10 sinais de que você precisa fazer atividade física
Conheça indícios do seu corpo de que você pode estar sedentário e precisando se exercitar
O corpo humano é como uma máquina e tem uma série de mecanismos que podem indicar o quanto os exercícios são necessários para o seu funcionamento. Confira a seguir 10 sinais de que você precisa fazer atividade física.
Essa lista, elaborada com o auxílio da educadora física Ingrid Dias, da médica Mariana Antunes, atuante em Endocrinologia, e da médica Mariana Lomelino, atuante em Medicina do Exercício e do Esporte, possui aspectos físicos, emocionais e de possíveis exames laboratoriais.
10 sinais de que você precisa fazer atividade física
10 sinais de que você precisa fazer atividade física – Foto: (Reprodução/Internet)
1. Baixa resistência física
2. Ganho de peso
3. Baixa imunidade
4. Pressão arterial alta
5. Insônia ou sono ruim
6. Estresse e ansiedade
7. Memória ruim
8. Glicose alta
9. Níveis elevados de colesterol LDL e triglicerídeos
10.Dores e limitações articulares, musculares e posturais
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Confira as explicações:
1. Baixa resistência física
A falta de atividade física resulta na perda de condicionamento físico, incluindo a capacidade cardiorrespiratória. Isso implica que o coração e os pulmões se tornam menos eficientes em fornecer oxigênio e nutrientes aos músculos durante a atividade física, resultando em uma capacidade cardiorrespiratória reduzida. Consequentemente, uma pessoa sedentária pode se cansar mais facilmente durante tarefas físicas simples, como subir escadas ou caminhar curtas distâncias, devido à capacidade cardiorrespiratória comprometida.
O sedentarismo é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, tais como hipertensão arterial e acidente vascular cerebral (AVC). Tais condições podem agravar ainda mais a capacidade cardiorrespiratória e diminuir a tolerância ao exercício.
Praticar atividades físicas regularmente, principalmente modalidades que incluam exercícios aeróbicos, melhora a capacidade cardiorrespiratória, a resistência muscular e consequentemente a qualidade de vida.
Os exercícios ainda ajudam a regular os níveis de cortisol e neurotransmissores como endorfina e dopamina, que estão intimamente ligados à sensação de disposição, energia e bem estar. Os níveis de testosterona também estão relacionados à sensação de boa disposição para as atividades diárias, tanto em homens quanto em mulheres.
Prática regular de exercícios de força principalmente, como musculação, otimizam a produção deste hormônio.
2. Ganho de peso
O exercício físico auxilia enormemente no processo do emagrecimento, pois ajuda na perda de peso ao aumentar a taxa metabólica basal do paciente, na formação do tecido adiposo marrom e na manutenção do peso perdido, reduzindo as chances de haver reganho de peso.
A atividade física influencia os hormônios responsáveis pelo controle do apetite, como a leptina e a grelina. Ou seja, a prática diminui os níveis de grelina (que estimula o apetite) e aumenta a sensibilidade à leptina (que reduz o apetite), auxiliando assim no controle.
Além disso, a prática de exercícios, principalmente os de fortalecimento, auxilia na construção de massa muscular, o que, por sua vez, aumenta ainda mais o metabolismo basal. Isso significa que uma pessoa com maior massa muscular pode gastar mais calorias ao longo do dia, mesmo sem praticar exercícios.
3. Baixa imunidade
A atividade física regular provoca o aumento dos linfócitos no sangue. Dessa maneira, ajuda a combater e destruir agentes patogênicos como as células tumorais ou as infectadas por vírus e bactérias, melhorando a imunidade de uma maneira geral.
Uma rotina de exercícios físicos leva à uma melhora na vigilância imunológica e auxilia no tratamento de indivíduos portadores de doenças autoimunes, seja pelos efeitos diretos no sistema imunológico ou por dos outros benefícios oferecidos pela atividade física, como os efeitos positivos no âmbito psicológico.
4. Pressão arterial alta
O sedentarismo está frequentemente associado ao ganho de peso e à obesidade, o que contribui diretamente para o aumento da pressão arterial. O excesso de peso impõe uma carga adicional nos vasos sanguíneos, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo e, consequentemente, elevando a pressão arterial.
A falta de atividade física regular pode ocasionar a diminuição da capacidade cardiovascular, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos tornam-se menos eficientes em fornecer sangue e oxigênio para os tecidos do corpo. Isso pode resultar em uma elevação da pressão arterial devido à necessidade do coração de trabalhar mais para manter o fluxo sanguíneo adequado.
