10 alimentos que se passam como fit, mas não são
Produtos ricos em gordura, açúcar, sódio e conservantes aparecem na lista. Confira dicas da Nutróloga Cristiane Coelho
É comum achar que alimentos, como barrinhas de cereais, peito de peru ou mesmo suco de caixinha, são saudáveis. Mas o alto teor de açúcar, gordura, sal (sódio) e componentes químicos encontrados nesses produtos indicam o contrário, podendo enganar quem pensa que seu consumo traz benefícios à saúde. Para manter uma dieta equilibrada, é importante dar atenção aos ingredientes e fazer escolhas inteligentes. Com o intuito de alertar as pessoas e entender as consequências causadas por maus hábitos alimentares, o EU Atleta conversou com a nutróloga Cristiane Coelho que indicou alguns exemplos de alimentos que parecem ser saudáveis, mas não são.
A alimentação balanceada é a chave para a prevenção de doenças, principalmente as crônicas não transmissíveis, como diabetes, obesidade e cardiovasculares. Também temos inúmeros benefícios que podem ser vistos na pele e no cabelo, já que o balanço nutricional reflete tanto de forma interna como externa – explica a nutróloga.
Dúvidas sobre alimentação afligem todo mundo que quer levar uma vida mais saudável — Foto: Internet
10 alimentos que parecem ser saudáveis
Segundo Cristiane, para ajudar o consumidor a distinguir o que pode ser melhor para sua saúde, é essencial ler a lista de ingredientes no rótulo da embalagem, que segue ordem decrescente (do maior para o menor) em relação às quantidades.
1. Barrinhas de cereais
Barra de cereal — Foto Internet
São vistas como ricas em fibras, porém sua composição não apresenta essa função. Em geral, as barrinhas de cereais mais baratas, na realidade, são fontes de açúcar e gordura. Além disso, não atingem 1g de fibra por porção, ou seja, não chegam a quantidade de fibra necessária que deve atingir em torno de 25g por dia.
2. Peito de Peru
O produto tem os mesmos procedimentos de adição de compostos químicos que o presunto. Há ainda equivalência nutricional a carboidratos, proteínas, lipídios (gorduras) e também elevado valor de sódio/sal.
3. Sucos de caixinha
O produto, que possui em sua lista de ingredientes os primeiros itens como água ou açúcar, tem uma quantidade reduzida da fruta e de outros atributos nutricionais (vitaminas e minerais), o que torna o suco apenas um refresco adoçado.
4. Atum Light
O principal nutriente do alimento é o ômega 3 encontrado na gordura. Quando colocado em água, diminui tanto a gordura quanto o ômega 3, considerado o principal nutriente do atum.
5. Pão integral
Pão integral — Foto: Internet
Os pães integrais devem ser ricos em fibras, mas é importante observar a lista de ingredientes, tanto a ordem das farinhas integrais e refinada, como a qualidade dos demais ingredientes que compõem a receita. Atualmente, existem pães que variam na quantidade de 1,1 a mais de 4g de fibras por porção.
6. Chocolate diet
Chocolate diet — Foto: Internet
Com a retirada do açúcar do produto, para ser inserido na categoria diet, o chocolate recebe um aumento significativo de gordura. Por isso, não tem recomendação para ser utilizado em dietas de emagrecimento ou manutenção de peso, somente para diabéticos.
7. Chips de legumes industrializados
O produto conta com a adição de componentes químicos para que o prazo de validade seja mais longo. Na lista de ingredientes, há ainda gorduras e açúcares para melhorar o sabor do alimento. Por isso, a melhor opção é comprar legumes frescos, regar com um fio de azeite, salpicar ervas e fazê-los em casa.
8. Chá em lata
São ricos em sacarose ou adoçante, resultando em excesso de açúcar ou sódio. A melhor opção é preparar o chá em casa e usar a criatividade na mistura de chá com sucos de frutas para os dias quentes.
9. Fruta desidratada
Existem frutas desidratadas com mais adição de açúcar do que balas de goma. É recomendado consumir a fruta desidratada somente quando não há adição de açúcar.
10. Isotônicos
O isotônico é recomendado para atletas e esportistas — Foto: Internet
A bebida tem como objetivo ajudar atletas e esportistas a ter hidratação e recuperação de energia. Quando crianças ou outras pessoas consomem o produto, é o mesmo que consumir refrigerantes ou sucos adoçados.
O excesso e os riscos à saúde
Assim como é fundamental se atentar aos ingredientes que contém nos rótulos dos produtos, também é necessário dar atenção aos riscos e consequências que o excesso do consumo desses alimentos podem trazer a saúde.
– Os alimentos ricos em açúcares favorecem o aumento da resposta glicêmica e da insulina. Com isso, o surgimento do diabetes e o aumento da pressão arterial são estimulados em consequência do aumento da insulina – explica Cristiane.
Já o consumo de sódio em excesso se relaciona com o aumento da pressão arterial e possíveis dificuldades na sua excreção, resultando em retenção de líquidos em partes do corpo. Além disso, segundo a nutróloga, a falta de fibras no organismo prejudica o funcionamento intestinal, resultando em uma microbiota menos saudável, assim como interfere na absorção da gordura, já que as fibras solúveis têm um papel de se ligarem com o colesterol, possibilitando uma absorção diminuída.
Dicas de substituições
– A substituição sempre gira em torno dos alimentos “in natura”, ou seja, o que a natureza oferece, ou ainda, na necessidade de agregar diferentes alimentos para a formulação de preparações, observar aqueles que tem uma lista menor de ingredientes – explica Cristiane Coelho.
Sugestões da nutróloga
1. A barrinha de cereal pode ser substituída por oleaginosas, como castanha, amêndoas ou nozes.
2. O suco de caixinha pode ser trocado por suco de frutas naturais composto por mais de uma fruta.
3. O cereal matinal por cereais como aveia, farelo de aveia, chia ou linhaça ou ainda mix de cereais e sementes naturais.
4. O chocolate diet por chocolate 70%.
5. O peito de peru por ovos orgânicos, patê de frango natural.
6. Os isotônicos por água de coco.
Por: Karine Santos, para o EU Atleta — Rio de Janeiro
Fonte: Cristiane Coelho é formada em Nutrologia e membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da International Colleges For The Advancement Of Nutrition (ICAN), possui 20 anos de experiência na área e é dona de uma clínica do Itaim Bibi, em São Paulo.
Transcrito: https://ge.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/10-alimentos-que-se-passam-como-fit-mas-nao-sao.ghtml