis é nutricionista clínica, com foco em emagrecimento, saúde intestinal e doenças crônicas. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pela VP/Santa Casa SP e em Nefrologia pela Finama/Belém.
Renan Bosio é médico ortopedista e do esporte. Pesquisador, pós-graduado em Medicina Esportiva e mestre e doutorando em Farmacologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Referência em recursos ergogênicos e regenerativos, reposição hormonal e longevidade.
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/reportagem/2024/03/19/c-alimentos-que-aumentam-e-baixam-a-testosterona.ghtml