Baixos níveis de atividade física também estão relacionados ao aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que regula a resposta do corpo ao estresse. Isso pode ocasionar uma elevação da pressão arterial devido à constrição dos vasos sanguíneos e ao aumento da frequência cardíaca.
A prática regular de exercícios desempenha um papel fundamental na prevenção e controle da pressão arterial. Essas são maneiras pelas quais os exercícios ajudam nesse aspecto: redução do estresse, melhora da saúde cardiovascular, redução do peso corporal, aumento da circulação sanguínea e fortalecimento muscular.
5. Insônia ou sono ruim
Insônia, dificuldade para iniciar o sono ou até mesmo para se manter dormindo e despertares frequentes durante a madrugada são sinal de que o corpo está pedindo por uma prática regular de atividade física.
Durante a noite são produzidos diversos hormônios essenciais para o funcionamento adequado do metabolismo, e a prática de atividades físicas ajuda no alinhamento do relógio biológico circadiano, melhorando a produção da melatonina na quantidade correta e no horário correto.
A melatonina, também conhecida como hormônio do sono, realiza ação oposta ao do cortisol, hormônio do estresse. O normal é que, pela manhã, o corpo tenha cortisol, que é o que nos desperta do sono, e, ao término do dia, o corpo inicie com os picos de melatonina, o que nos auxilia a ter um sono de qualidade.
6. Estresse e ansiedade
A ausência de atividade física está diretamente ligada ao estresse e à ansiedade por diversas razões. Quando você se movimenta, estimula a liberação de endorfinas, que são neurotransmissores conhecidos como “hormônios do bem-estar”. Essas substâncias naturais auxiliam na diminuição da percepção da dor e promovem sensações de relaxamento e felicidade, proporcionando alívio ao estresse e à ansiedade.
Manter-se ativo também contribui para regular os níveis de hormônios, como cortisol e adrenalina, os quais desempenham papel crucial na resposta do organismo ao estresse. Praticar exercícios auxilia na moderação da produção desses hormônios, reduzindo os efeitos negativos do estresse crônico.
O estresse e a ansiedade frequentemente se manifestam por meio de tensão muscular crônica, especialmente no pescoço, nos ombros e nas costas. A prática de exercícios físicos ajuda a relaxar os músculos tensos, liberando a tensão acumulada e promovendo uma sensação de relaxamento e alívio do estresse.
7. Memória ruim
A atividade física de força, principalmente, aumenta a produção de um hormônio denominado BDNF, fator neurotrófico cerebral. Ele atua a nível cerebral entre as sinapses neuronais, melhorando a plasticidade neuronal, consolidação e aquisição de memória.
O BNDF também modula positivamente o desempenho neurológico da pessoa e pode melhorar muito o desânimo, a depressão e a fadiga. Fora isso, a liberação de endorfinas leva a um estado de felicidade natural no pós-treino e auxilia a modular de forma benéfica neurotransmissores, reduzindo fadiga e melhorando libido e sintomas da ansiedade e depressão.
8. Glicose alta
A falta de atividade física pode levar ao desenvolvimento de resistência à insulina, em que as células do corpo não respondem adequadamente à insulina, hormônio que regula os níveis de glicose no sangue. Como resultado, a glicose não é eficientemente removida do sangue e os níveis de glicose no sangue podem aumentar.
Baixos níveis de atividade física também acarretam o acúmulo de gordura corporal, especialmente em torno do abdômen, o que está associado a um aumento da resistência à insulina e ao risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
O exercício físico regular aumenta a sensibilidade à insulina, permitindo que as células absorvam a glicose do sangue com mais eficiência. Sem esse estímulo regular, a sensibilidade à insulina pode diminuir, contribuindo para a elevação dos níveis de glicose no sangue.
O exercício também ajuda a regular a produção de glicose pelo fígado, impedindo que ele libere grandes quantidades de glicose na corrente sanguínea quando não é necessário.
9. Níveis elevados de colesterol LDL e triglicerídeos
A falta de exercício físico pode resultar no aumento dos níveis de colesterol LDL (considerado “ruim”) e triglicerídeos, especialmente em pessoas com sobrepeso ou obesidade.
