Alimentação orgânica: as vantagens de evitar pesticidas, conservantes e ajudar o planeta
Especialista destaca a importância de promover saúde de maneira social, econômica e ambientalmente sustentáveis
O consumo de alimentos orgânicos vem aumentando em todo mundo pela preocupação com a alimentação mais saudável, equilibrada e consciente. Segundo a Organização Mundial da Saúde as práticas alimentares para promoção de saúde devem ser social, econômica e ambientalmente sustentáveis.
A produção de alimentos orgânicos baseia-se em técnicas livres de pesticidas sintéticos, fertilizantes químicos, organismos geneticamente modificados, aditivos alimentares, conservantes, radiações ionizantes e hormônios. É preciso levar em conta as condições regionais para o plantio, fortalecimento da produção local, maior envolvimento de mão de obra, contribuindo para o fortalecimento da cultura familiar, manutenção do equilíbrio ambiental. Reduzindo impacto negativo ao planeta e preservando os recursos naturais.
Os alimentos orgânicos estão prontos para o consumo no tempo adequado, plantio e colheita respeitam a safra, mais sabor, maior durabilidade – vida útil, maior conteúdo de fitoquímicos, vitaminas e minerais. Os agrotóxicos estão presentes em diversos alimentos: pimentão, morango, pepino, alface, cenoura, abacaxi, beterraba, couve, mamão, tomate, laranja, maçã, arroz, feijão, repolho, proteínas (carne, frango, ovo). Apresentam efeito cumulativo à saúde e estão associados a doenças neurológicas, câncer, alergias, depressão, doenças respiratórias, infertilidade e alterações fetais. Podem penetrar no solo, contaminar os lençóis de água e poluir rios e lagos.
Como minimizar os agrotóxicos presentes nos alimentos: retirar a casca (perdemos alguns nutrientes) e deixar de molho por 15 a 20 minutos em solução para limpeza (ex: 1 colher de sopa de hipoclorito – água sanitária – em 1 litro de água ou produtos como Clorin ou Hidrosteril…)
>As principais formas de venda dos orgânicos para a população em geral ocorre nas “Feiras Orgânicas” ou “Feiras Verdes” que vendem exclusivamente produtos orgânicos, e em “ Feiras Livres” que possuem algumas barracas com alimentos orgânicos, sendo uma relação de confiança entre o produtor e o consumidor.
Os pequenos produtores não necessitam obrigatoriamente do selo de certificação com venda direta ao consumidor, mas devem estar vinculados a uma Organização de Controle Social (OCS) cadastrada nos órgãos do governo cumprindo o regulamento da produção orgânica. Algumas redes de supermercados já comercializam esses alimentos, mas há necessidade do selo de certificação. Sabemos o quanto é difícil consumir todos os produtos orgânicos, mas sempre que for viável, possível e com produtores que você confie, dê preferência à compra de orgânicos.
Leitura:
LIMA, E E e SOUZA, A A. Alimentos orgânicos na produção de refeições escolares: limites e possibilidades em uma escola pública em Florianópolis. Rev. Nutr. v.24, n.2, Campinas mar./abr. 2011
SOUZA, A A et al. Alimentos orgânicos e saúde humana: estudo sobre as controvérsias. Revista Panamericana de Salud Publica. 2012
Por: Cris Perroni — Rio de Janeiro
Fonte: Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição. (Foto: EuAtleta)
Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/post/2018/11/19/alimentacao-organica-as-vantagens-de-evitar-pesticidas-conservantes-e-ajudar-o-planeta.ghtml