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A alimentação da mãe durante a amamentação: nutricionista dá dicas e desfaz mitos

Nutri esclarece: não existe leite materno fraco, ele não causa cólicas e bebês em aleitamento exclusivo não precisam beber água

Agosto é o mês da campanha Agosto Dourado, em prol da amamentação. Segundo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno exclusivo é fundamental para saúde do bebê até o sexto mês de vida, sendo complementado com alimentos do 6º mês até os 2 anos.

Benefícios da amamentação

. O leite materno é o alimento ideal e equilibrado em energia e nutrientes;

. Oferece aporte hídrico adequado. O bebê em amamentação exclusiva não precisa beber água;

. Tem facilidade de digestão;

. Baixo custo e praticidade: está pronto!;

. É fator importante na redução da mortalidade infantil, com proteção imunológica (contém imunoglobulinas, fatores anti-inflamatórios e imunoestimuladores, probióticos, macrófagos, linfócitos) e prevenção de doenças (Ex: diarreia, infecções, alergias…);

. Reduz o risco de alergia alimentar, doenças autoimunes, diabetes, doença celíaca, Doença de Crohn. A introdução antecipada de alimentos pode estar relacionada com alergias alimentares;

. Colabora com o desenvolvimento motor e cognitivo;

. Bom para saúde bucal e dentição;

. Benéfico para a flora intestinal;

. Promove o estreitamento do vínculo entre mãe e bebê

Há inúmeros benefícios também para a mãe como recuperação pós-parto, involução uterina, redução do sangramento, maior gasto energético e recuperação do peso pré-gestacional.

O colostro é o primeiro líquido produzido (até o sétimo dia pós parto). De coloração amarelada, é rico em componentes imunológicos, lactoferrina, leucócitos e fatores de crescimento, maior quantidade de proteínas e lipídios e tem baixa quantidade de lactose quando comparado ao leite maduro.

Componentes do leite materno maduro:

. Energia: contém cerca de 70 kcal/100 ml.

. Carboidratos: 43% da energia total. A lactose é o principal carboidrato, contém pequenas quantidades de galactose, frutose e outros oligossacarídeos.

. Lipídios: 51% da energia total do leite. Fonte de colesterol, ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis. Os ácidos graxos são essenciais para o metabolismo cerebral, transporte de vitaminas lipossolúveis e hormônios.

. Proteínas: 6% da energia total, sendo que a principal constituinte é a proteína do soro do leite lactoalbumina (80%). Contém também caseína (20%). Já o leite de vaca contém 80% de caseína e 20% de lactoalbumina. Maiores concentrações de aminoácidos essenciais de alto valor biológico, cistina e taurina, fundamentais para o desenvolvimento do sistema nervoso central.

A amamentação é um momento delicado, desconhecido e ansioso para a mãe. Não é instintivo, precisa ser ensinada. Existem técnicas e profissionais que podem contribuir para facilitar o processo. Peça ajuda já na maternidade. É fundamental o suporte da família.

As fórmulas infantis foram criadas com o objetivo de ser semelhantes e substituir, quando há necessidade, o leite materno. Entretanto, sua composição não se iguala às propriedades fisiológicas do leite humano, que são específicas da mãe para o próprio filho.

Alimentação da Mãe

Durante o período de amamentação exclusiva, há gasto energético maior, necessidades aumentadas em cerca de 500 calorias/dia. A alimentação deve ser:

. Variada e colorida;

. Mais natural: descasque mais, desembale menos;

. Com menor ingestão de alimentos processados e evitando os ultraprocessados;

. Maior consumo de frutas, verduras e legumes;

. Com preferência a alimentos integrais;

. Atenção à ingestão de água: pelo menos 40 ml de água por quilo de peso por dia.

Mitos

1 . Cólicas: a alimentação materna não é “causadora” de cólica no bebê. A cólica aparece nos primeiros meses de vida por uma imaturidade gastrointestinal. Cada caso deve ser avaliado. Se o bebê apresentar cólica pode ser indicada a retirada de produtos lácteos. Observe o que você comeu nas últimas 24 horas.

2. Leite fraco: não existe leite fraco. O leite humano é suficiente em energia, nutrientes, vitaminas e minerais até o sexto mês de vida do bebê. O choro do bebê é associado à fome, mas também está relacionado a desconforto, dor, proteção e necessidade de carinho. É um meio de comunicação entre a mãe e o bebê

3. Necessidade em oferecer água: bebê alimentado exclusivamente com leite materno não precisa de água como complemento. Não devem ser oferecido chás.

4. Alimentos que estimulam a produção de leite: cerveja preta e canjica não aumentam a produção de leite. Quanto maior a sucção do bebê no peito, maior a produção de um hormônio que estimula a produção de leite. É a sucção, portanto, que estimula a produção.

Literatura:

Costa, P. J. e Locatelli, B. M. E. S. O processo de amamentação e suas implicações para a mãe e seu bebê. Mental, v.6, nº.10, Barbacena, jun. 2008.

Melao, C. S. e Gonçalves, R. M. Aleitamento materno versus aleitamento artificial. Estudos, Goiânia, v.41, 2017.

Por: Cris Perroni — Rio de Janeiro

Fonte: Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição. (Foto: EuAtleta)

Transcrito: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/a-alimentacao-da-mae-durante-a-amamentacao-nutricionista-da-dicas-e-desfaz-mitos.ghtml

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