O colesterol LDL é denominado “ruim” porque pode acumular-se nas paredes das artérias, formando placas que podem obstruir o fluxo sanguíneo e aumentar o risco de doenças cardíacas.
Os triglicerídeos são uma forma de gordura no sangue, também associada ao aumento do risco cardiovascular.
A prática de exercícios físicos reduz os triglicerídeos e o LDL, ao mesmo tempo em que aumenta os níveis de colesterol HDL (considerado “bom”), que possui efeito protetor contra doenças cardiovasculares, auxiliando na remoção do excesso de colesterol das artérias e transportando-o de volta para o fígado para ser metabolizado.
Esses marcadores, identificados em exames laboratoriais de sangue, devem ser interpretados por profissional de saúde qualificado.
10. Dores e limitações articulares, musculares e posturais
Dores são importantes indicadores, sendo necessário se atentar a três aspectos:
– Dificuldade para realizar movimentos e articulações doloridas
Foto: (Reprodução/Internet)
Asência de atividade física acarreta perda de flexibilidade e amplitude de movimento nas articulações. Quando os músculos não são devidamente alongados e movimentados regularmente, podem encurtar e se tornar menos flexíveis, o que dificulta a realização de movimentos básicos.
Além disso, também ocorrerigidez articular, o que pode dificultar atividades como alcançar objetos em locais elevados ou inclinar-se para pegar algo no chão. A rigidez nas articulações pode ser especialmente problemática para pessoas sedentárias que passam longos períodos sentadas ou em uma posição estática.
Praticar exercícios que envolvam alongamento e mobilidade reduz a rigidez articular, contribuindo para realização de movimentos com maior fluidez.
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– Postura ruim e dores nas costas
Baixos níveis de atividade física ocasionam fraqueza nos músculos das costas e do abdômen. Esses músculos desempenham papel crucial na sustentação da coluna vertebral e no fornecimento de estabilidade para as costas. Quando estão fracos, há uma sobrecarga maior nos discos e articulações das costas, o que pode levar a dores e desconforto.
A falta de exercícios, principalmente de fortalecimento muscular, pode resultar em desalinhamento postural, em que a coluna vertebral não se encontra em posição ideal. Isso pode exercer pressão adicional em certas áreas das costas, causando dor e desconforto.
Praticar exercícios de fortalecimento é essencial para manter níveis adequados de força, massa muscular e estabilidade.
– Dificuldade de equilíbrio e quedas
Baixos níveis de atividade física podem ocasionar fraqueza muscular, especialmente nos membros inferiores, o que pode impactar a estabilidade e o equilíbrio ao caminhar ou realizar atividades diárias. A fraqueza muscular dificulta a recuperação do corpo diante de pequenos desequilíbrios e a prevenção de quedas.
A falta de exercícios de impacto e de fortalecimento leva à diminuição da densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas em casos de quedas. A osteoporose, caracterizada pela perda de densidade mineral óssea, é mais comum em pessoas sedentárias e pode aumentar significativamente o risco de fraturas decorrentes de quedas.
ndivíduos sedentários são mais suscetíveis ao risco de tropeços e quedas, especialmente em superfícies irregulares ou instáveis. A prática regular de exercícios, principalmente os de fortalecimento, contribui com ganho de força, equilíbrio e coordenação, reduzindo o risco de quedas e fraturas.
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Por: Alberto Borges, para o EU Atleta — Campinas, SP
Fonte: Ingrid Dias (@ingridbfdias) é graduada em Educação Física, especialista em Musculação e Treinamento de Força, mestre em Ciências da Motricidade Humana e doutora em Ciências e tem pós-doutorado em Fisiopatologia Clínica e Clínica Médica. Professora universitária, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Treinamento de Força e do Laboratório de Treinamento de Força da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, como especialista em musculação para grupos especiais, tais como crianças, idosos e gestantes, é autora do livro “Treinamento de Força para Grupos Especiais”.
Mariana Antunes é médica atuante em Endocrinologia, com ênfase em emagrecimento e terapias hormonais, do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/SP.
Mariana Lomelino é médica atuante em Medicina do Exercício e Esporte, do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/RJ. Graduada em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pós-graduanda em Endocrinologia pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, pós-graduada em Medicina do Exercício e do Esporte pela Faculdade Uningá e ex-médica do futebol feminino profissional do Clube de Regatas do Flamengo.
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/reportagem/2024/07/30/c-10-sinais-de-que-voce-precisa-fazer-atividade-fisica.ghtml